PELOS CAMINHOS DO PEABIRU – UMA GRANDE VIAGEM.
NOVEMBRO, 27/11/2019.
Pelos caminhos do Peabiru: Caminhos do Capim Amassado, caminhos dos Índios, caminhos dos Jesuítas, caminhos dos Bandeirantes e Bandeiras, Caminhos dos Tropeiros, Caminhos dos Colonizadores e nossos Caminhos de Hoje.
Introdução: A viagem terá início em Ribeirão Preto, depois seguirá pelo Oeste dos estados: Do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Procuraremos seguir as rotas de povos primitivos (índios) que foram os ancestrais habitantes de toda América. E depois da descoberta os exploradores, seguiram seus trilhos.
Estes são esquemas, dos caminhos ou trilhas do Peabiru (Google). Na primeira imagem, um macro esquema, do Oceano Atlântico ao Pacífico. No segundo, mapa, os caminhos detalhados na região sudeste da América do Sul. Os peabiru (na língua tupi, “pe” – caminho; “abiru” – gramado amassado) são antigos caminhos utilizados pelos indígenas sul-americanos desde muito antes do descobrimento pelos europeus, ligando o litoral do Atlântico ao interior do continente. Muitos admitem do Atlântico ao Pacífico. Os achados mostram civilizações a mais de 10.000 anos antes de Cristo. A cada período os arqueólogos descobrem, novos artefatos, e indícios destas civilizações, como os petróglifos nas rochas, das várias localidades dos povos primitivos, antes mesmos dos índios que conhecemos.
CAMINHOS DO PEABIRU: Estes caminhos, dos povos primitivos que habitavam a América do Sul, foram muito importantes historicamente no desenrolar de toda nossa ocupação do território. Os caminhos ou trilhas do Peabiru, como podem ser chamados, possui mais de 4.000km no Brasil, a trilha passa pelos estados do Paraná, São Paulo, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Minas, Goiás. Segundo alguns historiadores eles chegavam até os Andes, se comunicando com os Incas.
O nome das 7 grandes nações indígenas na época do descobrimento do Brasil:
1.GUARANI. População – 46 566. Os guaranis “brasileiros” (também há guaranis no Paraguai e na Bolívia) dividem-se em três grupos: caiová, ñandeva e mbya. 2. Ticuna população – 26 813. 3. Caingangue população – 25 755. 4. Macuxi população – 23 182. 5.Terena população – 19 851. 6. Guajajara população – 19 524. 7. Ianomâmis.
OS EXPLORADORES: Descoberto o Brasil em 1500, havia o tratado de Tordesilhas, que cortaria uma parte do Brasil para os Espanhóis. Assim os exploradores, desrespeitam o tratado, avançavam pelas trilhas do Peabiru, partindo de Cananéia, e de São Paulo, e adentraram pela Mata Atlântica, até os Sete Povos das Missões, Sul do Brasil, Mato Grosso, Minas Gerais, Goiás, Uruguai e Paraguai. Entre tantos outros lugares em busca de ouro e pedras preciosas, assim como captura dos índios. Sempre lutando com os índios, que dominavam o território, com centenas de tribos e etnias, em toda região. Estas excursões conforme as estruturas eram chamadas de: Bandeiras – os bandeirantes e as Entradas que eram menores. Mas todas estas incursões eram feitas pelas trilhas do Peabiru.
Bandeirantes é a denominação dada aos sertanistas do período colonial, que, a partir do início do século XVI, penetraram no interior da América do Sul em busca de riquezas minerais, sobretudo o ouro e a prata, abundantes na América. Os principais, Fernão Dias Pais, Manuel Borba Gato, Bartolomeu Bueno da Veiga (Anhanguera), Domingos Jorge Velho, Antônio Raposo Tavares, Nicolau Barreto e Manuel Preto. Os bandeirantes e os chefes das entradas, não respeitaram o Tratado de Tordesilhas, expandindo o território brasileiro.
Esta imagem é muito importante mostra os índios em entreveros com os bandeirantes, ao caminharem desbravando pelos caminhos do Peabiru, como logicamente aconteceu, pois, os nativos a milhares de anos eram os donos destas imensas regiões. Na verdade, muitas revoltas ocorreram. Os potentes bacamartes dos homens brancos, sempre ganhavam as contendas.
Em uma sequência histórica, os sertanistas deixaram em seus caminhos, grupos de pessoas que povoavam pequenas ilhas de fartura, no interior do Brasil. Estes pequenos agrupamentos, necessitavam, de coisas básicas, como o sal, remédios, ferramentas, querosene, assim havia necessidade de quem transportasse, aparecem os tropeiros…eles levavam o básico e traziam o charque, o couro, e mantimentos.
OS TROPEIROS: Nestas penetrações, das bandeiras, pequenos povoados foram se formando. Depois por estas rotas, vieram os tropeiros que levavam as mercadorias para estas regiões e traziam os múltiplos produtos, que ali eram extraídos, incluindo ouro, pedras preciosas, couro, carne seca, e muitos outros produtos.
Este mapa é de uma tese sobre o tropeirismo, tirado da Universidade do Paraná, mostrando que os caminhos pesquisados dos tropeiros, praticamente são os mesmos dos caminhos do Peabiru e se assemelham às estradas de hoje. Nesta imagem vemos uma tropa de mulas, sendo que na dianteira, carregando duas grandes bruacas com as traias da cozinha e os mantimentos, era o cozinheiro da comitiva, pois ele ia sempre à frente.
Destes caminhos, surgiram os povoados, com a derrubada da mata surgiram os cafezais, ai o dinheiro. Hoje com o bum do agronegócio, os povoados se transformaram em cidades, as pequenas cresceram e tornaram grandes e prósperas comunidades. Mas os primórdios de tudo está lá, na distante pré-história das Américas.
Nossa grande viagem, será pelos asfaltos, que seguem a lógica das ancestrais trilhas do Peabiru.
A VIAGEM.
Há tempo, tenho vontade de fazer esta longa viagem: Cataratas de Iguaçu, Paraguai – cidade do Leste, Argentina, a tríplice fronteira. Depois ir para o sul, pelo oeste dos estados do Paraná e Santa Catarina, até a Praia do Cassino, na cidade de Rio Grande. Passar uns dias, e ir para o sul, na Reserva Biológica do TAIM até o URUGUAI.
A SAÍDA.
Any Leide, Juliana (Ju) e Joérico (Jó), estamos prontos para a saída, animados como sempre. Sabíamos das distâncias, o que não era motivo de preocupação, mas de aventura, para conhecimento deste imenso e rico pais: BRASIL. Estamos na porta da casa, na vila Tibério em Ribeirão Preto.
Sim nosso primeiro objetivo era estarmos vendo esta maravilha do mundo. Sentirmos no meio destas cascatas ciclópicas, uma grande e inesquecível emoção. Nestas passarelas, sente-se uma energia indescritível, quase um milagre. Podemos perceber a grandeza das forças universais, e o quando somos um “nada” frente ao Universo. Se realmente não temos Deus na alma, nossa existência torna-se um vazio quase insuportável. Ao estrondoso, e monumental ruído da massa de agua explodindo e lutando com as rochas vulcânicas, nos arrepiamos pela grandiosidade da natureza e as forças divinas que as conduzem, certamente pelas mãos de Deus.
A visita às Cataratas é uma parte inesquecível desta viagem, pois é de uma beleza cénica monumental em sua totalidade. A viagem tem que ser vivida com entusiasmo, temos que admirá-la aos poucos e com muita perspicácia. Este era nosso primeiro objetivo nesta viagem.
Em uma longa viagem, como bem fala Guimarães Rosa: Não importa a saída, nem a chegada, o importante é o trajeto”.
Aí está nosso trajeto, no primeiro estágio da grande viagem.
Este é o mapa do primeiro estágio de nossa grande viagem, Ribeirão Preto X Foz do Iguaçu, distância 996 Km, estimado 13 horas de viajem.
No início da viagem os primeiros 170Km, eram lugares conhecidos, pois tenho passado por anos neste trajeto. Jaboticabal, Taquaritinga, Borborema, em seguida a represa do rio Tietê.
Nesta viagem, como em outras, tenho me divertido, documentando e analisando o trajeto. Por exemplo, já passei numerosas vezes por esta represa de Ibitinga, contudo, nenhuma vez é igual a outra, hoje por exemplo as nuvens cúmulos congestos, pareciam quer colar na superfície da água. A água, mansa, parecia um espelho, refletindo as nuvens, como se misturassem no horizonte, confundindo o longínquo espaço.
Por incrível que possa parecer, em 1965, recém-formado em odontologia, tinha um amigo engenheiro que estava construindo a Usina Hidroelétrica de Ibitinga, e eu com meu novinho fusca 1964, fui visita-lo. Não preciso dizer que fiquei maravilhado com a obra. As dimensões da barragem, a cava da eclusa de navegação e a grande movimentação das máquinas, fiquei maravilhado. Agora 55 anos depois, passo pelas águas represadas, da barragem que vi ser feita. É emocionante viver! Como modestamente eu digo, o conhecimento do passado nos esclarece e explica muito bem o presente.
Ponte na região de Porto Ferrão. Represa de Ibitinga, rio Tietê.
E por aí passamos, deixando para trás esta maravilhosa represa. Ao longe pudemos ver uma grande barcaça que passava pela represa, vinda talvez de Mato Grosso, carregada de soja, pela rota fluvial do Rio Paranaíba, Paraná, São José dos Dourados, Canal de navegação de Pereira Barreto e rio Tietê, cruzando pelas eclusas das represas: 1. UHE de Nova Avanhandava. 2. UHE de Promissão. 3. UHE de Ibitinga (da foto). 4. UHE de Barueri. 5. UHE de Barra Bonita.
Esta ponte, é de uma fotografia tirada do Google, para mostrar os aspectos mais detalhados desta represa do Rio Tietê. A ligação, com 2,4 quilômetros de extensão, é a segunda maior ponte fluvial do Estado de São Paulo e foi inaugurada em 1975. O céu azul, enfeitado de cúmulos de bom tempo, dava vida a imagem.
Rio Tietê uma Trilha do Peabiru: Este rio representa indiscutivelmente uma das principais rotas do Peabiru, são inúmeras tribos de índios que viveram em suas cachoeiras, começando na região de Piratininga (hoje São Paulo), Região de Salto do Pirapora, Salto do Avanhandava, Salto de Itapura. Os bandeirantes e exploradores, saiam com seus batelões, e desciam o Rio Tietê, até adentrarem para o interior do Brasil. Existem relatos e lendas destas travessias históricas.
CONTINUANDO A VIAGEM. A estrada depois deste ponto, passa ao lado da cidade de Pongai, torna-se uma longa reta até cruzar com a famosa rodovia, Marechal Cândido Rondon. Rodovia esta importantíssima, pista dupla e muito bem conservada, que termina no Rio Paraná na Hidroelétrica de Jupiá, antes de três Lagoas.
Em vermelho a Rodovia Marechal Rondon. Ao lado uma homenagem ao grande homem que ajudou a desbravar e integrar este grande país.
Logo despois do trevo, passamos pela Cidade de Guarantã.
O nome da cidade é de uma árvore, de origem Tupi. A madeira é nobre, muito resistente à umidade, folhas oblongas, flores pequenas e brancas. Em virtude de a madeira ser resistente, é chamada também de pau duro. A forma do tronco é peculiar, e também chamada de geográfica, por isso motivo é muito usado para confecção de móveis e peças ornamentais.
A rodovia depois muda um pouco de perfil, pois a região torna-se mais acidentada, com curvas e grandes subidas, até chegar na Serra de Marília. Antes da cidade tem um trevo onde ela cruza com a famosa, rodovia Transbrasiliana, a Br-153, também conhecida pelo nome e de Rodovia Belém-Brasília, é a quinta maior rodovia do Brasil, ligando a cidade de Marabá ao município de Aceguá Rs, totalizando 3.585 quilômetros de extensão.
MARÍLIA. Tenho uma relação especial com a cidade, pois a 90 anos atrás, nesta cidade, minha mãe, recém-formada professora, veio dar aula, no grupo escolar. A jovem professora Helena se sentiu muito importante por isso, pois foi muito bem recebida, já na estação de trem. Saudosas lembranças. Nesta cidade, tive tios e primos que moraram e moram aí, eles têm uma ótima qualidade de vida.
Chegando em Marília, primeiro subimos a serrinha, depois avistamos a bela cidade.
TOPOGRAFIA: O relevo do Planalto de Marília termina geralmente em paredões de arenitos metamórficos avermelhados da idade Cretácea, revestidos de vegetação. No município, essas formações recebem algumas denominações especiais: Serra de Avencas, Serra de Dirceu.
Na escala de tempo geológico, o Cretáceo, é o período da era Mesozoica, que está compreendido entre 145 milhões e 66 milhões de anos. O período Cretáceo sucede o período… Jurássico. Neste período geológico, os dinossauros alcançam seu ápice na escala evolutiva, mas ao fim do período ocorreu a extinção em massa desses grandes répteis e de diversas espécies de animais da Terra. A teoria mais aceita é a de que a queda de um meteoro de grandes proporções na Península de Yucatán, no México, gerou destruição em massa, em função do impacto. A pré-história da região, de Marília, é muito rica de fósseis de animais, como dinossauros entre tantas outras espécies, que têm sido encontrados pelos paleontólogos.
Estas fotografias são do Museu Paleontológico de Marília, que possui numerosos achados, e dados que esclarecem a origem destes fósseis da era paleozoica.
O ensino, a cidade tem muitas faculdades, Medicina, Odontologia, entre tantas outras. O Centro de material para transplante da ONIOSS, que tenho usado a mais de 20 anos, é um dos mais importantes do país. Segundo o Google, Marília tem 72 cursos superiores em todas as áreas. Também uma importante indústria alimentícia.
HISTÓRIA. A primeira ocupação humana da região foram os índios Caingangues. As histórias destas cidades, relacionando as numerosas tribos de índios de todas regiões, Vale do Tietê, Salto do Avanhandava, Rio Feio, Rio do Peixe, Paranapanema, cada uma daria um livro completo. É uma fase de grandes renovações e mudanças, índios, jagunços, posseiros, tropeiros, grileiros, colonizadores migrantes. Depois as ferrovias cortaram os Sertões, derrubando matas, cruzando tribos de índios, e grandes propriedades, nada era obstáculos para os trilhos de aço que cortavam o sertão. Estrada de Ferro Paulista, Estrada de Ferro Sorocabana, Estrada de Ferro Noroeste, Estrada de Ferro Mogiana.
No livro Grande Sertão Veredas, Guimarães Rosa, define Sertão, como lugar nenhum.
As trilhas do Peabiru, forram cortadas pelas linhas férreas, em busca de riquezas, café principalmente, madeira, carne, minérios, entre outros. Trazendo de volta os produtos manufaturados, com destaque para o sal e ferramentas.
Passamos a cidade de Marília e ficamos impressionados com o movimento, já no anel viário que contona a cidade.
Marília é um importante centro universitário. Na década de 1980, dei muitas aulas na Faculdade de Odontologia de Marília, em minha especialidade de Periodontia. Mas 20 anos depois, fui a Marília, na Unimar, fazer um curso sobre transplante de ossos, com o Dr. Eduardo e Dra. Karla. Por sinal um excelente aprendizado, pois com ele realizo, com sucesso transplantes ósseos, até hoje ano 2020.
As duas universidades da cidade ficam exatamente no trevo da saída, onde assinalo nosso trajeto da passagem.
Tenho numerosas recordações desta cidade, como já disse, as contarei nos momentos oportunos.
Esta imagem do Google, mostra nossa passagem e as universidades, Unesp e Unimar, assim como o centro de processamentos das peças para transplante da Unioss.
Esta é a frente da Unimar. Ao lado do trevo.
Quilômetros depois, descemos a Serra de Marília, Saímos de uma altitude de 800m para uma média de 480m de altitude.
Primeiro corte: Logo na saída, da estrada para Assis, no alto do afloramento da região de Marília, antes de dissermos a serra, este corte na rocha nos permite verificar as camadas de rochas que se formaram na região, no período cretáceo. Esta serra, é um divisor de água da Bacia do Rio Feio, ao norte e do Rio do Peixe ao sul.
Este solo foi muito estudado, é considerado um paleossolo, solos onde as condições responsáveis pela gênese de formação não são mais predominantes nos dias atuais. Definindo melhor: Do grego paleossolo, significa solos antigos. É a designação dada em geologia, pedologia e paleontologia aos antigos solos que: foram preservados por enterramento sob sedimentos aluvionares, ou depósitos vulcânicos magmáticos ou mesmo cinzas, com os movimentos tectónicos estes solos ficaram expostos, mostrando suas camadas de formação.
Quilômetros à frente os paredões abruptos da cava, mudaram de constituição geológica, do predomínio de siltes de silicatos, magnetita entre tantos outros, encontramos este que pela coloração, trata-se de minério de ferro em suas várias estruturas moleculares. Uma riqueza para os geólogos estudarem.
Logo após a curva saímos da serrinha, e as terras ao longe, criaram um cenário de rara beleza. Plantações de soja amarelando folhas, invernadas verdejantes, pontilhadas de nelores, como pontos brancos marcando a natureza. No alto dos morros, florestas recuperando o solo e restabelecendo a ecologia. Maravilha!
Tínhamos andado já mais de 450 Km, e a fome chegando, convidei meus companheiros para pararmos em um restaurante típico da região que fica poucos quilômetros depois da serra.
Desse modo nossa primeira parada foi depois da Serra de Marília. Acabamos de passar o famoso Rio do Peixe, e paramos em um restaurante muito pitoresco, como veremos.
Para começar fomos recebidos por um gorila, em meio a uma bela vegetação, Any e Ju, animaram para uma foto de recordação. O gorilão toma conta deste restaurante típico. Tudo era muito peculiar nesse ambiente. Jó também não resistiu em tirar uma foto sentado no gorilão. Ju segurava o bicho pelo pescoço.
Uma das coisas mais significativas de um viajante, incluindo eu, é admirar coisas, imagens, lugares, animais, que normalmente passariam despercebidos para as pessoas no dia a dia.
Com a alegria estampada nas sorridentes faces. Os 450 Km rodados foi um aperitivo para a grande viagem. O restaurante, muito grande, estilo rural, cafezinho com bolinho de chuva, depois pé na estrada.
Este restaurante está situado na encosta sul da Serra de Marília. O proprietário deve ser muito cuidadoso, pois as estruturas das construções são simples e muito bem-feitas. Todas com eucaliptos tratados.
O ambiente acolhedor, repleto de lembranças da roça. Mexeu demais com a minha, ou melhor nossa origem. Jó e Jú, não resistiram subiram no palco e cantaram uma música de Chitãozinho e Xororó. Foi de alegrar o coração, e sentirmos muita emoção, pelo simples fato de estarmos ali, desfrutando do ambiente.
Eu era o ouvinte emocionado, foi bonito mesmo. Como diz o grande aventureiro Almir Klink, precisamos andar, conhecer e sentir os lugares, a riqueza dos lugares, está diretamente ligada ao que conhecemos deles. Almir nos confins do mundo, na Patagônia a caminho da Antártica, caminhou pelas geleiras, e sofismou sobre a importância de sentir o ambiente, não importando onde ele estava, mas como sua mente estava se sentindo completo como ser humano.
Continuamos nossa viagem, depois deste peculiar restaurante vem a cidade de ECHAPORAM.
Echaporã, SP – Foi fundado em 1922. Estando a uma altitude de 700 metros. População 6.318 habitantes. É uma cidade nova 1922. Faz parte da fase de colonização do oeste paulista, em busca de terras novas, para o plantio, principalmente do café.
O município está localizado no divisor de águas das bacias hidrográficas do rio Paranapanema ao Sul e do rio do Peixe ao Norte. Portanto é cercada de escarpas e cachoeiras onde se praticam esportes radicais, como o rapel (descida de cachoeiras por cordas) e também são praticadas caminhadas por trilhas a pé ou circuitos de trilhas de motocicleta. No ano de 1960, estive na fazenda do finado Roberto Villela, às margens do Rio do Peixe na região de Dracena, pesquei e cacei muito nas matas ciliares deste tortuoso e rico manancial de águas, a fauna do rio era muito rica.
A simpática entrada da cidade. Echaporã na língua tupi-guarani quer dizer: Bela Vista.
A rodovia segue em linha reta para Assis, muitas plantações, envernadas e reflorestamentos de eucalipto.
Realmente não é sem motivo, que o Brasil tem mais pés de eucalipto, que a Austrália, ou qualquer outro lugar do mundo. Por exemplos que temos: Da cidade de Três Lagoas, MS até Ribas do Rio Pardo MS, são 200Km de eucaliptal. Sem considerar as imensas plantações em Minas Gerais: Sacramento, Serra do Salitre, Serra da Sete Voltas, Ituiutaba, Monte Alegre, grandes plantações da Vale do Rio Doce. Concluindo em Minas além do Café que tem a maior plantação, tem também os eucaliptais.
Depois da cidade de Echaporã passamos por esta maravilhosa e grande avenida de bambu.
ASSIS. Na chegada da cidade cruzamos a rodovia Raposo Tavares, que vai para Presidente Prudente, contornamos a cidade e continuamos na SP-374, em direção ao Sul, para o estado do Paraná. Assis é conhecida como a capital do Paranapanema. Nasceu devido ao garimpo realizado pelos exploradores. O nome deriva do Capitão Assis que doou as terras de sua fazenda para a construção do povoado, isso ocorreu até 1914
A chegada da ferrovia (1914 – 1930), imprimiu um grande desenvolvimento na localidade. Estrada de Ferro Sorocabana, ligando o município à capital, sua influência também atingiu todo o norte do estado do Paraná.
Salvamos do celular, o lugar exato de onde tiramos a foto, logo depois de Assis. Estes recursos do celular para mim é uma coisa quase inimaginável. Todas fotos tiradas, os celulares marcam no mapa, o lugar exato onde ela foi tirada!
O município de Tarumã, é de uma grande riqueza, pois é um latossol roxo de ótima qualidade, e uma topografia que permite o uso de toda a mecanização no plantio e colheita, da cana ou outros produtos do agronegócio. As terras do município estão a uma altitude média de 550m.
Com este recurso, o mapa mostra sempre o lugar onde tiramos as fotografias. Assim neste mapa estão: as cidades, as estradas, o rio e a divisa dos estados. O lugar exato onde tiramos a fotografia. Se dermos maior aumento ele mostra até as ruas das cidades.
Tarumã. (Divisa São Paulo & Paraná).
O nome da cidade é referente ao nome desta majestosa árvore comum na região. Ela produz uma fruta escura, semelhante a azeitona, por isso é chamada de azeitona do sertão. Ela é uma madeira de lei, e representa a árvore símbolo de Mato Grosso, as fotos são do Gloogle.
A cidade foi fundada em 1924. Altitude de 509m. A estrada SP-333 passa pela cidade e vai até o Paraná. Sua economia é baseada principalmente na agricultura.
USINA DE ÁGUA BONITA, em Tarumã.
No ano de 1951, o empreendimento iniciou com a produção de água ardente, pinga. Usado para isso os métodos que eram viáveis naquele tempo, este carro de boi é uma foto histórica deste início. As gerações da família, foram aprimorando o empreendimento, e hoje a usina produz: açúcar, etanol e energia elétrica.
Ao fundo o Rio Paranapanema. Importante notar, o solo preparado a frente. O milho já foi colhido, a terra preparada para um novo plantio. São no mínimo duas safras por ano nessas férteis terras roxas.
Esta é a divisa do estado de São Paulo com o Paraná. A frente é um braço do Rio Paranapanema. Já represado por uma UHE que fica a jusante.
Este esquema é para ter noção da região que estamos passando. Maravilhosa!
É incrível estarmos passando de um estado para o outro. Somos uma nação, maravilhosa, mas cada estado com suas particularidades. Somos um país jovem, uma verdadeira miscigenação de raças e culturas, e convivemos muito bem. Isso é um fenômeno, pois a maioria das nações não se misturam. Deus nos proteja sempre.
Este é realmente o famoso rio Paranapanema, tem uma extensão de 940 Km, nasce perto da cidade de El Dourado, na região de Agudos. Desce pela Serra de Piranapiacaba, é considerado o rio menos poluído do estado. Desagua no Rio Paraná, e em seu trajeto tem 2 Usinas Hidroelétricas (UHE). Nesta ponte estamos passando o reservatório da Barragem da usina de Capivara.
Hoje passar pela divisa de São Paulo e o estado do Paraná, não demora minutos, como para a maioria pouco significa, contudo na década de 1940 a 1960, era uma aventura extraordinária. As férteis terras roxas do norte do Paraná, estavam sendo desbravadas. Os fazendeiros de São Paulo, já haviam plantado nas terras de cultura disponíveis, tinham que expandir suas fronteiras, e como se dizia as terras no norte paranaense era o El Dourado, para novos cafezais. O mais famoso produtor de café no norte do Paraná na época era:
Geremia Lunardelli, recebeu o epíteto de o REI DO CAFÉ, por ter chegado a possuir 18 milhões de pés de café. Deve-se esclarecer que ele foi o quito e último a receber a alcunha de rei do café. Os fazendeiros paulistas que tiveram contato com ele nas fazendas do Paraná, contavam o fato como um momento histórico de suas vidas, ele era um ícone no cultivo e produção de imensos cafezais. Ele tinha uma mansão na Chácara Flora em São Paulo, construída em 1922, e visitá-la, era um ponto turístico, principalmente para os relacionados aos barões do café na Avenida Paulista.
Ele tem uma forte relação com o café já na região de Ribeirão Preto. Na adolescência Lunardelli foi colono, carroceiro, e depois sitiante. Aprendeu a ler e a escrever por conta própria e, graças ao tino comercial e duro trabalho conseguiu, antes mesmo de completar os trinta anos, a emancipação econômica, quando então era um destacado agricultor e forte comerciante de café em Sertãozinho, na região de Ribeirão Preto. Sua família chegou da Itália no Porto de Santos em 1887, ele tinha menos de 2 anos de idade quando aqui desembarcou.
Ribeirão Preto, a própria cidade foi chamada de Capital do Café. Francisco Schmidt foi reconhecido como o terceiro rei do Café, o primeiro foi Joaquim José de Souza Breves. O segundo rei do Café foi Henrique Dumont, pai de Santos Dumont. O quarto e último foi Geremia Lunardelli.
Sou Professor Titular da USP, Ribeirão Preto. Como o imenso Campos da Universidade, fica na Fazenda Monte Alegre, doada ao estado por Francisco Schmidt, não poderia deixar de mencionar este importantíssimo fato, neste espaço. São imigrantes que ajudaram de forma efetiva a construir o Brasil.
A conquista do Norte do Paraná, mesmo com a maleita, que atingia todo o interior, nas áreas limítrofes da mata Atlântica e os cafezais, e dezenas de outras dificuldades, como estradas inexistentes, falta de recursos, ter que morar em casebres de pau-a-pique infestados pelo barbeiro (inseto hematófago causador da terrível doença de Chagas), os homens, se aventuravam. Derrubaram florestas, abriram picadas, em lombos de mulas transportaram cargas em carros de bois, e as 4 pretas sementes dos graus do café burbom, eram colocadas nas covas. Estas covas se multiplicaram por milhões, e o Brasil torna-se o maior produtor de café do mundo, situação que perdura até os dias de hoje.
Hoje as culturas se diversificam como veremos, os grandes cafezais mudaram para o norte, Minas Gerais, por exemplo. O estado tornou o maior produtor de café do Brasil.
Esta é uma fotografia do Google, mas ela serve de símbolo das plantações não somente desta região, mas de grande parte do Brasil agrícola. Uma imensa e exuberante plantação que se alonga indefinidamente pelo horizonte. Uma imensa faixa de terra arada na longínqua encosta, esperando para a plantação da safrinha, com uma frente de chuva caindo de um CB, que irá irrigar o plantio. É a representação do verde de nossa Bandeira.
DIVISA DO ESTADO DE SÃO PAULO E O PARANÁ – RIO PARANAPANEMA
A ponte está situada a montante do Rio, logo a baixo ele é represado, formando o Reservatório da Hidroelétrica de Capivara. http://viagensdrsergiolima.com.br/grandes-lagos/
Uma surpresa muito grande, durante todo trajeto a riqueza é indescritível. Plantações se sucedem, de forma ininterruptas. O Brasil teria que ser um pais indiscutivelmente de primeiro mundo, mas nossa política, destruiu todo o esforço da população, para que isso acontecesse. Ainda temos esperança, somos brasileiros!
O solo do Norte do Paraná é da mesma origem e composição do fértil solo da região de Ribeirão Preto. É um latossolo rico em minerais, com predominância dos átomos de óxido de ferro, que envolve as argilas e dão a cor roxa destes férteis solos. As topografias do TRAPP do Paraná têm uma influência enorme nesta macrorregião Sudeste do Brasil.
São de origem de rochas magmáticas (vulcânicas), que em sua natureza basálticas, durante milhões de anos foram se decompondo, em suas moléculas fundamentais com: Fe, Mg, Ti, entre tantas outras. Importante declinar, que sob estas rochas vulcânicas, existe um dos maiores reservatórios de água potável do mundo: AQUÍFERO GUARANI. Que se estende por vários países, Brasil, Paraguai, Argentina e Uruguai. Segundo estudos seu volume, permite retirar água para uso doméstico durante 200 anos.
Esta grandiosidade e fertilidade de toda esta imensa região, deu origem em épocas passadas a monumental Mata Atlântica. Depois devido à alta fertilidade do solo, permitiu realizar todo este imenso plantio que hoje vemos: Café. Cana-de-açúcar, milho, sorgo, invernadas de colonião, imensos laranjais, entre tantas outras plantações. É um manancial fértil, oferecido por Deus.
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O grande sorriso ao entrarmos no estado do Paraná. Realmente a agricultura do estado é de impressionar.
Quanta riqueza, quanta dinâmica do solo, ele é a riqueza, por este motivo é analisado e tratado. O pH baixo é corrigido, vimos montanhas de calcários dolomíticos para serem incorporados à terra, corrigindo seu pH e melhorando as condições físico – químicas do solo, para não ser degradado pela adubação e os inseticidas. O solo é vivo, é fruto dos vegetais, e dos milhões de microrganismos que o mantem ativo e fértil. Portando, quem queima o solo, não somente mata as árvores e gramíneas, mas degradando um ser cheiro de micro-organismos, que mantem o solo fértil.
O solo tem que ser tratado com toda tecnologia, caso contrário ele morre, vira um deserto. Em Israel, com muita ciência e técnica, conseguiram transformar, desertos em solos produtivos. Na Rússia no período de Nikita Khrushchov, para alcançar a produção de trigo, maior de todo o mundo. Transformaram a região do Karakum em um imenso deserto, exauriram e salinizaram toda a imensa área, que fica ao norte da cordilheira do Himalaia.
Em muitos lugares do Brasil e do mundo, o homem vem sistematicamente degradando o solo. É a derrubada da mata, ou da cobertura original, é a plantação, é o fogo, depois o pasto e mais fogo, a brota, o pasto depois novo fogo, até que o pasto não nutre mais, é o solo degradado.
Alguns quilômetros depois do rio, continua uma plantação exuberante de soja, essa chamou a atenção por possuir uma linda avenida muito grande de flamboaiãs maravilhosos, um quadro marcante na natureza. Entramos na rodovia Pr-323, e passamos por:
Sertanópolis, Entre os anos de 1918 e 1920, as terras férteis do norte do Paraná começaram a atrair inúmeros desbravadores e posseiros, como já dissemos. Porém, foi a partir de 1924 que a área do atual município de Sertanópolis começou a ser povoada. Algumas das famílias vindas do estado de São Paulo tornaram-se proprietárias de terras, aproveitando o regime oficial de colonização, em face da crescente expansão econômica e social de São Paulo, pois viram nas terras de Sertanópolis excelente qualidade para a cultura do café. Com os imensos cafezais, e com a grande produtividade do solo, todo o norte do paraná inicia um ciclo áureo da agricultura.
Esta fotografia desta plantação de trigo é do Google. Mas realmente é uma região maravilhosa, e as plantações se sucedem, uma riqueza para nosso Brasil.
Historicamente: Por esta região também passavam os caminhos do Peabiru, depois foi usado pelos tropeiros. O Rio Tibagi foi muito importante nos séculos anteriores, os índios que colonizavam estas ricas regiões tinham uma cultura diferenciada. Depois vieram os exploradores, que se estabeleceram na região. O rio Tibagi nasce a uma altitude de 1100m, na Serra das Almas, e faz parte da imensa Bacia do Rio Paraná. A região depois foi também percorrida pela rota dos tropeiros, que cruzavam a região.
Imagem típica de um tropeiro cruzado a região dos Campos Gerais do Paraná.
O território da região dos Campos Gerais era habitado por povos indígenas dá grande nação Tupi. A ocupação do território da região dos Campos Gerais iniciou-se na primeira década do século XVIII por colonos portugueses que estabeleceram fazendas e sítios. A partir da segunda metade do século XVIII, tropeiros vindos do Estado de São Paulo passaram pela região. Iniciando a fase do Tropismo.
O Rio Tibagi, nasce no planalto na região de rochas basálticas, na proximidade de Ponta Grossa, corta o estado do Paraná e vai desaguar no Rio Paraná. Sua importância para todo o estado é inquestionável, pois ele propicia água para a irrigação de milhares de hectares ao longo de seu curso. A bacia do rio Tibagi se estende por 41 municípios, cobrindo 25.239 km² no território paranaense. O rio corre por canais meândricos, ou seja, tem um traçado muito sinuoso, isto é, possui curvas pronunciadas, através do processo contínuo de erosão nas margens côncavas e deposição nas convexas. Na maioria de seus meandros, a mata galeria foi preservada, mas em pequenos trechos foi praticamente destruída infelizmente.
Mais ao longe pela na cidade de Sertanópolis, a quantidade de silos para armazenamento das milhões de toneladas de graus colhidos na região, é realmente de impressionar. Na agroindústria somos um dos primeiros do mundo.
Os silos destinados ao armazenamento de grãos são conhecidos como silos graneleiros, e têm, por objetivo, principalmente, manter os grãos secos de modo a evitar a sua deterioração.
Pela quantidade de Silos que vimos em Sertanópolis foi possível avaliar a produção de grãos de toda a região. É uma coisa fenomenal. Estes depósitos existem, não somente nesta cidade, mas em todas as regiões que passamos, não claro, com este grande número, mas eles existem em muitos lugares.
Quilômetros de plantações o agronegócio em evidência, uma riqueza, e uma beleza indescritível. (Foto Google). O que nos chama a atenção nesta fotografia, é o grande talhão de milho, ainda a ser colhido. Nas baixadas as matas das galerias, estão preservadas, isso é respeito a ecologia e produtividade.
Continuamos pela rodovia, Pr-323, até o cruzamento na cidade de Warta.
CIDADE DE WARTA. A colonização da cidade é tipicamente polonesa, iniciada há 80 anos atrás, esta visão da cidade diz muito da origem de seus imigrantes e migrantes de outras etnias. Esta miscigenação de raças e culturas, tornaram o Brasil um pais “sui generes” em seus múltiplos aspectos.
Esta igreja tem um aspecto muito típico, da origem de seu povoamento.
A região de Warta também possui uma quantidade de silos considerável.
Este é o GPS276C, ele tem me acompanhado durante estes últimos 20 anos, ele é completo. No momento ele marca: Estamos parados; considerando minhas duas últimas viagens andamos: 5.291 Km.
Mas na caminhonete S-10, como tudo é mais moderno, viajamos com o MyLink do painel, que é orientado pelo sistema ON Star da Chevrolet. Que possui vário recursos, mostra o caminho, pelo GPS. Nos mantem conectado constantemente durante toda viagem. Tem alarme de pane mecânico. Tem alarme de desastre, se necessário atendimento médico. Mostra também tudo que o GPS pode mostrar. Veremos no final da viagem.
Esta fotografia do Google, diz tudo da região, a maravilha que estão as plantações, em nenhum lugar tem um palmo de terra sem plantação. E a exuberância dos cultivares. Mostrando a correta adubação e cuidados com as pragas, como tudo é feito. Podemos ver também a presença de 9 grandes silos para armazenamentos das colheitas, somente nesta Cooperativa.
Warta. História: Companhia de Terras do Norte do Paraná, durante a colonização de Londrina, reservou através de seu funcionário Engenheiro Inácio Szankoski, terras ao norte do Município de Londrina, para serem colonizadas por poloneses e/ou seus descendentes. Atraídos pela divulgação de uma nova e promissora área a ser colonizada, no boletim polonês LUD, imigrantes poloneses e tchecos de Santa Catarina e Curitiba vieram conhecer a região e perceberam que as terras eram de qualidade melhor que da região que estavam morando. Em 1940, já haviam se instalado na região 30 famílias. No dia 14 de dezembro de 1953 foi criado o Distrito de Warta.
O nome dado pelos poloneses se refere ao rio Warta que fica na área central da Polônia, um afluente do rio Oder. Com um comprimento de aproximadamente 808 quilômetros, é o terceiro rio mais longo do país.
Warta é uma cidade civilizada e rica, digo isso, pela limpeza e a ordem da cidade. O clube voltado para esta represa, é muito bonito e organizado. Realmente acreditamos que essa região paranaense é digna de ser visitada.
São tantas as cidades, pequenas, médias, e grandes, que a gente se perde, nos entrelaçados da estrada ao cruzar seus bairros e trevos, durante o trajeto. Por exemplo, estas cidades pertencem, a região admirativa de Londrina.
Continuamos pela rodovia Pr-323, até Cambé – Londrina, um macro aglomerado populacional. Estive na região na década de 1980, em Londrina, participando de um curso, durante 30 dias, no momento da viagem que por lá passei, veio-me à mente, algumas considerações que acredito históricas e importantes. Considerações gerais: Nas décadas de 1950, 1960, 70, andei por muitas cidades, ou a negócios para meu pai (de caminhão Fargo), ou buscando negócios de Jeep1951. Não vou declinar as dezenas de cidades que andei, nas regiões da Mogiana, Sorocabana, Paulista. Meu pai vendia mudas tinha um viveiro grande, vendia adubo e produtos para a lavoura.
Quando saia de uma cidade, passava por dezenas de sítios, que tinham nome e personalidade. Era o sítio do Polimante, dos Ranzanes, dos Scurssulins, do Soares, do Malafati, do Consulim, até chegar ao destino eram 6 até 7 porteiras de divisa. Algumas já com mata-burros ao lado. Plantavam de tudo, tinham uma vaquinha de leite, um pomar, uma horta, orgulho de 5.000 pés de café. Tinham grandes famílias, as famosas enxadas, para tocar a roça, dava-se um grande valor ao dono ou colono. Era uma população rural significativa e muito respeitada.
Hoje, onde estão todo este povo? Poucos conseguiram sair, estudar e hoje são bons profissionais. Mas a imensa maioria, “colonizaram” a periferia das grandes cidades, até muitos foram parar em favelas assim, quando admiro estas grandes plantações, me emociono muito! Mas lá no fundo do meu coração, penso, onde estão as cercas de arame? Onde estão as divisas das terras? Onde estão os homens da lavoura? Onde estão os orgulhosos sitiantes?
As pequenas propriedades foram fagocitadas pelas grandes propriedades, e grandes companhias. As cercas substituídas pelos números do GPS. Os homens substituídos pelas maravilhosas máquinas. Uma colheitadeira com 1 tratorista, vale por 100 homens. Bem, tivemos no século retrasado a Revolução Industrial, agora temos a revolução no Agronegócio, é a evolução, mas traz uma grande nostalgia dos tempos passados. Hoje no Brasil, temos 13 milhões de desempregados, o que será no futuro?
Para terminar, como dizia um jornalista: As cidades não crescem, elas apenas incham!
Vamos deixar estes pensamentos de lado e continuar a viagem, pois temos chão pela frente. Emocionados passamos por Rolândia e Arapongas. Permanecendo na rodovia Pr-369, ainda vimos muitas maravilhas da região.
ROLÂNDIA. Não resta dúvida que Rolândia é uma ótima cidade, elas como outras do Brasil são verdadeiras ilhas, cercadas de plantações por todos os lados. O nome Rolândia é derivado de Roland, lendário guerreiro medieval que para os alemães era símbolo de “Liberdade e Justiça”.
Esta entrada da cidade, não resta dúvida a ninguém, o capricho e o sentimento de cidadania que seus habitantes possuem. A entrada diz muito de seus moradores.
Pequeno histórico de Rolândia: Rolândia foi fundada pela “Companhia de Terras Norte do Paraná”, subsidiária da “Paraná Plantation Ltda.”, cujos donos eram ingleses. No dia 29 de junho de 1934, iniciou-se a construção da primeira casa no perímetro urbano, o Hotel Rolândia. Daí para frente, as construções se sucederam e uma próspera vila emergiu onde era mata. Nascia Rolândia.
A fama da fertilidade da “terra roxa” se espalhou por todos os rincões do país e o Norte do Paraná ficou sendo conhecido como a Canaã brasileira. Logo, mineiros, paulistas e filhos de imigrantes alemães radicados em Santa Catarina e Rio Grande do Sul estavam povoando e construindo Rolândia.
Uma linda plantação na área urbana da cidade, podemos observar, a preservação de velhos bambuais, e dentro da cidade a grande quantidade de árvores maduras, principalmente em uma nascente no meio da cidade, fotografia do Google.
ARAPONGAS. Tem sua história muito semelhante a Rolândia. Situado na região do Norte do Paraná, nasceu por iniciativa da Companhia de Terras Norte do Paraná, pioneira no povoamento da região. Assim como as cidades fundadas pela companhia, teve todo o seu desenvolvimento baseado em um plano diretor. Seu idealizador e fundador foi William da Fonseca Davids, diretor da Companhia de Terras Norte do Paraná, que na época da fundação de Arapongas exercia o cargo de Prefeito Municipal de Londrina.
Contornamos a cidade pelo lado oeste, por um bem cuidado anel viário, o que facilitou muito a viagem, para prosseguirmos pela rodovia Pr-444. O marco da cidade é perfeito, e muito bem feito, não dá para cruzar a cidade sem saber: Estamos em Arapongas!
Esta fotografia do Google, mostra a beleza das terras roxas de Arapongas, e a riqueza de suas plantações.
Araponga, é o nome de uma ave branca pequena, média 250g, muito comum na Amazônia e na mata Atlântica. Ela é o pássaro mais barulhento do mundo é brasileiro. Seu canto é ouvido a longas distâncias nas matas. Mais parece um ferreiro feroz, martelando uma bigorna.
MANDAGUARI. Durante a Segunda Guerra Mundial as cidades que tinham o nome de origem alemã foram substituídas. Por acharem que Lovat era de origem germânica, o patrimônio de Lovat teve o nome alterado para Patrimônio Mandaguari. O nome Mandaguari tem origem indígena, que designava uma espécie de abelha existente na região.
Uma das vistas da viagem da região de Londrina, a cidade mais importante e comarca dos municípios.
Este mapa mostra claramente, a passagem por Arapongas, depois contornando Mandaqui e Marialva e depois pegando o anel viário que passa pelo sul de Maringá. É uma das regiões mais ricas do estado, tudo muito bem planejado, ficamos admirados dos lugares que passamos.
Este vale na saída de Mandaguari nos chamou muita a atenção, pela sua harmonia e beleza. A pastaria verde, com alguns pontos brancos, dos nelores pastando. Dicotiledônias, colocadas ao acaso na pastaria, enfeitam o ambiente. E, pela forma de sua base de folhas, mostram que o gado, como rotina, apara suas folhas mais baixas, deixando o limite inferior das árvores muito bem delimitados.
No vale corre um riacho, cuja mata galeria exuberante nos impressionou muito, assim como as flores dos ipês, já no fim de sua florada. Incrível quanto esta fotografia mostra do lugar.
MARIALVA. É um município brasileiro do Estado do Paraná. Localiza-se na Região Norte-Central, à leste de Maringá e é conhecido como a “capital da uva fina”. Sua população estimada em 2014 era de 34.096 habitantes, conforme dados de IBGE.
Na entrada da cidade tem um imenso cacho de uvas. Muito bem feito, pois ele mostra, que, mesmo em um cacho de uva nem todas frutas amadurecem ao mesmo tempo. Este fato acontece com todas as frutas, é biologicamente importante, para a proliferação dos espécimes.
Contornamos a cidade, por um anel viário, por sinal tudo muito bem organizado e no trevo da saída, mais uma surpresa.
Outro imenso cacho de uvas na saída. Havia um grande entreposto para venda de uvas, como estávamos um pouco atrasados passamos diretos, sob protesto veemente da Any.
Seguimos pela Br-376 diretos para:
MARINGÁ. É um município brasileiro do estado do Paraná, sendo uma cidade média-grande planejada e de urbanização recente. É a terceira maior do estado e a sétima da região sul do Brasil em relação a sua população, destacando-se pela qualidade de vida oferecida a seus moradores e por ser um importante entroncamento rodoviário regional. É considerada uma das cidades mais arborizadas e limpas do país.
O significado da palavra Maringá, diz respeito a uma cor específica de um boi: Com o coro branco e manchas pretas.
Realmente é uma cidade muito bem planejada, e arborizada. No centro da cidade tem um lago, com direito a uma cascata. A fotografia é do Google.
Continuamos a viajem pela rodovia Pr-317. Com destino a Campo Mourão, passando por Engenheiro Beltrão e Peabiru.
ENGENHEIRO BELTÃO: A Cidade, teve origem na venda das terras onde atualmente se localiza a comarca de Engenheiro Beltrão foi a Sociedade Técnica e Colonizadora Engenheiro Beltrão. O nome do município foi adotado em 1949 para denominar o povoado, e foi homenagem ao então diretor da colonizadora Dr. Duílio Trevisan Beltrão.
A entrada da cidade é bem sinalizada.
Na passagem pela cidade, encontramos no acostamento uma maravilhosa feira de múltiplos produtos artesanais.
Tenho visto muitas feiras por tudo o Brasil, Alto Araguaia, Br-116, Campo Grande distrito dos índios Terenas, Rio Brilhante MS, contudo esta feira foi uma das maiores que já passei.
Chegamos a cidade que deu o nome a esta viagem, Caminhos de Peabiru, pela importância do significado, e o desconhecimento do fato, acreditamos ser oportuno estarmos nesta histórica e importante cidade do Pará.
PEABIRU. Foi com satisfação e emoção que chegamos a esperada cidade de Peabiru. Cidade esta que praticamente deu sentido a nossa grande viagem, pelo Sul do Brasil. A existência das Trilhas ou Caminhos do Peabiru, é cristalizada na existência desta cidade, que nasceu da trilha histórica, com muitos séculos e séculos de existência.
Entrada da cidade.
Historicamente a localização da cidade é de muita importância. Pois este caminho está intimamente ligado as grandes civilizações que existiram na América, no Período Pré-Colombiano. Há indiscutivelmente uma relação entre nossos povos antepassados, a partir de 10.000 anos antes de Cristo, e as civilizações do império Incaico, entre outros povos da América do Sul. Centenas de estudos, comprovaram esta importância.
Referência Google. “Segundo alguns pesquisadores, Peabiru tem sua história ligada ao antigo “Caminho de Peabiru” percorrido por indígenas que ligava os oceanos Atlântico ao Pacífico. A cidade também é uma das mais antigas da região e tem como base econômica a agricultura. Por muito tempo houve o esforço de reforçar o turismo na localidade a partir do famoso “Caminho de Peabiru”, porém infelizmente perdeu força por questões ideológicas dos grupos envolvidos. Agora nos últimos anos está voltando com força total! ”
Este mapa das trilhas, ou diria dos caminhos dos índios, somente pode ser feito pelo esforço dos historiadores e pesquisadores, pois com o passar do tempo, depois que os bandeirantes e jesuítas, os usaram, estradas foram abertas, muitas seguindo as velhas trilhas, terrenos foram arados, matas galerias das “estradas” foram destruídas, somente alguns pisos de pedra, ou trilhas em grandes rampas foram descobertas.
Contudo, é importantíssimo declinar, que os melhores lugares, onde as tribos haviam se instalado, pois havia ótimas terras, piscosos rios, cachoeiras, enfim a existência de mananciais de água, ali surgiram nossas cidades, pequenas ou grandes, elas geralmente estão nas rotas, ou próximas A ESTRADA DO PEABIRU.
História do Caminho de Peabiru
A origem da trilha que ligava o oceano Atlântico ao Pacifico ainda está sendo estudada pelos pesquisadores da área. Muitos acreditam que a rota foi traçada pelos povos que habitam a região há milênios atrás. Inclusive, o trajeto foi muito utilizado pelos povos incas. Durante o período pré-colonial, as trilhas foram utilizadas para desbravar essas regiões. Portanto, o caminho possui uma grande importância para a colonização do Sul do nosso país, pois permitia o acesso a diversos pontos, importantíssimos em todos os sentidos.
CAMINHO DE PIABIRU: Os peabiru (na língua tupi, “pe” – caminho; “abiru” – gramado amassado) são antigos caminhos utilizados pelos indígenas sul-americanos desde muito antes do descobrimento pelos europeus, ligando o litoral ao interior do continente. A designação Caminho do Peabiru foi empregada pela primeira vez pelo jesuíta Pedro Lozano em sua obra “História da Conquista do Paraguai, Rio da Prata e Tucumán“, no início do século XVIII. Outras fontes, no entanto, dizem que o termo já era utilizado em São Vicente logo após o descobrimento do Brasil pelos portugueses, em 1500.
O principal destes caminhos, denominado Caminho do Peabiru, constituía-se em uma via que ligava os Andes ao Oceano Atlântico. Mais precisamente, Cusco, no Peru (embora talvez se estendesse até o oceano Pacífico), ao litoral brasileiro na altura da Capitania de São Vicente no estado de São Paulo, estendendo-se por cerca de 3000 quilômetros, atravessando os territórios dos atuais Peru, Bolívia, Paraguai e Brasil. Segundo os relatos históricos, o caminho passava pelas regiões das atuais cidades de Assunção, Foz do Iguaçu, Alto Piquiri, Ivaí, Tibagi, Botucatu, Sorocaba e São Paulo até chegar à região da atual cidade de São Vicente. Ainda havia outros ramos do caminho que terminavam nas regiões das atuais cidades de Cananeia e Florianópolis.
Em território brasileiro, um de seus traços ou ramais era a chamada Trilha dos Tupiniquins, no litoral de São Vicente, que passava por Cubatão e por São Paulo, em lugares posteriormente conhecidos como o Pátio do Colégio e rua Direita; cruzava o Vale do Anhangabaú; seguia pelo traçado que hoje é o das avenidas Consolação e Rebouças; e cruzava o rio Pinheiros. Outro ramal partia de Cananeia. Ramificações adicionais partiam do litoral dos atuais estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul (Google).
Hoje, apenas pequenos trechos do Caminho de Peabiru resistiram ao tempo. Região da caverna do Diabo, na reserva de Jacupiranga.
Do Peabiru à Trilha Inca, caminhos que conectam as unidades de conservação da América do Sul. Por. Pedro da Cunha e Menezes.
Cominho do Peabiru a busca pelo EL DOURADO, nos Andes.
Estes dois esportistas, estão saindo de Eng. Beltrão para a cidade de Peabiru, neste ponto estão na foto do Google, mostrando o asfalto e o antigo caminho de terra, que antes era a trilha, a rodovia em linha reta, mas vai cortando as curvas da primitiva estrada, ora bem a direita, ora a esquerda. Às vezes se distanciando, mas o ponto final é sempre o mesmo.
A existências dos caminhos primitivos, é muito pouco difundido nas narrativas, principalmente dos Bandeirantes e das Entradas, elas sempre mostram os desbravadores, com grandes facões cortando as árvores em suas penetrações. Nunca usaram uma bússola, não tinham navegadores, como andar centenas de quilômetros na mata? É impossível, sem um guia que conhecesse as trilhas e caminhos, ou sob orientação seguir o curso dos importantes rios.
Conta em seu inesquecível livro, desbravador Junqueira, que seguindo o rio Tietê, Paraná, Sucuriú, e Coxim, para chegar ao Pantanal e região aurífera de Poconé, sua caravana passou por 524 corredeiras e cachoeiras, cujos batelões tiveram que ser levados por terra.
São páginas memoráveis da conquista dos sertões, que poderiam ser melhor descritas, exploras, e valorizadas por todos estudantes. Talvez ainda teremos oportunidade, de conhecer o passado e valorizarmos mais o presente.
Continuando nossa viagem logo chegamos ao rio IVAÍ.
O rio Ivaí banha o estado do Paraná. Nasce no município de Prudentópolis, na região centro-sul do estado do Paraná, através da confluência de dois rios. Após percorrer vários municípios do estado do Paraná, o rio Ivaí desagua em um braço do rio Paraná. É um dos grandes rios paranaenses. A confluência de suas águas com as do rio Paraná exibe o fenômeno de instabilidade hidrodinâmica com formação de vórtices semelhantes aos observados na junção dos rios Negro e Solimões, na formação do rio Amazonas, popularmente conhecido como o encontro das águas. As águas vermelhas do rio é uma de suas características. Depois do Rio cruzamos com esta feira na beirada da estrada, cidade Ivailândia.
Os produtos são semelhantes, mas a primeira feira que passamos era muito maior e mais completa.
Na década de 1950, esta região era o sonho de muitos grandes fazendeiros de minha região, Mogiana Ribeirão Preto, conheci um Marques, que comprou 1.000 alqueires na região. Abriu a fazenda de colonião para engorda de bois. Na década de 1970, com certeza, achou que plantar gramínea para engorda no latossolo desta terra era perder terreno. Partiu para região de Novirai Ms., onde trocou os 1.000 al., por 3.500 al., naquela região, para engordar seus bois nelores. Por estes motivos podemos ver como essas terras eram e são valorizadas.
CAMPO MOURÃO.
História. Em primeiro lugar em importância, a região era a sede da grande nação GUARANI.
A região dos “Campos” bordejados pelas matas Atlântica e das Araucárias, sede da Nação Guarani, começou a ser visitada pelos jesuítas espanhóis entre 1524 e 1541 e pelos bandeirantes paulistas a partir de 1628. A região pertenceu à antiga possessão espanhola chamada Província do Guairá, com capital em Assunção, hoje Paraguai. Em 1765 começou a ser vasculhada por milícias do governo da capitania de São Paulo, que denominaram o vale descampado entre os rios Ivaí e Piquiri, de “Campos do Mourão”, em homenagem ao governador da capitania de São Paulo, Dom Luís António de Sousa Botelho e Mourão.
Este é o traçado desta típica área, que era ocupada pelas tribos da grande nação Guarani. Não era sem motivo, pois é uma região de topografia “sui generis”, são números suaves vales, onde ao fundo matas ciliares, arrematam os meandros dos riachos. Nos platôs a terra fértil propicia uma eficiente agricultura.
Nesta fotografia procuramos documentar a rica agricultura da região. Na linha do horizonte a cidade de Campo Mourão. As linhas das plantações de soja, se perdendo nas distâncias do espaço. A cor verde escura dos cultivares atestam sua sanidade e exuberância, consequentemente com alta produtividade.
Antes da entrada da cidade, pegamos a Rodovia dos Contornos, um trevo, que une a Br-360/Br-158, que é um anel viário da região Este da cidade. É um município brasileiro do estado do Paraná situado entre Cianorte, Goioerê, Cascavel e Maringá. Sua população, conforme estimativas do IBGE de agosto de 2019, era de 94 859 habitantes. O município é predominantemente agrícola, tem no plantio de soja e milho seus principais produtos agrícolas, sendo sede da maior cooperativa do Brasil e a terceira maior do mundo; a Coamo, e outras empresas de grande porte.
No Google, existe esta bela fotografia, tirada a noite da cidade.
Apresentação da COAMA: Fundada em 28 de novembro de 1970, por um grupo de 79 agricultores em Campo Mourão, na região Centro-Oeste do Estado do Paraná, a Coamo é uma cooperativa forte que garante segurança e solidez, e promove o desenvolvimento econômico, técnico, educacional e social dos seus associados. A cooperativa conta com 110 unidades localizadas em 71 Municípios nos Estados do Paraná, Santa Catarina e Mato Grosso do Sul, para recebimento da produção agrícola dos mais de 29 mil associados. Na Coamo, os 7.938 funcionários efetivos, com suas competências funcionais, são responsáveis pela condução das operações e atividades da cooperativa.
Continuamos na Br-369, com destino a Cascavel. As grandes retas no planalto, foram substituídas, por alguns vales com curvas não pronunciadas. Logo passamos pela cidade de:
JURANDA. É um município brasileiro do estado do Paraná. Fica situada na Região da cidade de Goioerê.
Entrada da vizinha cidade, onde ipês brancos enfeitam a avenida.
Segundo as lendas, a denominação da cidade surgiu pelo fato de, em 1945, ter sido aprisionada, na região, uma índia que se chamava Juranda. Ocorre que, em cativeiro, a índia fora acometida de grande solidão e, por sentir enorme saudades de sua tribo e de seus familiares, acabou perecendo. A partir de então, o local ficou conhecido a terra da índia Juranda.
Esta é a entrada da cidade, passamos por lá já no pôr do sol.
A pequena cidade, tem um certo ar mítico, talvez em virtude do nome. Mas na realidade ela é uma ilha cercada de belíssimas plantações por todos os lados. Nessa fotografia do Google Earth, podemos verificar os vales por onde riachos marcam limites, e dão vida ao ambiente.
UBITARÃ. Ubiratã é um município do estado do Paraná, que se situa na Microrregião de Goioerê. Sua população estimada em 2019 era de 21 013 habitantes.
Ao chegamos à cidade ficamos em expectativa pela simbologia do nome, relacionado aos índios Tupi.
Uma entrada de cidade com a característica moderna, para nós foi surpresa.
Nossa agradável surpresa foi ver esta construção muito moderna e futurística. É a evolução, antes os índios, achados pré-históricos de épocas do paleolítico, e agora o futuro, parabéns Ubiratã.
Ubiratã: Significa “lança forte”, “pau rijo” ou “tacape forte”. Esse era o nome dado pelos índios ao pau-ferro. A origem do nome Ubiratã é o tupi. Esta imagem tem significado com o índio coragem e liderança.
Em toda macrorregião da cidade existem sítios arqueológicos, que mostram a ocupação de todas áreas por várias etnias de povos primitivos, isto há mais de 10.000anos AC.
Na região existem numerosos achados, de múltiplos artefatos do período Neolítico, é também chamado de idade da Pedro Polida, foi o período da Pré-História em que ocorreu a Revolução Agrícola. Neolítico é um período da Pré-História da Humanidade, compreendida entre 10.00 a.C., a 4.000 a.C. Neolítico, significa “pedra nova”.
O histórico de toda a região é muito rico e importantíssimo, para entendermos, a própria história do Brasil. Como o tratado de Tordesilhas, onde os Espanhóis, ocupavam estas regiões, mas os Bandeirantes, as Bandeiras e os aventureiros, caminhando para oeste, pelas famosas trilhas dos Peabiru, expandiram nossas divisas, que no final do século XIX, pela competência do Barão do Rio Branco, elas foram delimitadas, dando ao Brasil o grande território que temos hoje. É uma epopeia de grandes desbravadores.
A região oeste do atual estado do Paraná vem sendo ocupada por grupos humanos, por incrível que pareça, há pelo menos 10.000 anos. Já faziam com maestria diversos tipos de instrumentos líticos, como machados, buris, raspadores, percutores e pontas de flechas. Posteriormente, com o avanço das florestas em um período mais quente e úmido, a cerca de 7.000 anos atrás, são encontradas ferramentas de pedra mais elaborados. Esses conjuntos de instrumentos líticos – embora com variações – já foram identificados em diversos sítios arqueológicos da região Sul e Sudeste, sendo, portanto, bastante difundidos entre diversos grupos ameríndios. Os sítios arqueológicos Piramboia e Sinop 2, localizados em Ubiratã e conhecidos entre os pesquisadores como oficinas líticas, são exemplos de áreas onde se obtinha matéria-prima e se produzia as citadas ferramentas de pedra. Os vestígios identificados nesses sítios, são exemplos de como a região apresentava condições favoráveis para o assentamento dos povos, ao longo de dezenas de séculos.
Primeiro, Tiranossauros Rex, segundo um fóssil de Futabasaurus. Inseto preso no âmbar. De um pedaço de Tiranossauro, preso em um âmbar que iniciou todos os filmes sobre o tema.
Alguns quilômetros depois de Ubiratã, cruzamos o famoso Rio Piquiri, um momento muito importante de nossa viagem. Pois ele como o Rio Tietê, nascem perto do mar e correm para o interior, desaguando no Rio Paraná. Assim ele, teve um papel importantíssimo, no deslocamento de conquistadores, das cidades perto do Atlântico, para o interior do continente americano. Pode ser considerado uma das Trilha do Peabiru, para os caminhos do interior da América.
Hoje o rio é importantíssimo para a irrigação das lavouras, e captação de água para muitas cidades. O significado de Piquiri é rio de peixe pequeno.
Conheci dois grandes pecuaristas, em Dourados MS, Villela & Villela, já no ano de 1960, que falavam muito bem de suas grandes invernadas no médio Piquiri. Sempre que passo pela região, isto é, 60 anos depois, recordo o conhecimento e a perspicácia daqueles desbravadores, que estavam conversando no famoso restaurante da Figueira em Dourados.
Seu curso, do Rio Piquiri, alimentava, em 2012, um total de 15 usinas hidrelétricas. A principal atividade econômica na região é a agropecuária, com destaque às culturas da soja, mandioca, cana-de-açúcar e milho.
Devido a topografia, começam a aparecer algumas pequenas propriedades, os chamados sítios, que não víamos a centenas de quilômetros, deste Ribeirão Preto. Onde o que impera são as grandes propriedades e companhias do agronegócio.
Continuamos pela Br-369, e passamos por uma pequena cidade, de nome muito significativo: OURO VERDE DO PIQUIRI. Um nome muito significativo, pela região estar no vale do rio e ser uma área de agricultores típicos, eu creio. A tarde se adiantava, o sol as vezes se ocultava nas colinas, produzindo uma silhueta de sombras, nas curvas, no meio do capão de matas, já era de escuridão. Os faróis da S-10 acendiam automaticamente.
Em uma curva, apreciamos esta paisagem, onde a luz no horizonte alongava as sombras, e dava vida às flores. Como deslocávamos as sombras se moviam, dando vida ao ambiente.
CORBÉLIA. É uma cidade próspera e nova, fundada em 1953, seu nome significa uma cesta de flores (imagens Google). Os habitantes primitivos da região foram os índios caingangues. Na década de 40, no início da colonização da região chegaram as primeiras famílias dos pioneiros vindos de diversas localidades do país. O crescimento da cidade foi relativamente rápido, de 2.252 habitantes em 60, evoluiu para39.834 em 70.Enquanto todas as ruas são denominadas com nomes de flores, para simbolizarem uma Corbélia.
CASCAVEL. É uma cidade consideravelmente nova e com topografia privilegiada, teve seu desenvolvimento planejado, o que lhe deu ruas largas e bairros bem distribuídos.
História. Os índios caingangues povoavam a região Oeste do Paraná, que teve a ocupação iniciada pelos espanhóis em 1557, quando fundaram a Ciudad Real del Guahyrá
A história da cidade é muito rica e importante, que poderia ser descrita em alguns ciclos.
Ciclo da erva mate. Histórico da Erva–Mate. Os primeiros a fazerem uso da erva–mate foram os índios Guaranis, que habitavam a região definida pelas bacias dos rios Paraná, Paraguai e Uruguai, na época da chegada dos colonizadores espanhóis. Os índios apenas passavam os ramos da erva–mate sobre as chamas de uma fogueira. Grandes empresas surgiram processando a erva, nesta região, assim como no Sul de Mato Grosso, na região entre Dourados, MS e Ponta Porã. Que manipulavam o famoso “Chá Mate Leão”, a firma se chamava Erva Mate Laranjeiras. No ano de 1965, estive visitando esta fazenda e indústria, no município de Dourados. Geravam muita riqueza.
Da metade do século XVI até 1632 a extração de erva-mate era a atividade econômica mais importante da Província Del Guairá, território que abrangia praticamente o Paraná, e o Sul de MS. No Paraná foram fundadas 3 cidades espanholas e 15 reduções jesuíticas. Que deram origem a várias cidades atuais.
Os índios Guaranis, acreditavam na lenda, que a primeira planta de erva mate, havia sido dado a um velho guerreiro, já sem forças, para que ele voltasse a ser forte pelo deus Tupã.
A erva-mate, também chamada mate ou congonha, é uma árvore da família das aquifoliáceas, originária da região subtropical da América do Sul. É consumida como chá mate, chimarrão ou tereré no Brasil, no Paraguai, na Argentina, no Uruguai, na Bolívia e no Chile.
A primeira imagem são as folhas da erva mate. Na segunda, a bomba ou cuia, onde principalmente sulinos tomam o chá, na forma de chimarrão com água quente, ou tereré com água gelada. A última fotografia é de uma plantação industrial de erva mata. Em nossa viagem pelo Sul, vimos muitas pessoas, com bolsas próprias para carregarem sua bebida, em todos os lugares de trabalho ou passeio.
Ciclo do Tropeirismo. Foi uma atividade fundamental em todo o Brasil. Nestas regiões a ocupação se deram a partir de 1730 e os tropeiros, conduzindo seus muares ensinados e valentes, transportavam todas as riquezas e despesas por todas estas regiões. Há tempo, o muar, ou mula, é um animal híbrido, proveniente do cruzamento de uma égua com um jumento. O hibrido, não se reproduz, mas torna-se um animal muito resistente para todo tipo de lida.
Uma mula premiada como esta é muito importante e vale muito dinheiro. Não tanto como um cavalo, pois ela não se reproduz, é um animal híbrido.
Os tropeiros, como os boiadeiros, em décadas ou séculos passados, eram muito importantes, eles levavam as notícias, e as mercadorias, para todo este interior do Brasil ainda inexplorado pelo homem branco. Ao longe, distante, quando a poeira da tropa, manchava o azul do céu, todos nos lugares se agitavam. Era a comitiva do “fulano” que vinha. Todas tinham nomes: do Romão, do Zé Raposa, do Tonhão, do Marcão e assim por diante.
Segue mapa tropeiros. Este é um mapa esquemático muito importante, feito após muitos relatos e estudos, por várias equipes de pesquisadores e historiadores. Ele mostra a rota das tropas que se dirigiam ao sul do pais, até o Uruguai e limites da Argentina. Em nossa grande viagem, procuramos, dentro das possibilidades, percorrer as mesmas grandes regiões, verificando seus terrenos, seus rios, natureza do solo e topografia. Pudemos avaliar o grande esforço que teve ter sido aos desbravadores, levar a linha do famoso Tratado das Tordesilhas, às fronteiras que temos hoje. Os Caminhos dos tropeiros, seguem as estradas dos índios, e os Caminhos do PEABIRU.
A condução de uma tropa era uma coisa muito séria, tinha que haver uma grande organização. O chefe da comitiva, tinha a mesma autoridade, que um comandante de um Boeing ou navio, sua palavra era lei.
- Tinha que ter um conhecimento muito grande das rotas, os caminhos, as aguadas para abastecimento de água e bebida aos animais, conhecimentos dos bandidos que por vezes assaltavam as tropas e finalmente o cálculo para a chegada aos pousos certos. A casinha branca, era um dos milhares de pousos, que viraram cidades. Conheci na região de Dracena, mais precisamente perto de Panorama, um comandante de tropas e boiadas. O Romão, mestiço de grande porte, chapéu largo na cabeça, lenço preso no pescoço com a cabeça de um boi caracu esculpido em chifre, guaiaca larga de couro já bem gasta, onde prendia uma faca gaúcha do lado direito, atravessada, apenas com o cabo de prata para fora, e um revolver Smith US 38 no lado direito.
- Segundo e muito fundamental, uma tropa de mulas, em ótimo estado de saúde e o mais importante, treinadas. Pela manhã, antes da saída, ninguém ficava correndo atrás dos animais, era apenas um comando do chefe tropeiro e todas as mulas perfilavam, como soldados treinados. Aí os animais eram carregados ou arreados, para a longa caminhada. A média eram 25 Km dia.
O número de animais dependia da carga a ser levada e da distância.
- O cozinheiro, era a figura querido por todos. Pois no raiar do dia a comida já estava pronta, algumas regiões ela era chamada de quebra-torto (era o café da manhã): Carne bem-feita assada com farinha, arroz grosso com toucinho, uma abobra cozida ou outra coisa qualquer. Em algum pouso dava para comprar um frango ou porco e o cardápio mudava.
O cozinheiro era figura respeitada, saída na frente para acertar o pouso, e providenciar a janta. Nas bruacas de suas mulas iam todas as traias de cozinha, mais os mantimentos.
- Todos davam uma mão ao cozinheiro, pois ele o primeiro a sair, ia até o próximo pouso, para fazer a janta. Era uma arte ser o cozinheiro, pois as condições de trabalho eram precárias, desde a dificuldade de acender o fogo, até o finalmente de lavar os “trens” da cozinha.
- Ai, todos organizados, iniciavam a cavalgada. A vigem as vezes poderia durar até meses. Por exemplo Sorocaba a cidade de Rio Grande, mais de 2.000Km.
Com o tropeirismo, utilizando um bem localizado pouso chamado Cascavel, houve atração para novos habitantes, e a chegada de sertanejos na área atual não demorou. Assim começou a colonização. Confirmou a importância no final da década de 1910, por colonos caboclos e descendentes de imigrantes eslavos, no auge do ciclo da erva-mate.
Ciclo da Madeira. Na década de 1930, com o ciclo da erva-mate declinou. Com maior ocupação da área por pastagens, deve início ao chamado ciclo da madeira, o que atraiu grande número de famílias. Na medida em que as matas nativas eram esgotadas, o extrativismo cedia lugar ao setor agropecuário, que embasa a economia até os dias atuais. O ciclo da madeira foi muito longo, pois as florestas eram vastas, e os pinheiros do paraná faziam a diferença pelas suas características. As madeiras de lei eram abundantes nas matas, e o famoso pinho do Paraná propiciava amplas aplicações. Com o declínio da produção da erva mate, nas décadas do início do século XX, a extração de mateira foi se expandindo já no final do século XIX e no século seguinte.
A retirada das madeiras foi sem critério de preservação, pois praticamente toda mata foi cortada, sobrando poucas reservas, a maior que sobrou foi a do Iguaçu.
Encerrado o ciclo da madeira, no final da década de 1970, a industrialização teve um impulso, concomitantemente com o aumento da atividade agropecuária, do comércio e da prestação de serviços.
Em menos de seis décadas, Cascavel passou de um ponto de parada e descanso de viajantes e tropeiros para o maior município do Oeste do Paraná e um dos maiores polos econômicos da região Sul do Brasil.
Vista parcial do centro (Parque Vitória).
História do nome. Segundo a lenda, o nome do município surgiu quando tropeiros pernoitavam nos arredores de um rio e ouviram o forte som de uma cobra cascavel. Após buscas, encontraram e mataram o animal. Tal fato fez com que o local ficasse conhecido como Pouso da Cascavel.
Chegamos em Cascavel a noite.
Achamos tudo muito bem iluminado. O sol poente, criava uma bela imagem, neste entardecer. O oriente era nosso rumo, mas aos poucos a noite caio como um mato escuro, envolvendo a pista, onde os faróis dos veículos traçavam rotas.
Depois de 1.000Km andados chegamos a iluminada Cascavel, hoje uma grande cidade. Depois de contornamos a cidade pelo Sul, pegamos a rodovia Br-277, para Foz do Iguaçu.
Esta imagem mostra a tela do GPC-276C e o MYLINK da S-10. No primeiro mostra que estamos 80,8 Km/h, nos aproximando da primeira cidade depois de Cascavel, Santa Rita do Itaipu. No primeiro faltam 19 Km para a chegada no Mylink faltam 17 Km, a entrada para a cidade está a 14 Km. Temperatura 27°C., já observamos o reservatório da UHE de ITAIPU.
CHEGADA EM FOZ DO IGUAÇU. 28-11-2019 AS 22:15H.
Felicidade, as 22:15h já estávamos no Hotel Villa Foz Hotel, com tranquilidade. Somente alegria.
Depois de andarmos mais de 1.000 Km, sem nenhum problema, agradecemos a Deus pela viajem.
No dia seguinte, fomos para a cidade do Leste, no Paraguai.
Saímos bem cedo, alugamos uma van, de pessoas já acostumadas levar turistas ao Paraguai. Nossa intenção não era fazer grandes compras, mas apenas “passear” nas lojas. O Jó queria comprar um drone, eu acabei comprando um também.
Há muitos anos fui algumas vezes a esta cidade paraguaia, antigamente se chamava Porto Stroessner, em homenagem ao ditador do país no período de 1954 a 1989. Depois a cidade cresceu imensamente, pelo comércio e pela construção da Usina de Itaipu. Quando passei pela cidade em 1975, de automóvel, era apenas uma rua, com pouco movimento. Tanto é que resolvi, seguir de carro até a capital Assunção. Já em 1978 fui com meu avião PT-NDK, Corisco, até as cataratas e depois fui para Assunção, quando sobrevoei o famoso Lago de Ypacaraí, na época era azul e limpo, dando origem a várias canções. Infelizmente hoje é um lago poluído com coliformes fecais e metais pesados. Perdeu seu chame.
Hoje, a cidade, se chama Cidade Del Este, tem um movimento incrível, guiar lá na cidade, é na base de quem tem coragem passa. Andamos por muitas lojas, como verdadeiros turistas “caipiras”, compramos o de sempre, com exceção dos drones. Que por sinal, fui levado na conversa e comprei um que não funcionou.
Fomos em muitos lugares na Cidade do Leste, mas em nenhum lugar achamos tão bonito como o Shopping Paris, tudo é muito bonito e luxuoso. Parece até que estamos em um país de primeiro mundo.
Este é um mapa da região de Foz do Iguaçu, mostrando: Ponte da Amizade, Shopping Paris, entre tantas outras localidades, separadas pelo grande Rio Paraná.
Aí estamos, eu e o Jó, como se estivéssemos em Paris, na frente da torre Eiffel. É sonhar e continuarmos felizes.
O Jó e a Ju aproveitaram muito, a felicidade é contagiante, depois de um tempo sentimos uma grande alegria por estar ali.
Natal no Paraguai, uma profusão de luzes e cores, chama a alegria, desperta a imaginação. A torre Eiffel iluminada nos faz recordar Paris, de tempos melhores. Hoje nos contentamos com a imagem da cidade em uma loja, por sinal muito bonita e imensa.
A Ju e o Jó, ótimos companheiros de viagem, sempre uma alegria imensa em estar passeando.
No horizonte a cidade de Foz do Iguaçu, visto da janela do Shopping. As luzes se misturam, no espaço das divisas. Tudo nos leva a um sonho de imaginações. Nos sentimos importantes, com o pensamento, flanando pelas ondas multicoloridas das luzes, que preenchem o espaço, indo até o céu. É incrível.
Pensamento! Pensamento! Onde está seu limite? Se a imaginação não se detém! Se tudo impulsiona o sonho, dando asas à imaginação! Asas da mente, que nos elevam cada vez mais, tornando nossa existência uma aventura espetacular e emocionante, tornando nossa existência realmente uma realização espiritual.
Incrível essa visão: A mata exuberante, a cidade e o grande rio Paraná, cujas águas acabaram de movimentar as imensas turbinas da UHE, de Itaipu, gerando 103.000 milhões de KW, tornando a maior hidroelétrica do mundo. A floresta galeria, está enfeitada por ipês, cor de rosa, por um imenso guapuruvu amarelo.
Voltamos felizes para Foz do Iguaçu.
A noite saímos para jantar, e nos deparamos com esta homenagem à cidade, achamos oportuno documentar o fato. Ao redor do hotel que ficamos, existem muitos restaurantes, o que facilitou muito nossa noite gastronômica na cidade.
No outro dia, fomos fazer o passeio tão esperado, isto é, rever as Cataratas do Iguaçu. Por coincidência este dia, coincidiu ter, o maior número de turistas, visitando as Cataratas de todos os tempos.
Cataratas do Iguaçu é um conjunto de cerca de 275 quedas de água no Rio Iguaçu, localizada entre o Parque Nacional do Iguaçu, Paraná, no Brasil, e o Parque Nacional Iguazú em Misiones, na Argentina, na fronteira entre os dois países. A área total de ambos os parques nacionais corresponde a 250 mil hectares de floresta subtropical e é considerada Patrimônio Natural da Humanidade. Toponímia: O nome vem do Guarani, significa “rio Grande”. A origem das cataratas, vem de uma lenda, Tupi & Guarani. Um deus planejava se casar com uma bela mulher chamada Naipi, que fugiu com seu amante mortal Tarobá em uma canoa. Com raiva, o deus cortou o rio, criando as cachoeiras e condenando os amantes a uma queda eterna.
Na realidade geológica, presume-se que as cataratas seja fruto de uma fenda, aberta nas rochas magmáticas, em consequência dos movimentos tectônicos, fruto dos milhões de anos da migração dos continentes.
Existem mais de 40 ônibus de 2 andares para levar os turistas até as cataratas, mesmo assim neste dia, tivemos que esperar mais de 1 hora para embarcarmos.
O trajeto é maravilhoso, pois passa pela Reserva Ecológica das Cataratas. É uma estrada super bem cuidada, as árvores típicas da Mata Atlântica, estavam exuberantes, o entorno da rodovia muito bem cuidado. Somente este trajeto já nos deixa felizes, maravilha.
Tento hoje imaginar, o que os homens têm na cabeça, para derrubar uma floresta deste porte, pôr fogo, e depois fazer uma invernada para o gado.
Recordando: Em 1985, junto com um guarda florestal, eu e um amigo agrônomo, andamos mais de 60 Km de trilhas, com uma D-20, dentro da reserva florestal, fotografando espécimes de árvores e lianas raras existentes nesta mata Atlântica. Não vimos uma onça, que o guarda achou que poderíamos ver, mais foi um passeio inesquecível: Vimos um bando de quatis, de mutuns, um casal de jacutinga e um bando de macacos bugios urrando alto, provavelmente por alguma fêmia no cio. No trajeto para as cataratas, tive essa recordação prazerosa.
A chegada é ao lado do maravilhoso Hotel das Cataratas. Há muitos anos, no tempo do mais barato, estive hospedado neste hotel, era um luxo fora do comum. Era ano de 1970, mês abril, interessante pois o ex-presidente J.K., estava hospedado lá, para conferência na cidade. Mas não cheguei a ver o ilustre presidente.
Este é um esquema das Cataratas do Iguaçu, mostrando a posição, das fronteiras entre o Brasil e Argentina, assim como os lugares onde o Rio Iguaçu, precipita vertiginosamente nos grotões das rochas vulcânicas. Pelos mapas podemos ver que as terras brasileiras, faz um istmo, delimitado pelo Rio Iguaçu dentro do território argentino.
Realmente o número de turistas, era muito grande. Havia pessoas de vários lugares do mundo, neste dia foi tudo impressionante.
Realmente a natureza nos dá um presente magnífico, ao nos propiciar esta visão. Estive muitas vezes vendo este fenômeno da natureza, mas nunca me canso, pois a cada visita sentimos uma nova emoção. Que fenômeno geológico criou este espaço entre os paredões magmáticos, produzindo esta enorme fenda? Ou seria um grande fenômeno tectônico abrindo espaço para as águas do rio Iguaçu?
Iniciamos a descida pela mata, um caminho repleto de significativas árvores da Mata Atlântica, orquestrada pelos cantos dos pássaros, e de fundo o potente ruído branco, das 275 cachoeiras da catarata. A umidade do ar gerada pelas bilhões de gotículas de água, torna o ar muito agradável e respiração macia.
Na caminhada pelas belezas da mata, ainda tivemos o prazer de encontrarmos duas famílias de quatis. Estavam buscando comida, mas a orientação é não alimentar nunca os animais selvagens da reserva.
Grandes árvores da mata ciliar, tinham suas raízes incrustadas nas rochas magmáticas, tornando-as um baluarte na estabilidade da íngreme encosta. Sabemos que nos séculos que passarão, e milênios que passaram, todos minerais utilizados pelas vegetações foram extraídos por dissolução destas rochas mães.
O caminhar para o “fundo” das Cataratas, todos nós sentimos muito emocionados, pela multiplicidade das vistas e as emoções que a cada lugar se renovava.
A espaços aleatórios, um ponto de observação foi construído. A visão era tão espetacular que havia fila de turistas para documentarem o momento e o lugar. Visões inesquecíveis.
Chegando na passarela que leva até a chamada Garganta do Diabo. É realmente um lugar impressionante, onde podemos sentir as forças incríveis da natureza.
As cataratas são águas do Rio Iguaçu que despencam majestosamente de rochas magmáticas, ígneas, representantes do maior derrame de lavas vulcânicas basálticas ocorrido na Terra, entre 180 e 230 milhões de anos, durante o período Cretáceo.
Estamos na passarela, a névoa invadia todo o ambiente, aos poucos íamos ficando molhados, mas muito felizes.
História Geológica: Há décadas, estive no museu geológico das cataratas, hoje fechado. Lembro-me bem, que o cientista que lá estava estudando a geologia da região disse, olhando para as rochas magmáticas, dos abruptos paredões: “Olhem bem amigos, a história destas rochas, pois este lugar, há 600 milhões de anos, estava na região junto a África, onde hoje é a Namíbia. Durante 400 milhões de anos, se desgarrou da Pangeia, chegado quase onde estamos hoje. Há 250 milhões de anos, era coberta pelo mar. Aí houve a maior atividade de vulcões da história nesta imensa área, cobrindo tudo, com rochas ígneas – magmáticas. Assim amigos estas rochas que podemos ver nos contemplam a mais de 130 milhões de anos.
Ao fundo a Garganta do Diabo. É um lugar muito impressionante, dá medo de chegar na beirada.
O sistema consiste de 275 cachoeiras ao longo de 2,7 Km do rio Iguaçu. Algumas das quedas individuais têm até 82 metros de altura, embora a maioria tenha cerca de 64 metros. A Garganta do Diabo (em castelhano: Garganta del Diablo), uma queda em forma de U, tem 82 metros de altura, 150 metros de largura e 700 metros de comprimento, é a mais impressionante de todas as cataratas e marca a fronteira entre a Argentina e o Brasil.
Parado neste lugar, não podemos deixar de pensar em Deus, o criador do Universo. Nos espaços infinitos, onde a cada minuto uma Terra é criada em torno de uma estrela, por que nós humildes seres, podemos contemplar um fenômeno desta força e grandeza. Sim segundo o cientista, hoje referenciado após sua morte Carl Sagan, nós vivemos na PRAIA DO UNIVERSO! Sim, diante de uma grandeza desta não podemos deixar de pensar em nosso privilégio de estar vivos e aqui.
Agora, que estamos em casa escrevendo isso, dá para pensar, mas quando estamos no lugar, a emoção é tão forte, que somente as fortes visões invadem nosso pensamento. Hoje vendo as muitas fotografias e filmagens, parece ouvirmos o barulho das águas, o canto dos andorinhões nidificando e criando seus filhotes atrás das cortinas d`água, enfim cenários inesquecíveis.
Do alto, depois de subirmos pelo elevador, tiramos estas imagens para nos despedir desta maravilha do mundo, de incrível força e magnitude. Pensamos que toda esta maravilha é eterna, será que o homem pode modifica-la?
Meses depois uma seca terrível, modificou o panorama. E uma Pandemia terrível a Covid 19, abalou profundamente todo o mundo.
Esta fotografia é do dia 30-11-2019, olhem o efeito da estiagem na região!
ANTES, QUANDO LÁ ESTIVEMOS.
Foto do Google. Estamos vivendo um período de grande seca por todo o pais. A falta de chuvas tem provocado também um número imenso de queimadas, por todos lugares. Mas os grandes destaques são: A FLORESTA AMAZÔNICA E O PANTANAL de Mato Grosso.
Olhem agora 5 meses depois, o que é a natureza em transe!
VOLTEMOS A NOSSO PASSEIO PEDINDO A DEUS QUE TUDO ISSO PASSE LOGO.
Saímos das Cataratas e fomos visitar O Parque das Aves, é um parque temático localizado na cidade de Foz do Iguaçu, no estado brasileiro do Paraná. Situado próximo às Cataratas do rio Iguaçu, o parque possui 16 hectares de mata nativa, com 1.500 animais entre aves, répteis e mamíferos, de 140 espécies diferente.
Já na entrada, nós que fomos criados no mato, na roça, já sentimos muita emoção, pois o canto das aves, criavam um burburinho, que nos trazia deliciosas e felizes recordações. Logo de início fui recepcionado pelo onomatopaico canto da saracura-três-potes, pelo estridente grito das maritacas, orquestrando com os papagaios. Eram os inconfundíveis sons da Mata Atlântica, tão harmônicos com nossa alma, nos trazendo muita felicidade. Derrepente, o som estridente e agudo de duas arapongas, se desafiando no interior da mata, o que dominou todo o som ambiente.
A jacutinga, também chamada peru-do-mato, é uma ave da família dos cracídeos que habita as florestas virgens das regiões Centro-Oeste e Sudeste do Brasil. Mede cerca de 75 cm, alimenta-se de frutos e bagas; sendo, até as décadas de 1950 e 1960, relativamente comum nesse habita. Devido possuir uma ótima carne, foi muito caçada, e quase extinta de nossas matas. Eu apenas as tenho visto no Pantanal e duas vezes na Serra da Canastra. Nas matas da Serra Mantiqueira, havia tantas destas aves, que uma cidade mineira tem este nome, Jacutinga, Mg..
Esta é uma jacutinga fotografada por mim, no Pantanal na região do Rio Miranda, precisamente no Passo do Lontra.
Grus virgo ou Antropoides virgo, conhecido popularmente por grou-pequeno ou grou-demoiselle. É encontrado do centro da Eurásia, desde o leste do Mar Negro até a Mongólia e nordeste da China. No palácio dos imperadores chineses, o pavão e os grous eram aves ornamentais. Deste o grupo me lembro das Lendas de Esopo, sobre o Grau e o Pavão. Foi uma bela lição de filosofia.
Íbis ou guará é uma ave pelecaniforme. Também é conhecida como íbis-escarlate, guará-vermelho, guará-rubro e guará-pitanga. A cor vermelha do Guará, se deve a sua alimentação com caranguejos. Realmente, as vezes que fui pescar no canal de Cananéia, tive a felicidade de ver pequenos bandos de guarás enfeitando os mangues e banhados da região. Aves pelecaniformes é uma ordem de aves distribuído, nas regiões tropicais e subtropicais, que habita sobretudo regiões costeiras marinhas e perto de grandes lagos ou estuários
Estes são os tronos para as pessoas que visitam o Parque das Aves. Jó, Ju e Any. Fizeram questão de sentarem no trono da floresta.
A primeira ave, é uma fêmea de mutum de penacho. Nesta espécie existe um dimorfismo sexual, o macho é diferente com predomínio de cores escuras. Nas matas galerias dos rios do Pantanal, é muito comum com ouvir seus piados, prestando atenção, e possível vê-los com frequência.
A primeira ave é um aracuã, muito comum nas matas ciliares dos rios, principalmente no Pantanal, onde sua presença é constantemente notada, pois elas andam sempre em bandos e fazem muita algazarra nas árvores. As tenho visto durante nestes últimos 30 anos, que pesco no Pantanal, um aumento no número de aracuãs nas matas galerias de todos rios que frequento, Miranda, Paraguai, São Lourenço, Itiquira, e todos corixos existente.
A segunda fotografia é de um mutum, em um hotel no Passo do Lontra. Lá, como estas aves são bem tratadas existem soltas, pelos caminhos de palafitas do hotel, muitos tipos de aves, é maravilhoso: araras, mutuns, aracuãs, jacutingas, socó-boi, e muitas outras aves.
O colhereiro, também chamado de Ajaja, é uma ave de cor rosa, devido sua alimentação de crustáceos. Tem este nome devido a forma de colher de seu bico. Eles gostam de viver em praias lamacentas do litoral e dos rios, manguezais, brejos, lagos, veredas e matas ciliares. Estão à procura de alimentos em pontos de pouca profundidade. Sua ocorrência se dá desde os Estados Unidos até a Argentina.
O quero-quero, é uma ave muito comum, em todos os lugares. Não tem dimorfismo sexual. Ela põe seus ovos e depois filhotes no chão, mas defendem bravamente suas crias, avançam em voos rasantes sobre todos, incluindo o homem, se tentarmos aproximar de seus filhotes. Já observei, nas margens da represa de Três Irmãos, a briga feroz de um casal de quero-quero, com uma seriema, que queria almoçar seus filhotes. Os pais saíram vencedores, a seriema partiu de cabeça baixa em retirada. A segunda imagem na foto é de uma sociável maritaca. Por sinal as maritacas estão tomando conta de muitos lugares, nas cidades já existem grandes bandos destas simpáticas e barulhentas aves.
A arara-canindé, também conhecida como arara-de-barriga-amarela, arara-amarela, arara-azul-e-amarela, e canindé, é uma das mais conhecidas representantes do gênero Ara, sendo uma das espécies emblemáticas do cerrado brasileiro e importante para muitas comunidades indígenas. Em várias regiões elas formam bandos maravilhosos, em voos sincronizados enfeitando o céu. Na cidade de Pereira Barreto, existem algumas destas aves que moram pelas palmeiras da cidade. E chegam a frequentar calçadas nos bares da cidade em busca de alimento. A população da cidade as respeitam, e as alimentam, é muito bonito. Vivem, nas árvores da praça e na margem da grande represa, em torno da cidade, Represa de 3 Irmãos do Rio Tietê, em Pereira Barreto.
Aí está a Any, se deliciando com as dezenas de araras esvoaçantes e barulhentas voando pelas grandes árvores da mata.
Eu e Any entramos no ninho das araras, eram aves alegres e gritando sem parar, esvoaçando, se exibindo, formando casais, o que ocasionava brigas e bicadas para todos os lados. Como um ambiente na selva, onde todas aves estivessem muito à vontade, em seu ambiente. Este tipo de ave, da classe psitaciformes, papagaios, maritacas, entre tantas outras, necessitam de siltes, (sílicas mais minerais), para digerir seus alimentos. Encontram estes elementos, em abundância nas rochas areníticas metamórficas, das escarpas dos planaltos brasileiros. Assim, por exemplo, no Pantanal de Mato Grosso, na Serra do Amolar, à tarde, é um espetáculo inesquecível: Bandos de araras, formado por inúmeros casais, passam barulhentos, em direção a serra. Solitários inúmeros casais de papagaios, voando rente às árvores e rios, buscam recantos das escarpas. Todos roem as rampas multicoloridas, em busca carbonatos, e sílica, para auxiliar a digestão e neutralizar algumas frutas mais tóxicas de sua alimentação. Claro também em busca do cloreto de sódio indispensável para a vida.
Na encosta da Chapada dos Guimarães, na cachoeira do Véu das Noivas, todos ficamos maravilhados, com o esvoaçar de inúmeros casais de araras-vermelhas, colorindo as encostas róseas da rocha, com o azul e vermelho escarlate de suas penas esvoaçantes.
Estas rochas, com esta constituição são as preferidas, desta espécie de ave. Nestes lugares o espetáculo é inesquecível.
O canto estridente, e o mais alto do ambiente era das arapongas, como já disse. Mas por mais que procurei, não consegui fotografar nenhuma. Canários amarelinhos da terra, cantavam, e esvoaçavam para todos os lados. O canto melodioso do sabiá-laranjeira, com suas notas mais graves, e uma harmonia perfeita, modulava agradavelmente o lugar onde eu estava.
Que imensa felicidade, teve a pessoa, ou pessoas que idealizaram este ambiente, de observação na Mata Atlântica, uma área de observações e trazer às pessoas conhecimento e grande paz de espírito.
DEPOIS DA VISITA ÀS AVES FOMOS PARA O MARCO DAS 3 FRONTEIRAS.
BRASIL, ARGENTINA E PARAGUAI.
Na entrada onde fica o marco simbolizando as 3 fronteiras do Brasil, Argentina e Paraguai tem um quadro, simbolizando a época dos sete povos das missões, quando os jesuítas, junto com os índios Guaranis, habitavam toda esta região, e ainda pertenciam ao domínio espanhol. Era sem dúvidas, uma região de conflitos. Foram vários tratados assinados entre Portugal e Espanha, e muitas escaramuças por todo território.
Todos nós ficamos muito emocionados por estarmos neste lugar geográfico tão especial, o encontro das fronteiras do Brasil, Argentina e Paraguai. Quando estávamos lá deu um “pé de vento”, incrível quase levou todo mundo para o ar! Incrível!
Este realmente é um lugar especial, a nossa frente esse majestoso o rio Paraná, que recebe o Rio Iguaçu, em sua margem esquerda.
O esquema mostra o lugar onde estávamos no momento da fotografia. Pensei nas grandes discussões envolvendo Barão do Rio Branco, até chegarem a conclusão dos limites dos países envolvidos, concluírem as negociações, das fronteiras, em um lugar tão complexo com este.
É incrível como o lugar tem uma grande influência em nosso espírito, pensar de onde as águas do rio Paraná vêm, quantos estados banham, quanta energia gera ao longo de duas dezenas de UHE (Usinas Hidroelétricas), junto com seus afluentes. O Rio Paraná, é formado por dois importantes rios, o Paranaíba, que vem da Serra do Meio, no limite de Goiás com Minas Gerais, e o Rio Grande que nasce em Minas Gerais na Serra da Mantiqueira, e depois divide os Estados de São Paulo e Minas Gerais. Quando os dois rios se encontram, ambos perdem o nome, formado imenso Rio PARANÀ, que é o segundo maior rio do Brasil. Ele divide São Paulo de Mato Grosso do Sul, Estado do Paraná do Paraguai e depois da Argentina.
Na fotografia o Rio Iguaçu aparece muito largo devido ao ângulo em que a fotografia foi tirada.
Falar dos afluentes do Rio Paraná, é decantar a história de povos primitivos, de exploradores, bandeirantes, enfim, é declinar a história do Brasil, do passado onde os índios de várias etnias colonizaram suas matas em todo Planalto do Sul da América. Séculos depois, Bandeirantes, vindos da capitania de São Paulo, cruzaram todos seus rios, principalmente o Tietê. Nas últimas décadas, a grande conquista do agronegócio, da erva mate ao café, e do café às invernadas do boi, destas a cana de açúcar, desta ao agronegócio. Este progresso, em todas as regiões, hoje, na crise do Corona vírus, ajudam muito sustentarem o Brasil.
ESTE É UM TRONCO FOSSILIZADO. Um fenômeno maravilhoso da metamorfose que a mãe natureza realiza, nas profundezas da mãe Terra.
Achamos importante estas informações, sobre este achado. Por que na realidade o que ocorre em uma fossilização, de animais ou vegetais, é a substituição dos materiais orgânicos, isto é, que contêm carbono na composição, pela sílica, ou outros minerais.
Realmente estes achados, somados aos milhares de sítios arqueológicos que descrevemos na viagem, atestam de forma clara as profundas alterações geológicas ocorridas em toda esta região. Estas regiões, quanto a origem, diferem de forma evidente de outras regiões do Brasil, como a Grande Serra do Espinhaço que corta ao meio o estado de Minas Gerais e a Baia, e atestando este fato geológico, temos A Chapada Diamantina, Ba. Que pertencem a uma fase do período Paleozoico.
DEPOIS DAS 3 FRONTEIRAS – FOMOS PARA O BAR DE GELO. Dreamland Wax Museum, com temática polar. Serve bebidas a temperaturas abaixo de zero.
A temperatura dentro do bar é de -20ºC. Tudo dentro do ambiente é feito de gelo, as bebidas alcoólicas para aquecimento são grátis, incluindo que os copos usados são feitos de gelo também. Há necessidade do uso de roupas especiais, caso não usar, a gente morre de frio, logicamente. Lá dentro fiquei imaginando como seria viver onde a temperatura constantemente é muito graus abaixo de 0°C. Não deve ser fácil.
Any e Juliana dentro de um “carro feito de gelo”. Realmente a sensação de frio é terrível. Mas os coquetéis de vodca, whisky, ajudam muito. Esse é o motivo, que nos países frios as bebidas destiladas são muito usadas. Nos trópicos o que manda são as cervejas.
A Any foi a que menos se abalou com o frio do ambiente. Realmente tudo de gelo torna o ambiente impressionante, parece outro mundo. Quando eu estava dentro deste ambiente, a -20C°, fiquei imaginando como seria viver em um ambiente, nesta temperatura, fiquei apavorado em imaginar. Quanto preparo deveria a pessoa ter, roupas, a casa, a condução. Impressionante a adaptação do homem neste mundo!
Este bar do gelo fica dentro de um shopping, na entrada da estrada que para as 3 fronteiras.
SEGUNDA FASE DA VIAGEM: EM DIREÇÃO AO SUL: PRAIA DO CASSINO, RESERVA ECOLÓGICA DO TAIM E URUGUAI. Dia 01-12-2019.
NO OUTRO DIA SAÍMOS PARA: CIDADE DE RIO GRANDE E PRAIA DO CASSINO.
Saímos com destino à Praia do Cassino, contudo devido as maravilhas do trajeto, não chegamos até o destino. Tivemos que pousar na cidade de ITAARA, Rs, para seguimos viajem no outro dia.
Este o mapa do trajeto da viagem que fizemos, em nossa ida para o Chuí. A última cidade do mapa Itaara, é onde nós pousamos.
Com calma, nos preparamos para a segunda fase de nossa viagem. A noite de nosso último dia em Foz do Iguaçu, fomos a uma bela churrascaria, e começamos já sentir a nostalgia da partida que seria no outro dia.
Reunião da última noite: Depois do jantar reuni nosso grupo para uma ponderação histórica & geográfica de nossa viagem antes de partimos para uma nova etapa. Muitas pessoas que conheço, vão por exemplo a Ouro Preto, e quando voltam, pergunto como foi?
Respondem dei por visto, um monte de coisas velhas, casas, igrejas, não voltaria nunca lá. Isso para mim, é de uma pobreza de espírito imperdoável! Por que motivo viajar, em cidades históricas, ou refazer caminhos?
Assim passamos horas discutido a viajem, as plantações, as cidades, as Cataratas, e tantas coisas mais, que enriqueceu muito nossa noite, com isso a nostalgia da partida, foi substituída pela emoção de uma nova etapa de nossa maravilhosa viajem.
A saída foi um pouco dificultada, pois a importante estrada, Br-277 (Porto de Paranaguá a Foz do Iguaçu), está em reformas, e são numerosos trevos e desvios.
Logo pegamos a rodovia, que por sinal, neste trecho é uma bela pista dupla. A primeira cidade que passamos foi Santa Terezinha do Itaipu. O município é bastante conhecido por seu balneário, às margens do Lago de Itaipu. É uma cidade muito nova, e hoje recebe royalties, da UHE de Itaipu. O lago da represa tem uma superfície máxima de 1.350 Km quadrados.
São Miguel do Itaipu, Pr. É uma cidade nova e próspera, se beneficia também com os dividendos de UHE, além de se beneficiar com existência do lago da represa.
O ponto mais importante da cidade em termos de Brasil, é a existência de uma base da Polícia Federal, em seu aeroporto, onde faz, a partir do local, o serviço de vigilância e monitoramento na área da Tríplice Fronteira entre o Brasil, Paraguai e Argentina, com a utilização de veículos aéreos não tripulado.
Na fotografia vemos um ATV, provavelmente Kawasaki, na eminência de tracionar um planador para vigilância das fronteiras brasileiras na região. É um equipamento muitíssimo importante, pois monitora silenciosamente, não alertando os inúmeros contrabandistas existentes em toda a região.
MADIANEIRA, Pr. A origem etimológica do nome do município é religiosa. O nome é uma homenagem a Nossa Senhora Medianeira, padroeira do município. De acordo com a etimologia do termo “Medianeira” pode ter o significado de aliada, árbitra, protetora ou ainda que intercede (intervém) a favor de alguém. A colonização do núcleo originou o atual município de Medianeira. Ela foi feita pela empresa Industrial Agrícola Bento Gonçalves.
Passamos tranquilamente pela cidade, havia pouco trânsito no momento de nossa passagem.
Continuando pela rodovia Br-277, logo avistamos a próxima cidade.
MATELÂNDIA, Pr. É uma cidade bastante nova, sua origem praticamente data da década de 1950. Sua população, conforme estimativas do IBGE de 2018, era de 17 775 habitantes. A distância rodoviária até a capital do estado é de 574 km e a cidade destaca-se pelo fato de seu território conter parte do Parque Nacional do Iguaçu.
Chega-se na cidade por uma curva suave, como outras cidades desta regiao suas características são semelhantes.
O próprio nome da cidade indica, que sua produção industrial da erva mate ser significativa. Contudo, sua economia, como todo o estado do Paraná está alicerçada na agroindústria.
Realmente as plantações, e a agricultura nesta estrada é de admirar. Foto do Google. Continuando, pela bela rodovia, antes da próxima cidade já começamos a margear a Parque Nacional do Iguaçu, como já dissemos uma das maiores reservas da Mata Atlântica do Brasil.
CÉU AZUL, Pr.
O nome da cidade não poderia ser mais próprio do que esta imagem do Google, na curva que antecede a cidade, e mostra o início da floresta de Parque de Iguaçu.
A cidade de Céu Azul, é vizinha da floresta imensa do Parque Nacional, é realmente um privilégio para seus habitantes ter uma localização geográfica desta. Sua população de 11.764 habitantes. Destaca-se que o município tem uma área total de 1.179 km², dos quais 852 km² são constituídos por mata nativa preservada, por estarem dentro do Parque Nacional do Iguaçu.
Toponímia. Consta que os trabalhadores, durante uma pausa no trabalho, levantaram a questão sobre o nome apropriado para cidade que estava a surgir. Vários nomes foram sugeridos, mas ao avistarem uma clareira, encantaram-se com a beleza do céu, de um azul muito intenso, que contrastava com o verde das matas. Assim, como Céu Azul a localidade foi batizada, em homenagem à exuberante natureza do local.
Realmente esta imagem do Google, traduz toda a beleza da estrada nesta passagem pela região de Céu Azul. Nuvens tipo cirros, enfeitam o azul celeste do céu. As árvores, à margem esquerda, totalmente desfolhadas, marcam com seus galhos ramificados, silhuetas perfeitas dos galhos da copa, as folhas que aí existiam caíram pela seca. Do lado direito, as mesmas árvores, resistem, mantem suas folhas, a fotossíntese, pois suas tabulares raízes, sugam a humidade da mata preservada. Esta é a função de uma Reserva Florestal.
Sim, as árvores dicotiledônias da esquerda, são irmãs de todas, mas sua união foi cortada por uma estrada, sua margem rasgada por arados, seu aspecto é lindo, contrastante, mas elas não estão bem, nada bem. De todas árvores que existiam, sobraram apenas quatro, até quando terão energia, para recriar suas folhas, e se tornarem exuberantes. Não sabemos. Elas perderam as folhas, mas não são espécimes caducas, estamos em dezembro, mês das chuvas, onde estão os verdes de seus galhos?
Esta fotografia mostra claramente a influência do homem no meio ambiente: A esquerda árvores sofridas, no solo ressecado, perderam suas folhas, esperam por água e por vida. A direita suas irmãs, nasceram juntas, mas tiveram a sorte de estarem à margem da estrada, na reserva ambiental, estão folhadas, verdes, enfim vivendo.
SANTA TEREZA DO OESTE, Pr. A história de Santa Tereza do Oeste é semelhante aos demais municípios do Oeste do Paraná, iniciando-se com o ciclo da madeira, seguindo pela agropecuária e, finalmente, a industrialização. É um grande produtor de grãos, destacando-se soja e milho, contando também com atividade pecuária, principalmente criação de suínos e aves. A cidade já fez parte do município de Cascavel.
Esta é a rotatória onde saímos da grande rodovia.
Nesta cidade, abandonamos a estrada, Br-277, e pegamos no trevo para a direita, em direção ao Sul do Brasil, pela Pr-586, até o entroncamento, onde entramos no Br-163. Aí sim pegamos nosso rumo ao sul do Brasil.
LINDOESTE, Pr. A cidade já pertenceu a Cascavel, somente em 1990, foi reconhecida e emancipada. Sua história se confunde com outras as novas cidades desta grande região do Paraná.
A estrada, após uma lombada, encontramos um arco muito grande, dando boas-vindas para os viajantes, o mesmo existe na saída da acolhedora cidade.
A passagem pela cidade, foi uma surpresa para nós, pois havia muito movimento em toda a estrada. A plantação de milho vinha praticamente até o final da última rua. Como é comum, em muitas cidades, o comércio se inicia a beira da estrada, e depois lá permanecendo, dificultando muito o trânsito das rodovias e da própria cidade, quando eles crescem e se desenvolvem.
Continuamos pela rodovia, a topografia da região modificou um pouco, apresentando vales mais profundos, curvas suaves algumas, e outras pronunciadas.
SANTA LÚCIA, Pr. Tem uma população de 3.925 habitantes, altitude média de 441 metros. Sua economia se baseia na agricultura e na pequena indústria.
A primeira fotografia (Google), mostra a entrada da cidade com um grande silo de armazenamento de grãos, símbolo do agronegócio. Na segunda, a característica símbolo da região e da estrada, que corta o município, são pequenas elevações e vales, que são contornados pela rodovia, até a próxima cidade:
Para lembrar a Pandemia que estamos vivendo: 27/06/2020.
CAP. LEÔNIDAS MARQUES, Pr. A cidade tem seu nome em honra a um capitão que participou na década de 1940 de sua formação. Depois da cidade logo chegamos a ponte do Rio Iguaçu.
Logo chegamos ao famoso rio Iguaçu, sim é o “formador” das Cataratas, que suas águas são responsáveis por toda aquela beleza, ao precipitar das altas rochas para o vale da fenda aberta na topografia da área, nos limites do território, formado pela área geológica do Complexo do Guarani. Incluindo que as cataratas fazem a divisa de Brasil e Argentina.
A primeira foto do mapa (Google) indica exatamente o lugar onde tiramos a fotografia, anterior, e a ponte do Rio Iguaçu. A segunda fotografia é o Rio Iguaçu, curso de água de integração do estado, mas vejo sua cor vermelha com muita tristeza. Este vermelho, é a terra roxa fértil erudita de todo estado. É o fértil solo, sendo levado pelas águas do rio, estas bilhões de toneladas de terra, carreadas pelos rios da bacia do Rio Paraná, vão decantar no estuário da Prata. Assoreando o estuário, impedindo grandes navios de chegarem aos portos, principalmente de Buenos Aires. Este é um fenômeno que ocorre em quase todos rios do Brasil, pois não respeitam a mata galeria, com isso as chuvas, levam o solo para os rios, produzindo grandes erosões.
O rio nasce bem a Este do estado, e percorre rumo ao Oeste até se encontrar com o rio Paraná, logo após se precipitar nas Cataratas do Iguaçu.
Continuamos cruzando o rico oeste paranaense, pela Pr-182, muita terra agriculturável, tudo plantado e muito bem cuidado. Um orgulho para todo brasileiro.
Importante esclarecer sobre o COMPLEXO GUARANI ou AQUÍFERO GUARANI.
Segundo os estudiosos a água que usamos deste aquífero do Guarani, pode durar até 2.500 anos. Como vimos ele é o segundo em tamanho, o primeiro fica na Amazônia, Alter do Chão, é pelo menos três vezes maior do que o Guarani.
REALEZA, Pr. É um município que possui uma extensa área de preservação ambiental onde vivem muitos animais. O nome no começo era “Realeza do Pinho”, dado pelos pioneiros em 20 de setembro de 1960 por haver abundância da espécie arbórea Araucaria angustifoli.
Esta são as árvores símbolos da região, o famoso pinheiro do paraná.
Na saída de Realeza já foi possível imaginar a força do agronegócio no município. Esta é uma vista maravilhosa da plantação (Google), um verdadeiro cartão postal.
AMPÈRE, Pr. Rodovia Pr-182. Município do Sudoeste Paranaense, Ampére chama a atenção pela economia movimentada e impulsionada principalmente por um parque industrial em franca expansão.
Na entrada, a placa foi feita pelo Rotary Club da cidade. Fui rotariano 25 anos, e sei que, para este símbolo do clube estar aí, os companheiros da cidade devem ser muito unidos, e o Rotary da cidade atuante. Parabéns aos companheiros.
Passamos ao lado direito da cidade, que fica em uma baixada. O que mais nos chamou a atenção do município foi esta maravilhosa plantação de trigo. Continuamos pela Pr-182.
Como estávamos observando a topografia, depois da cidade, notamos que ela havia mudado bastante, com vales mais profundos e curvas pronunciadas. Esta imagem, mostrando um corte profundo na rocha, para a passagem da rodovia. Isto atesta estas mudanças, na região ocorre um afloramento de rochas ígneas, magmáticas. Segundo estudos geológicos, estas rochas se formaram a 250 milhões de anos, durante as maiores erupções vulcânicas que já ocorreram na Terra, durante todos os tempos. Agora devido aos movimentos tectônicos e a erosões estas rochas ficaram expostas.
As mudanças topográficas desta região são evidentes.
Continuamos pela Br-182.
SALGADO FILHO, Pr. É uma cidade pequena, mas muito bem cuidada. Tem uma famosa festa, em celebração de seu ótimo vinho e queijos. A entrada da cidade, é sinalizada por este imenso garrafão de vinho. Tem uma área de 138 km². Relevo ondulado com grande número de elevações montanhosas e encostas, vários rios, pluviosidade média de 230,65 mm.
Os vales da região, abrigam cristalinas nascentes, que formam riachos, tornando as matas galerias manchas verdes que serpenteiam pelos vales, dando acabamentos às encostas.
Esta grande e nobre árvore é chamada de canafístula, ela era muito abundante há muitas décadas, hoje sentimos orgulho de ver uma vetusta árvore desta preservada em uma cidade. Poucas são encontradas atualmente, foram totalmente derrubadas, para dezenas de utilidades. Na década de 1960, comprei um caminhão de madeira em Anaurilândia, para construção de uma casa e currais, o vendedor falou: Para seu madeirame do telhado, dos currais, está comprando o melhor que existe, é durável, resistente e muito mais leve que o ipê. Por curiosidade, em 1977, estive na mesma madeireira e perguntei da árvore, ele respondeu: Aqui por toda região de Anaurilândia o senhor não acha, mais, nenhum pé de canafístula nem para remédio! Esta é a emoção, que sinto, no ano de 2020, ao ver a árvore novamente em uma cidade.
Passamos pela cidade, e continuamos pela rodovia Br-280, mas não deu tempo de experimentar o bom vinho da cidade, tem que ficar para outra ocasião.
FLÔR DA SERRA DO SUL. (DIVISA do Paraná X Santa Catarina).
Fomos chegando ao fim do estado do Paraná. A topografia foi mudando aos poucos tornado o terreno mais ondulado, com vales mais pronunciados e marcantes em seus limites. Delineados pelas forças da mãe natureza, as matas poupadas pelos homens.
Flor da Serra do Sul é um município brasileiro do estado do Paraná. Sua população estimada em 2011 era de 4.710 habitantes. É o último município antes da divisa do estado do Paraná, com o estado de Santa Catarina.
Quilômetros à frente a estrada cruza uma região de mata mais densa. Dada a humidade do terreno, a estrada fica margeada de múltiplos arbustos floridos, incluindo uma grande variedade de bromélias. A mata é alta, a estrada torna-se um corredor, margeado por floresta.
Nesta área da rodovia, a estrada torna muito mais arborizada, as curvas são balizadas por matas galerias densas, tornado a viagem muito agradável. Ao lado direito da rodovia, isto é para o Oeste, um imenso vale coberto por uma floresta exuberante, uma maravilha! Paramos um pouco, no acostamento, desligamos a condução: O perfume das flores pairava no ambiente, orquestrado pelos inúmeros cantos dos pássaros, uma paz inesquecível, sentida por nós naquele momento.
ENTRADA EM SANTA CATARINA. A estrada corta a cidade, depois da divisa a rodovia toma o rumo do Sul, e recebe o nome de: Rodovia Catarina Seger, Sc-161.
O panorama no estado de Santa Catarina, muda completamente, primeiro passamos por uma conservada estrada, cortando a mata. Quilômetros depois passamos por uma plantação de fumo, ao lado da plantação, havia a casa do proprietário, que estava deitado em uma rede, tomando chimarrão. Parei, perguntei ao proprietário se poderia ver a plantação de fumo.
Ele levantou, com a bomba de chimarrão na mão, e abriu um sorriso amável. Colocou a propriedade a disposição para vermos. Isso é incrível, aqui em São Paulo, se ficarmos na rede, a beirada de uma rodovia, é um risco inimaginável, de consequência imprevisível.
A plantação de pés de fumo era muito bem cuidada e de grande extensão. Sei que existem muitas pragas que infestam este tipo de planta, contudo, nessa lavoura não vimos nenhum sinal de alteração. Para que esta folha de fumo, seja manuseada para ser entregue na fábrica, precisa muito conhecimento e habilidade, caso contrário o fumo perderá suas qualidades.
Este é um mapa da divisa. Se não estivermos atentos, passa-se pelo trevo da divisa sem percebermos que, saímos de um estado entramos em outro. O nome da primeira cidade, no estado de Santa Catarina, foi para nós bem diferente, Palma Sola.
PALMA SOLA, Sc. É uma histórica cidade do estado de Santa Catarina, fica bem a oeste do estado, a uma altitude de 870m, portando tem um clima de ótima qualidade.
HISTÓRICO. O Município de Palma Sola muito antes de ser colonizado pelos imigrantes alemães, italianos, poloneses, oriundos do Rio Grande do Sul, foi palco grandes fatos históricos que deu sentido e embasamento para a história do Brasil. Com este passado histórico, e grande miscigenação de raças podemos interpretar e entender, um pouco mais, as nuances desta bela região.
Esta é uma foto que tiramos pois ela traduz muito bem, a natureza e as imagens que vimos desta região de Santa Catarina. Tudo muito bem cuidado, limpo e organizado. Não sei se a presença destes carneiros, ou das árvores em flores, sentimos estar em uma região aconchegante e amistosa.
Nas casas que vimos não existem cercas, muros, isolando uma das outras, os jardins e os gramados se encontram. Ficamos maravilhados, lá parece não haver, roubos, assaltos ou invasões. Acostumados que estamos com as cerquetinhas, os fios de choque isolando tudo, as câmaras filmando todos, e os altos muros isolando casas, ficamos maravilhados com a região que estávamos passando.
Realmente os flamboaiãs multicoloridos enfeitavam ainda mais as belas paisagens. O vento agitava a copa das árvores e parecia dar vida a todo ambiente. A passagem por este vale, foi um ótimo cartão postal do estado.
Ainda no vale da divisa, os carneiros pastando placidamente, na verde grama, o som do vento carreando o som dos pássaros, formou em minha mente uma lembrança feliz e duradoura. O Brasil é um país de miscigenações de povos e de culturas, em nossas viagens sempre constatamos isso, mas com o passar do tempo, tudo vai ficando Brasil, indiscutivelmente.
Continuamos pela Sc-161, até chegarmos nesta cidade, de Palma Sola, cuja entrada nos impressionou, pelos detalhes, e o canteiro de flores.
A cidade tem uma história conturbada, pois pertenceu ao Uruguai. Este pais junto com a Argentina, começaram a atacar os fazendeiros brasileiros que ali viviam. Foi Duque de Caxias quem pois fim a esta situação, toda a região voltando à normalidade, sobre a bandeira brasileira. A cidade está no planalto a 890m de altitude. Continuamos a viagem pela rodovia Sc-161.
Devido à grande altitude da região, é possível essa maravilhosa plantação de trigo.
ANCHIETA, Sc. É uma cidade de Santa Catarina, situada também em uma área de topografia elevada, mais de 900m de altitude na média.
A entrada da cidade é, como outras do estado, muito bem conserva, parece ser um orgulho dos munícipes.
Na região como percebemos existem morros, de mais de 1200m de altitude, o que permite o maravilhoso esporte de parapente, que é uma atividade, das mais emocionantes, e tem que ser praticada com ótimos instrutores, e muito treino. Naturalmente esse esporte congrega também outras cidades da região.
Esta cachoeira é um exemplo da topografia da região, pois saímos do alto da cidade a mais de 800m de altitude, e 10Km à frente começamos a descer para um vale, esta queda d`água, é o atestado, das rochas ígneas da base do solo, nos vales o solo é levado pelas águas, abrem erosões, carreadas pelos rios e riachos, expondo a rocha, do subsolo de origem vulcânica.
As rochas magmáticas são originadas a partir da consolidação do magma, sendo que através de sua textura pode-se determinar as condições geológicas em que estas rochas se formaram. Basalto: é uma rocha bastante escura, compacta, é o tipo de rocha da fotografia. Sua constituição pode apresentar minerais como o quartzo, que vem sendo explorado no Estado do Rio Grande do Sul.
A Rochas Magmáticas (ou Ígneas ou Eruptivas) são aquelas formadas pela solidificação do magma que vem do centro da Terra. Podem ser classificadas como as mais velhas do planeta e equivalem a ¼ da superfície terrestre.
ROMELÂNDIA, Sc. Possui uma área de 222,897 km² e uma população estimada em 4 786 habitantes. Está a uma altitude de 425 metros.
Na entrada da cidade os viajantes já podem saber, com certeza, que ali se respeita as tradições.
Depois de Romelândia 20 Km, passamos pelos Rios Sargento e Rio das Antas, conforme mostra o mapa do Google.
O mapa mostra os dois rios, o Rio das Antas e o Rio Sargento. O Rio das Antas é um importante afluente do Rio Uruguai. Esta região do encontro dos rios é muito bonita. O Rio Sargento é um atrativo turístico, para as cidades vizinhas.
Logo depois de passar pela baixada dos rios chegamos a cidade de:
FLOR DO SERTÃO, Sc. Br-158.
O ipê amarelo é a flor símbolo do Brasil, a cidade tem esse nome devido, segundo consta a esta flor.
A meu ver teria sido esta imagem dentro da mata, que os desbravadores viram, exclamando é a Flor do Sertão, e isso deu nome ao belo lugar. Até hoje essa flor símbolo, enfeita nosso país.
A cidade está a uma altitude de 302 metros. Sua população estimada em 1588 habitantes, sendo o terceiro município menos populoso do estado de Santa Catarina. A denominação Flor do Sertão, conforme os moradores mais antigos, foi por causa de uma árvore de flores amarelas encontrada no meio da floresta no início da colonização, que julgaram ser o Ipê Amarelo, árvore que se tornou símbolo do Município.
Continuamos na Sc.161. Logo à frente pegamos a esquerda a Br-282.
MARAVILHA, Sc. Br.158. A cidade e o município surgiram da ideia de um visionário. A população de 25 403 habitantes. O nome povoado foi graças à mancha de pinhais, e a expressão “Que Maravilha!”. Que deu origem ao nome da cidade. Contam que alguns caçadores do Rio Grande do Sul, ao chegarem no alto do morro, onde hoje está localizado o antigo seminário, olharam a paisagem, com a copada dos pinhais na planície e exclamaram: “Que Maravilha!”, isso colaborou para que o nome fosse aceito por todos.
Um fato muito peculiar deste município, é que ele foi todo planejado. A cidade possui as ruas retas e orientadas pelos pontos cardiais. O município inteiro foi dividido em 9 mil lotes, pois a Companhia Sul Brasil, queria mesmo pequenas e produtivas propriedades e não grandes latifúndios.
A primeira fotografia, mostra antes da entrada da cidade, um restaurante que achamos muito típico da região. A segunda nos surpreendeu pela beleza e capricho de sua entrada.
Realmente além das araucárias a cidade é muito florida.
CUNHA PORÃ, Sc. Situa-se às margens da rodovia Br-158. População de 11.053 habitantes. O nome da cidade, em Tupi, significa “mulher Bonita”.
A entrada da cidade não deixa dúvidas quanto o capricho de seus cidadãos. Merece muitos elogios.
A topografia da região se mantem com estas características até o Rio Uruguai, que faz a divisa dos estados Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Notamos nestas regiões uma preservação das matas nas encostas e no curso das aguadas.
Este é o posto de fiscalização da divisa entre os estados. Quem vem de longe, se emociona com as divisas, como se fossem metas, ou etapas de uma longa viagem, contudo ao chegarmos lá, parece nada mais que uma continuidade de terras de um Brasil imenso e maravilhoso.
Olhei esta placa da divisa, quase escondida no meio do mato, uma ponte em curva, com grandes caminhões e muito movimento. Não tem motivo, mas eu esperava mais, em uma metáfora mental, parece que, Santa Cantarina está pouco importando que seu estado termina aí, nada tem importância para frente. Seria para mim, como se algum visitante estivesse em nossa casa, e ao sair nós o ignorássemos apenas chutando a porta para sua saída!
Até o posto de fiscalização estava vazio. Somente estaciona na “aduana” talvez alguém que tenha que carimbar uma nota fiscal legalizando sua passagem.
Importante salientar que este fato é em todas as divisas dos estados, apenas uma indiferença. Algumas a recepção, são policiais, nos fiscalizando, com certa agressividade em busca de alguma coisa errada, ou contrabando. Mas Deus salve o Brasil, pela sua harmonia em todas divisas.
DIVISA SANTA CATARINA E RIO GRANDE DO SUL.
Pela importância do estado, e aos famosos Gaúchos, fiz neste relato de viajem um resumo do brilhante trabalho de Jatir Delazeri, tirado do YouTube, sobre a origem dos Gaúchos e do Rio Grande do Sul. O resumo esta na página—- ao final da viagem.
Foi muito tranquilo cruzar o Oeste do estado de Santa Catarina. É uma região típica, bem diferente, e com características peculiares, somente passando e com tempo, para notar essas nuances regionais. Vendo as belezas do estado a viajem foi tranquila e logo chegamos no famoso Rio Uruguai, que faz a divisa entre os dois estados.
O rio Uruguai nasce na serra Geral é formado pela junção dos rios Canoas e Pelotas, em altitude de 440m, na divisa entre os estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina. A foz do rio Uruguai é no rio da Prata. É um dos rios mais importantes na hidrografia do sul do Brasil, servindo de fronteira entre esse país e a Argentina e entre a Argentina e o Uruguai. Uruguaiana é a principal cidade gaúcha banhada por suas águas do rio. Desde o grupo escolar, aprendemos a valorizar muito a existência deste rio, pela sua importância nas Guerras Cisplatinas e depois na guerra do Paraguai, ele é um demarcador de nossas divisas e de nossas tradições históricas.
Paramos em um restaurante logo depois da divisa, por sinal, muito bom ambiente, com vendas de coisas típicas do estado. Um lugar inesquecível mesmo. Havia muitas coisas típicas para serem compradas, contudo não tínhamos nem lugar para as levar na condução.
Na frente deste restaurante havia canteiros maravilhosos de hortênsias, eram jardins muito bem cuidados. Tinha uma ignorância, pois imaginava esta flor ser natural da mata Atlântica, e regiões mais frias e húmidas, não é verdade. A origem desta flor maravilhosa é na China e no Japão. Há pouco tempo, lendo uma biografia de um dinamarquês, constatei que seu robe era colecionar vários tipos de hortênsias, e se dedicar para que elas tivessem várias cores e tamanhos. Hoje o mundo é muito dinâmico. Incrível! Lembrei que minha avó na década de 1950, já se vangloriava de um caminho em seu jardim, ladeado de hortênsias azuis maravilhosas, flores trazem doces e deliciosas lembranças de Dona Rita de Lima Marques, minha avó.
IRAÍ, Rs. É um município conhecido como estância hidromineral. Suas águas minerais termais são recomendadas como método terapêutico por médicos e especialistas e atraem visitantes de todo o Brasil e de países vizinhos.
O município de Iraí, além de possuir águas termais, manteve uma larga faixa da mata galeria, às margens do Rio Uruguai, o que torna a cidade um atraente polo turístico, para toda a região.
A posição geográfica da cidade a coloca de maneira privilegiada, em toda a região do Norte do Rio Grande do Sul, pois seus habitantes somente atravessando, o rio Uruguai, estão no estado de Santa Catarina. Na região de Irai, cujo Bioma pertence também a Mata Atlântica, foram encontrados vários sítios com artefatos de civilizações passadas, incluindo peças arqueológicas.
Foto Google, das Termas de Iraí.
FREDERICO WESTPHALEN, Rs. No município encontra-se a única mina de calcita a céu aberto do mundo, nas cores azul, amarela esverdeada, vermelha, cinza e a branca.
A Calcita, é um mineral com composição química CaCO3, com clivagem perfeita e romboédrica. Cristaliza em uma grande variedade de formas. É fonte de cálcio e cal, sendo importante também como pedra decorativa (mármore-ônix) e em instrumentos óticos (quando límpida e incolor). Quando a calcita se dissolve, os seus sais escorrem pelas grutas e formam as estalactites e as estalagmites. Dependendo dos íons metálicos presentes na calcita, ela muda sua coloração. Isso torna esta pedra muito procurada, para joias, enfeites, entre dezenas de outras aplicações.
Esta grande pedra de calcita, de um colecionador – Google, mostra claramente que, conforme os íons presentes em sua estrutura, formando uma ponte entre os átomos de carbonato de cálcio, ela se cristalina em uma cor diferente. Desta maneira esta grande pedra, mostra os períodos geológicos em que as camadas foram formadas. Um laboratório de estudo de estruturas atômicas, poderia com grande precisão determinar o período das camadas formadas.
SEBERI, Rg. É município brasileiro localizado no norte do estado do Rio Grande do Sul. Pertence a região do Conselho Regional de Desenvolvimento do Médio Alto Uruguai. É uma típica cidade do interior, pequena, porém de grande beleza natural.
A cidade está cercada por lavouras de soja, trigo, fumo e milho, dentre outros cultivos que são suas principais fontes de renda. Tem também uma significativa Bacia Leiteira e de Corte, como importantes ativos econômicos.
A cidade se localiza em uma região chamada de ALTO URUGUAI, que se localiza entre os rios Uruguai e Ijuí, fazendo divisas com vários municípios. O relevo é de planície de solo basáltico, recortada profundamente por afluentes do rio Uruguai; é relevo suave no sentido do rio Uruguai e mais acidentado no sentido oposto ao curso das águas. A região está situada em altitude de 500 a 700m, existindo profundos vales de encostas íngremes entre 100 e 300m. A floresta latifoliada estende-se paralelamente ao rio Uruguai numa faixa de 100km. No planalto, em altitude superior a 300 a 400 m, essa floresta faz divisa com os campos. Os pinhais iniciam na altura de Tenente Portela a leste, acompanhando a floresta latifoliada, entrelaçando-se com campos.
Floresta latifoliada, são árvores dicotiledônias, de folhas largas, em matas ciliares ou nas regiões equatoriais. Esta da imagem estão às margens de um afluente do Rio Uruguai.
Continuando na rodovia Br-386 em direção ao Sul, passamos por este longo trecho da estrada com esta avenida de árvores, nos impressionou muito, realmente é uma passagem inesquecível. Quem as plantou, homenageou as próprias florestas da região do município.
PALMEIRA DAS MISSÕES, Rs.
Estávamos na rodovia Br.158, que contorna, pelo lado Oeste a cidade, pelo anel viário. É um município que cultiva as tradições gaúchas. Confirmando isso, há na cidade o evento chamado Carijo da Canção Gaúcha, também é um dos maiores festivais de música nativista do Rio Grande do Sul. Palmeira das Missões é também conhecida como a terra da erva mate, onde se encontram vários produtores de erva e o povo Palmeirense cultiva essa tradição do chimarrão. Os historiadores consideram esta cidade, como o berço da erva mate.
A história do município é muito rica. Primeiro um crescimento muito grande na produção da erva mate, que era exportada por Buenos Aires. Neste período os jesuítas dos Sete Povos das Missões, cuidavam da região.
Contudo a história conta, que com o Tratado de Madri, essa proteção terminou, e a região foi invadida pelos mamelucos paulistas. O gado remanescente se multiplicou nos campos missioneiros, transformando-se em riqueza fabulosa o que atraiu a cobiça dos tropeiros e comerciantes paulistas, que se assenhoreavam das terras, ali construindo suas estâncias.
Toda região que percorremos, deste São Paulo até o Sul do país, sempre a figura dos tropeiros estiveram presentes, na abertura e concretização das rotas, em tempos difíceis, lutando contra inimigos, assaltantes e doenças. Realmente deste o ensino básico, a figura do tropeiro, nunca foi citada na história do Brasil, em nenhum momento que eu tenha conhecimento. Sempre citado os bandeirantes, Anhanguera, Manuel Borga Gato, Fernão Dias Paes, Domingos Jorge Velho, Antônio Raposo Tavares, entre outros, que abriram as matas, conquistaram o interior do pais, mas e depois nos séculos seguintes, quem manteve as conquistas, quem manteve as vias do Peabiru? Sim os Tropeiros, condutores de carga ou condutores de grande boiadas! Foram os cascos ferrados das mulas, os cansados cascos dos bois, que marcaram de forma concreta o chão dos caminhos do grande Brasil.
CONDOR, RG. A colonização da cidade de Condor foi iniciada por um grupo de colonos imigrados da Alemanha, por volta de 1910.
O nome da cidade:
Este é o condor andino, uma das mais majestosas aves de rapina do mundo. Incontestavelmente é a maior de todas e a que voa muito mais alto, na Cordilheira Andina. Isso foi o motivo do lugar ter esse nome. Não deve ser lenda pois com os ventos e as correntes térmicas, os condores podem voar milhares de quilômetros. Conta a história da cidade, que em um momento de grande ventania, apareceu no céu uma grande ave desta.
O brasão da cidade diz muito de todo o município. Primeiro a grande ave. Segundo o agronegócio. Um símbolo dos grãos produzidos, e uma máquina agrícola.
Em dezembro de 1909, as terras da região foram loteadas, iniciando a colonização que ocorreu até 1911. A história da cidade é muito rica. A produção de cevada e trigo, é um grande diferencial do município.
Seguindo pela rodovia Br-158, por sinal uma região onde impera o agronegócio, um solo fértil e plantações maravilhosas.
O capricho da entrada das cidades nessa rota, mostra sem dúvidas, como são seus cidadãos. Continuando na Br-158 logo chegamos na próxima cidade.
O Rio DIVISA é um importante manancial de água que banha o município de Condor, ele faz parte da bacia do RIO CAÍ, que é um divisor de águas no centro do estado. Eles são fundamentais para os municípios e para a agricultura. No trecho que vimos no Google Earth. A mata galeria foi felizmente preservada.
A cidade é rica em tradições, este distintivo do CTG: Primeiro lembra a extraordinária ave que deu nome à cidade. Segundo lembra dos desbravadores, que arrastaram a linha de Tordesilhas para os Andes. Terceiro e muito importante os Tropeiros, que mantiveram com suas mulas, as atividades comerciais, indispensáveis para cristalizar os espaços ocupados.
PANAMBI, Rs. O município é conhecido pelas alcunhas de “Vale das Borboletas Azuis”. “Cidade das Máquinas” foi um cognome recebido em 1945, devido ao fato de Panambi ser o terceiro maior polo metalomecânico do Rio Grande do Sul. “Panambi” é um termo tupi que significa “Vale das borboletas“. Até o advento dos colonizadores de origem europeia, a partir do século XVI, a região atualmente ocupada pelo município era habitada por índios Guaranis e Caingangues.
Panambi” é um termo tupi que significa “Vale das borboletas”.
Pelo nome da cidade estar relacionado a um Coletivo específico de borboletas: panapaná e panapanã. Que são palavras de origem Tupi. Indicam também a migração em forma de nuvem que as borboletas fazem em determinadas épocas do ano. Panapaná é a forma preferencial de escrita da palavra.
Uma referência tão significativa, do meu ponto de vista, a cidade não valoriza a etimologia de seu nome, nada se fala sobre o assunto etimologicamente, e no Google Imagens, tem apelas uma figura de meia asa de uma borboleta. Bem respeitar os cidadãos de Panambi é meu objetivo, pois a cidade é linda, isso é apenas uma modesta observação.
Migração das borboletas, é um dos mais lindos espetáculos da natureza.
CRUZ ALTA, Rs. É conhecido como município do Guarani, dos Tropeiros e de Érico Veríssimo. O acesso à cidade se dá pela BR-158, por onde viemos. O município se localiza num entroncamento rodoferroviário na região centro-norte do estado, contando também com a presença de um Porto seco no nordeste da cidade.
Érico Veríssimo. Um dos maiores escritores brasileiros, nasceu em Cruz Alta, no dia 17 de dezembro de 1905, sendo uma de suas personalidades mais ilustres.
História: Remonta ao final do século XVII, quando uma grande cruz de madeira foi erguida em 1698, logo após a fundação de São João Batista nos Sete Povos Missioneiros. Mais tarde, com a celebração do Tratado de Santo Ildefonso em 1777, a linha divisória (Campos Neutrais) que separava as terras da Espanha e as de Portugal, que cortava o território rio-grandense pelos divisores de água exatamente por esse local onde existia a grande cruz e uma pequena Capela do Menino Jesus. Recebeu na época um grande fluxo de pessoas das mais variadas atividades. A cruz alta tornou-se ponto de invernada de bois, e um grande pouso para milhares de tropeiros oriundos de Sorocaba. Usando tropas de mulas, todos se dirigiam até a Feira de Sorocaba para comercialização dos produtos.
Hoje nem imaginamos a importância destes animais, que são híbridos, do cruzamento do jumento com o cavalo. Não se reproduzem, mais são de uma enorme resistência, tanto para carga como para montaria. Quando moço possuía uma mula desta, a Colina, andava com ela todo o dia, incluindo rampas na Serra da Mantiqueira, ela sempre mantinha o passo firme. Todas estradas, picadas, estradas boiadeiras e rotas, dos séculos passados, eram marcadas pelos seus intrépidos cascos ferrados.
Seguimos pela Br-392, até a próxima cidade.
JÚLIO DE CASTILHO, Rs. A cidade tem o nome é do presidente do Rio Grande do Sul. Que por duas vezes exerceu a função. Formado advogado em São Paulo, na USP. É o principal autor da Constituição Estadual de 1891. O município é o terceiro maior produtor de soja do Rio Grande do Sul.
Este é o jardim das esculturas da cidade, um dos muitos pontos turísticos do município.
Segundo o historiador Firmino Costa, nas terras do atual município de Júlio de Castilhos, em tempos passados, vagavam os índios Tapes. Estes índios foram organizados pelos jesuítas em um aldeamento em 1633. Temendo o ataque dos bandeirantes, que caçavam índios para vendê-los aos engenhos do Norte, em 1638, a aldeia foi abandonada. Meio século depois, os jesuítas começam a voltar fundando os Sete Povos das Missões (1660 a 1690).
Eram terras do domínio espanhol até 1801, quando houve a Conquista das Missões pelos portugueses. Começa então o povoamento da região.
Continuamos na Br-392 até:
ITAARA, Rs. O nome de origem tupi-guarani, Itaara significa pedra alta ou altar de pedra.
A povoação do Município de Itaara teve início com a construção da antiga Estrada do Perau, aberta ao trânsito público, por ordem do governo Farroupilha em 1840, encurtando o percurso entre Santa Maria e Cruz Alta.
Uma área muito bonita e muito bem cuidada. Este Parque Balneário fica a oeste da cidade, e muito próximo a ela. Na fotografia fica ao lado direito da foto. A estrada passa ao lado do Parque Balneário.
Estas hortênsias no parque municipal de Itaara, e a organização dos jardins neste lugar eram realmente de serem admirados e fotografados.
Este mapa é da cidade gaúcha onde pousamos, ITAARA. O nome da cidade é de origem tupi, A região do município é muito bonita e fértil. Nas fotografias pudemos ver a entrada do clube Golf da cidade. Acreditamos que a topografia da cidade propicia um clima mais temperado.
SEGUNDA ETAPA DA VIAGEM: ITAARA X PRAIA DO CASSINO.
Distância de 465Km.
Este é uma rota do Google Earth Pro. Podemos ver que nosso rumo geral, agora é em direção ao Sudeste, buscando o Oceano Atlântico.
Saímos da cidade pela Br-158, para surpresa nossa, passamos por uma área de profundos vales, A paisagem foi mudando radicalmente, do planalto ondulado, começamos a cruzar vales pronunciados, uma paisagem bonita e diferente. Culminando com uma obra monumental de engenharia, para atravessarmos a Garganta do Diabo, a foto é do Google, pois na hora dá até medo…
Esta bela fotografia do Google, mostrando o maravilhoso vale nestas montanhas. As árvores nas margens da estrada, contornando seus trajetos, as cores verdes se alternando em escalas, enfim, um longo trecho de belezas, uma área que merece ser vista. Infelizmente não achamos nenhum lugar para estacionar e admirar, com segurança. Acredito, que as concessionárias desta estrada, muito ganhariam, se houvesse um mirante, para observar toda esta natureza bela e intocada.
SANTA MARIA, Rs. Tem 280 505 habitantes. é considerada uma cidade média e de grande influência na região central do estado. No passado a região tinha uma grande população indígena. A história da cidade remonta a um acampamento estabelecido em 1797 por uma comissão portuguesa e espanhola, encarregada de delimitar o território de ambos impérios, espamhol e portugues, a cidade oficialmente foi fundada em 6 de Abril de 1876.
A importância da localização da cidade é atestada por seu passado remoto. Pois povos primitivos, de milênios atrás deixaram suas marcas. Importantíssimos sítios históricos e paleontológicos, atestam inequivocamente a importância estratégica da região. Importantes manancias, uma fauna e flora abundantes, eram as riquesas inconteste para os povos em épocas remotas.
É considerada cidade universitária. Há décadas, cheguei dar aulas de Beossegurança lá na universidade. Por coinsidência as vezes que lá estive, estava tremendamente frio. Não tinha ido preparado, passei muito frio.
Em 2013, na madrugada de 27 de janeiro, Santa Maria tornou-se nacionalmente conhecida em razão de uma tragédia, um incêndio ocorrido em uma casa noturna da cidade, a Boate Kiss. Na ocasião 242 pessoas, em sua grande maioria jovens, morreram asfixiados com a fumaça ou pisoteadas, tendo em vista que não havia saída de emergência no local.
A cidade é muito militarisada, o exército brasileiro está presente com suas importantes instalações.
O período geológico marcante desta região, tem início no Triássico, isto é, de 208 a 245 milhões de anos. Quando os répteis começaram a se diversificar e dar origem aos primeiros dinossários. Estes fatos de eras passadas, são comprovados pelos importantíssimos sítios arqueológicos existentes na região, e que deram ao nome de FORMAÇÃO SANTA MARIA.
Este é um fóssil do dinossauro mais antigo do mundo foi encontrado no interior do Rio Grande do Sul. O fóssil de mais de 230 milhões de anos é um ancestral do tiranossauro e foi encontrado em São João de Polênise. O dinossauro encontrado é um predador de topo de cadeia do grupo dos Herrerasauridae, viveram no período Triássico e pertencem à primeira leva de predadores que remonta à origem dos dinossauros.
Passamos Santa Maria, pelo anel viário Sul, rodovia Br-392, e entramos no verdadeiro Pampa Gaucho. Realmente deu para perceber estarmos em um pampa, não somente a visão, mas os sentimentos de estar viajando pelos pampas. Ao longe as Coxilhas, que são harmônicas colinas, enfeitas pela vejetação arbórea, algumas são pequenas, outras são bem elevadas. Existe toda uma cultura Gaucha, sobre os pampas e suas coxilhas, é cultura presente em todas suas celebrações. Já tive oportunidade de uma celebração Farropilha, no parque do mesmo nome em Porto Alegre, e pude constatar, que o gaucho tem muito orgulho de suas tradições.
A estrada muito tranquila, mas com movimento de grandes caminhões indo e vindo em direção ao porto de Rio Grande. Achei interessante, que observando as pastagens dos pampas, notei a ausência dos tradicionais cavaleiros gauchos, e seus subermos cavalos.
Todo pampa é muito rico, são gados ao pasto e esta grande platação de arroz atesta o motivo do estado ser o maior produtor deste cereal no Brasil.
Na estrada passamos um primeiro rio o Arenal, que possui uma bela aguada, incluido uma lagoa na margem esquerda da estrada (Oeste). Depois chegamos ao Rio Vacacai, que faz a divisa do município de Santa Maria e São Sepé. Este rio nos apresentou bastante assuriado, em suas margens possuindo grandes bancos de areia.
Há tempo!!! Devemos considerar que o estado esta passando por um dos maiores períodos de seca, que já houve.
SÃO SEPÉ Rg. É um município localizado na região central do estado, distante 265 quilômetros da capital Porto Alegre. Sua população, 23 690 habitantes. A economia da cidade é baseada no agronegócio.
A cidade de São Sepé teve origem a partir da promessa de se construir uma capela em homenagem a Nossa Senhora da Conceição.
Origem do Nome: Existem duas versões a respeito da origem do nome São Sepé. A mais popular diz que o município recebeu esse nome em homenagem à memória do guerreiro Sepé Tiaraju que nasceu, viveu e combateu nos Sete Povos das Missões, na época pré-açoriana. Os missionários ensinavam que ganhariam o céu aqueles que tombassem em luta pela defesa das Reduções Cristãs contra os exploradores. Por isso, o guerreiro morto passou a ser invocado como São Sepé, tornando-se assim símbolo do sentimento indígena de liberação. A comprovação desta santidade seria o lunar de Sepé – um sinal branco, em forma de cruz, no alto da testa.
Este é o Rio São Sepé. Estas águas são muito importantes, pois é usada em toda a região dos pampas. Ao lado vemos uma sena tépica da criação de ovelhas, isto é, a tosquia de sua preciosa lã. As roupas das pessoas, mostra a tradição, e os acontecimentos.
As paisagens do pampa se sucedem, são belas e harmônicas.
Este é uma raça de arroz já muito evoluída, pequeno porte e grande produtividade. As plantações absolutamente juntas não tem capina propriamente dita. Eu a 60 anos atrás capinei, não é nada fácil! A descoberta dos herbicidadas e da novas raças de sementes híbridas, revolucionaram o agronegócio.
Continuamos pela BR-392, Chegamos em:
CAÇAPAVA DO SUL . A capital da Farropilha. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, o município é um dos mais antigos do Rio Grande do Sul. Altitude 450m. Seu território está situado na chamada Zona da Campanha, com extensas jazidas de minérios de cobre, cal e caulim. Em sua configuração topográfica observam-se campos majestosos e serras imponentes, com terras escuras e solo silicioso, prestando-se de maneira admirável à criação de gado e à agricultura. A cidade nasceu de um aldeamento de índios, cuja denominação, no tupi-guarani, significa “clareira na mata”.
Farroupilha: diz-se de pessoa, que era um insurgente da Guerra dos Farrapos 1835-1845, no Rio Grande do Sul.
A cidade está localizada na parte nordeste da grande região chamada de Campana Gaúcha.
Estas fotografias são das Guaritas de Caçapava do Sul, são consideradas uma das 7 maravilhas do Rio Grande do Sul.
GUARITAS, esta fotografia é um exemplo das formações rochosas desta região. Estas formações rochosas se destacam na Região Central do estado. Geólogos explicam que estes locais já foram fundo de rios, onde a areia e cascalho foram se acumulando ao longo dos milênios, e depois sob enorme pressão se transformaram por metamorfismo. As Guaritas de Caçapava do Sul, são formações que têm até 500m de altura.
Estas formações são características deste município da Campanha Gaucha, muitos esportistas usam sua paredes para escaladas, outros, o topo destas formações para o voo em parapentes. Estes siltes (partículas erodidas de rochas, com predomínio da sílica) se formaram no fundo de rios, foram pressipitando, depois, pressões imensas uniram todas estas partículas, na realidade em uma metamorfose, formado as rochas. Isto deve ter ocorrido, segundo geólogos a mais de 500 milhões de anos. Há 1 milhão de anos, já ocorrido a migração dos continentes, inicia uma fase de erosões, meteriológicas e principalmente eólicas, esculpindo esta paisagem que podemos ver hoje.
Esta fotografia é do Google Erth, a 10Km de altitude, realmente mesmo a esta distância, podemos notar que estas formações são extruturas estraordinárias, com uma disposição geográfica peculiar.
Continuando nossa viagem passamos pela entrada da cidade de :
SANTANA DA BOA VISTA. Esta pequena cidade já pertenceu a Caçapava do Sul.
Ao passamos pela cidade vimos dois sinais do espírito gaucho. O nome da cidade clássicamente colocado. Depois o nome colocado, mostrando o espírito tradicional gaucho, assinalando um lugar de tradições Farropilhas, inquestionavelmente.
Quilômetros depois da cidade, passamos por um arroio de nome: Areião.
Na realidade este areão, vêm de áreas fontes de complexo metamórfico que determinaram a existência de duas eras geológicas distintas, áreas-fontes principais de idades paleoproterozóicas e mesoproterozóicas para a origem dos protólitos dos xistos Arroio Areião. Resumindo os complexos paleozoicos, no tempo geológico está compreendido entre 542 milhões de anos a 251 milhões. A este período segue o Mesozoico compreendido entre 251 milhões até 65,5 milhões de anos. Neste período que viveram os dinossauros.
As rochas metamórficas se diferenciam muito das magmáticas, principalmente pela dureza, também pela sua porosidade.
A origem da topografia desta região, está relacionada aos fatores das erosões: das águas em grandes enchentes e a canalização de ventos nas encostas, durante os últimos milênios.
Por estes motivos que nas rochas, de toda a região são encontrados fósseis, destes períodos, jurássicos, cretáceos, que pertencem a era mesozoica. Os arqueólogos têm muito que pesquisar nestas regiões.
Logo passamos a ponte do famoso Rio Camaquã.
O Camaquã importante rio do estado. Possui cerca de 430 quilômetros de extensão e tem sua vazão junto a Lagoa dos Patos que, por sua vez, deságua no Oceano Atlântico. É um rio que tem história nas Trilhas do Peabiru. Naqueles tempos, segundo relatos ele era muito mais volumoso, e corria cheio dentro da caixa, rodeado por densa mata galeria. Era uma região muito rica em pescados e caça, o que sempre propiciou ótima alimentação para os povos primitivos, e depois para os conquistadores, de toda a bacia do rio.
Esta balsa esta a jusante da ponte onde passamos, liga o município de Canguçú ao de Cristais.
O rio nasce no Pampa Gaúcho, perto de Bagé. Devido a topografia de sua bacia hidrográfica, não existe um “agronegócio industrializado” em suas margens. Tem áreas que ele percorre o chamado campos sujos, ou seja, área planas de gramíneas, com predomínio de muitas pedras grandes e rochas. É considerada a região mais preservada de todo estado.
Existem montanhas nas regiões da bacia do Rio Camaquã.
Esta é uma das elevações mais típicas, e mais altas do vale, e o drone filmou (Google), um quadriciclo subindo sua íngreme trilha até o topo, foi uma filmagem maravilhosa, e mostra ao longe as curvas do rio, que corre em meandros pronunciados, em direção Este, para a grande Lagoa dos Patos.
O Rio Camaquã, correndo por esta planície sedimentar do período quaternário, vai descrevendo meandros incontáveis, até sua desembocadura na Lagoa dos Patos. Toda esta areia depositada nas curvas do rio, é triste! Era também deposita no leito, assoreando o rio, o que impede a navegação, e dificulta a proliferação da vida de peixes e do zooplancto das águas. Na fotografia, logo a esquerda, podemos observar, um meandro do rio, que foi entulhado de areia, fazendo com que o fluxo de água mudasse de curso, formando na mudança um imenso depósito de areia, margem direita do rio. É triste!
Assisti na televisão, uma associação de ecologistas, descendo o rio Camaquã, e lutando pela sua sobrevivência, torço por eles, pois é necessárias medidas importantes para impedir que a morte do rio continue.
Presenciei todos estes acontecimentos, no rio Taquari, no Mato Grosso do Sul, praticamente até a morte do curso do importante rio. Infelizmente a origem destes assoreamentos, e degradações, geralmente estão longe, bem longe, nas regiões a montante destes lugares e relacionadas a sua nascente e seus afluentes menores.
Aí a dificuldade, as causas estão distantes, os culpados são centenas, se julgam inocentes, e praticamente nada é feito.
Sobre a grandesa da Lagoa dos Patos, nada mais precisa ser dito. Importante resaltar que o Rio Guaíba e o Camaquã, são os mais importantes formadores desta imensa extenção de água, falaremos mais dela à frente.
Continuamos pela Br-392, chegamos a cidade de:
CANGUÇU. Canguçu é um município brasileiro do estado do Rio Grande do Sul, considerado o município com o maior número de minifúndios do Brasil, possuindo cerca de 14 mil propriedades rurais, sendo reconhecida assim, como a Capital Nacional da Agricultura Familiar. Consideramos isso um aspecto muito importante e fundamental, para o equilíbrio econômico da população.
Canguçu está incrustado na Serra dos Tapes a qual forma junto com a Serra do Herval a região fisiográfica (detalhamento da natureza) gaúcha Serras do Sudeste, serras divididas pelo rio Camaquã, que limita ao norte o município e que se constituem dos solos mais antigos do estado, como parte do Escudo Rio-Grandense, de formação no Período Arqueano. É em Canguçu que nascem os arroios do Quilombo e das Caneleiras, que no município vizinho, Pelotas, juntam-se e recebem o nome de arroio Pelotas.
A denominação de Canguçu deriva da palavra indígena Caa-guaçu, significando mata grande ou mato grosso. Os primitivos habitantes de Canguçu foram os índios Tapes, Tapuias, guaranizados e subordinados aos Guaranis, e que deram seu nome a região onde Canguçu se assenta.
A história da cidade é muito importante, em todas suas fases nos séculos passados. Chegariam depois os anos da Revolução Farroupilha, e o solo de Canguçu seria cruzado muitas vezes por tropas tanto imperiais como revolucionárias. Nesta revolução os canguçuenses tiveram grande participação e projeção, pois fizeram parte das tropas que integraram a Brigada Libera.
Símbolo magnífico da pequena propriedade, mostrando muita história, que pode ser visto pelo tipo da casa sede. As paredes brancas, manchadas pelo tempo. Pela micegenação do gadinho, no piquete na porta da casa. As platações de milho em épocas diferentes. Em fim, assim eram as áreas rurais de nosso Brasil. Hoje, estas propriedades são incomuns, por isso este município é importante. Nos milhares de quilômetros que temos andado, somente vimos imensas propriedades agrículas.
Estas cercas de arame farpado, que aí vemos, nos municípios entorno de Ribeirão Preto, e em milhares de outros estados e municípios, já não existem mais. As divisas são coordenadas geográficas, inseridas nos computadores e nos GPS.
A renda de pequenas propriedades não são suficientes mais para manter com dignidade uma família, para o pai sustentar a escola dos filhos. Tão pouca renda que leva a venda do velho sítio, a compra de uma casinha em um bairro da periferia, restante na caderneta de poupansa. Tudo para ter um filho estudado, a única saída!
No Brasil Sertão, Pantanal, Amazônia, entre outros biomas, “canguçu” e o nome dado para a onça pintada. Na história da cidade este fato não foi esquecido, (foto do Google).
PELOTAS. Está localizado às margens do Canal São Gonçalo que liga as Lagoas dos Patos e Lagoa Mirim, as maiores do Brasil, no estado do Rio Grande do Sul. No extremo sul do Brasil, ocupam uma área de 1 609 km².
População de 341 648 habitantes. O município conta com cinco instituições de ensino superior. É muito importante conhecer a macrorregião de Pelotas, pois estão nela importantíssimos, locais, como o Porto de Rio Grande, a imensa Lagoa dos Patos, Lagoa Mirim, Praia do Cassino, Reserva Biológica do Taim e uma das maiores reservas hídricas da Terra.
Por este motivo, achamos oportuno colocar um mapa do Google Earth, localizando tudo.
Este é uma imagem do Google Earth, mostrando a rica região de Pelotas, e todo seu entorno. Que uma das Riquezas do Rio Grande do Sul. Pelotas é um centro universitário muito importante. O Porto do Rio Grande, um dos mais importantes do Brasil. As grandes Lagoas. A praia do Cassino, com mais de 250Km, uma das maiores do mundo. A indiscutível riqueza e tradições do Pampa Gaúcho. A importância ecológica da Reserva do Taim.
Pelotas está localizado às margens do Canal São Gonçalo que liga a Lagoa dos Patos à Lagoa Mirim, são as maiores lagoas do Brasil. Este canal com uma extensão de 76Km. é uma via fluvial brasileira que fazem a ligação entre a lagoa Mirim e a laguna dos Patos, propicia uma importante via de comércio em toda esta região.
O município conta com cinco instituições de ensino superior. Eu na década de 1990, com a Profa. Izabel Ioko, desenvolvemos duas pesquisas, com a microbiologista da Odontologia de Pelotas, somos muito agradecidos por esse profícuo relacionamento, estive algumas vezes na faculdade em seminários sobre o assunto, microbiota da boca, e seus relacionamentos com as doenças. Com o patrocínio da Dabi Atlante S/A, estive duas vezes ministrando curso, sobre Biossegurança, na associação odontológica de Pelotas. Uma cidade muito acolhedora.
Formação da cidade: Em 1780, instala-se em Pelotas um charqueador português, que deu início, a outras charqueadas, formando uma povoação. Dada a localização geográfica da cidade seu crescimento foi inquestionável.
Relevo. Por estar situada numa planície costeira, a área urbana do município situa-se em baixa altitude, com, em média, 7 metros acima do nível do mar. O interior do município está sobre um planalto com elevações médias, denominado Serras de Sudeste, com cerros de ondulações moderadas e cobertos com pastagem, conhecidos como coxilhas, o significado deste nome, são, extensão de terra com pequenas e grandes elevações, constituindo uma espécie de ondulação, e na qual se desenvolve a atividade pastoril.
Região dos pampas, esta é uma imagem típica do município de Morro Redondo, que fica a oeste da região de Pelotas.
Passamos a cidade, já com saudade dos pampas, contudo assim que avistamos o magnífico canal de São Gonçalo, e a harmonia do banhado, com sua riquesa de vida, nos alegramos muito para a chegada na cidade de Cassino.
A planície da chegada já nos fez mudar completamente o foco de admirar as paisagens. Esta imensa ponte cruzando o canal de São Gonçalo, que liga a Lagoa Mirim à Lagoa dos Patos, já foi motivo de nossa grande admiração, para a chegada nesta imensa península gaúcha.
A Península Gaúcha, é de uma multiplicidade de biomas, que torna este extremo austral do Brasil com uma riqueza extraordinária. Somente andando para ver, a riqueza que a região propicia ao viajante observador e amante da natureza. Ela termina no Porto do Rio Grande, Contudo não é o fim de seus biomas, mas o início de novos sistemas, de banhados e lagoas, que se interligam, no limiar do Oceano Atlântico, na imensa Praia do Cassino.
O canal de Navegação.
O canal de navegação é um importante canal fluvial entre a imensa Lagoa dos Patos e Lagoa Mirim, contudo seu volume de água está na dependência das marés, assim para manter seu nível para a navegação, foi fundamental a construção desta eclusa.
O pontilhado em vermelho é o canal que liga a Lagoa Mirim à Lagoa dos Patos. O traçado em azul é o asfalto que liga a cidade de Pelotas à cidade de Rio Grande.
A da cidade do Rio Grande e Cassino, é bastante complexa, possui, grandes lagoas que desembocam no mar, em cujo estuário localiza-se o maior porto do estado. Possui grandes banhados e uma imensa praia. Teremos tempo para conhecermos um pouco de todas estas maravilhas.
É importantíssimo relatar, mais uma vez, que essas grandes lagoas, imensos banhados e alagados, são de água potável, portanto água doce. E, esse reservatório é um dos maiores do mundo. Isso é muito pouco conhecido.
Entramos pela avenida Atlântica, a principal da cidade, e nos dirigimos diretos para a praia do Cassino, estava anoitecendo, queríamos ver os últimos raios do sol poente. Fomos para a praia, muito felizes de estarmos lá, frente aquela imensidão maravilhosa.
Chegando à praia vivemos um momento inesquecível, uma mistura de luzes coloridas da natureza em mudanças, com faróis dos carros na praia mostrando os limites entre o mar, as dunas e cidade. Os altos cirros, com certeza a mais de 10.000m, refletiam os últimos feixes de luzes do sol, que se escondia lá pelos lados dos Andes, criando como sempre um espetáculo de luzes e sons deslumbrantes.
Nossa chegada à praia do Cassino, foi magnífica. Um vento alísio balançava as águas do mar, fazia as folhas das palmeiras se agitarem, e as gaivotas, apenas paravam no ar, os cabelos das mulheres acompanhavam com suas ondulações das ondas do mar. Gostaria muito de eternizar este momento, pela emoção que todos nós sentimos, depois da longa e maravilhosa viagem, chegar a este limite, entre a Terra e o Mar, lembrei-me do monumental poema de Castro Alves, o Navio Negreiro. Onde em um verso antológico ele exclama:
“Estamos em pleno mar…Dois infinitos
Ali se estreitam num abraço insano,
Azuis, dourados, plácidos, sublimes…
Qual dos dois é o céu? Qual o oceano? ”
Realmente depois que andamos tanto pela massa continental, vendo uma multiplicidade de topografias, rios, grotas, montanhas, cataratas, entre tantos outros acidentes geográficos, não resta dúvida de nos extasiarmos frente ao mar. Muita Terra, mas imenso é o mar. Sentimos uma emoção extraordinária, ao contemplar o quebrar das ondas, o voo harmônico dos pássaros, e bem ao longe, já no horizonte, pequenos, mas múltiplos focos de luzes, dos grandes navios cargueiros, lentamente marcam o horizonte. No início um, depois outros, e mais outros. Meus Deus neste imenso, oceanos quantos serão as naus?
Este é um mapa mostrando a localização dos lugares que iremos conhecer. Esta fotografia, mostra o fim da Br-101, em São José do Norte, estrada que vai pelo litoral do Brasil até Fortaleza. A BR-101 é uma rodovia longitudinal brasileira que tem início no município de Touros, no estado do Rio Grande do Norte, e termina em São José do Norte, no Rio Grande do Sul. Ao lado da BR-116, é um dos principais eixos rodoviários do país com 4 650 km de extensão.
Viemos de longe, cortando os estados pelo Oeste, conhecendo lugares maravilhosos, plantações, florestas, rios, cidades pequenas limpas e organizadas, nosso destino a praia do Cassino, quando aí chegamos ficamos maravilhados com a beleza deste pôr do sol, sombras e escuridão se alternam no distante horizonte. Onde estava o oceano onde começava a terra, pois tudo se encontrava com as luzes do poente. As ondas do mar, gravaram ondas na areia da praia. Ao longe aerogeradores marcam os limites do continente. Contudo neste belo quadro, nada é estático, o mar se agitando, a maré baixa expondo a vida na praia, que por sinal é riquíssima. Os crustácios, os siris, camarações, tatuzinhos, mariscos, fazem a festa, sem contar com o zooplacton e o fitoplanton, que aí vivem servindo de alimento em toda cadeia biológica marítima.
Nos aproximamos dos geradores eólicos, o panorama ficou mais definido, sentimos muita energia no ambiente. Nada era estático, as suaves ondas do mar, moldavam as brancas areias da praia. Os caranguejos em curtas corridas, buscam o alimento trazido pelas férteis águas do Atlântico. As aves sustentadas pelos ventos, pairam um pouco e logo em seguida em rápidos mergulhos pegavam os pequenos peixes que debatiam nas ondas vazantes. Ao longe os milhares de “cata ventos” extraiam a energia eólica oferecida pelos constantes ventos.
Dia seguinte:
No outro dia logo bem cedo a luz do sol invadiu o apartamento do hotel onde estávamos. Ao abrir a porta, deparamos com esta visão maravilhosa e inesquecível. Primeiro um lindo mar azul sem fim, imaginar que aquelas águas, banhavam também o Este do continente Africano, é sentir no coração a Mãe Terra, e perceber nitidamente, que perante esta grandeza somos apenas o que nossa alma e coração sente, e nada mais.
O céu absolutamente limpo, apenas riscado por longas nuvens cirrus, viajando a grande velocidade, em busca de um centro de baixa pressão.
Nada na marcante paisagem era estática. As vegetações que cobriam as dunas, pareciam se movimentarem bombardeadas pela fina areia arremessada pela ventania. No horizonte distante, dois grandes navios se moviam, como pequenas sobras no azul das águas oceânicas, em direção ao movimentado porto do Rio Grande. Bandos de gaivotas, planavam no limite da praia com o mar, as vezes mergulhavam pegando seus alimentos preferidos.
Pirupiru, é uma ave costeira com ampla distribuição por toda a América. É conhecido no Brasil como: baiacu, batuíra-do-mar-grosso, cã-cã-da-praia (Rio Grande do Sul) e ostraceiro. Parece ser uma ave de bem com o ambiente, pois ela está sempre saltitante e “alegre”. Alimenta-se de animais como cracas e gastrópodes, usando seu bico como um alicate. Tal ave chega a medir até 46 cm de comprimento, com a cabeça e pescoço negros, dorso pardo-escuro, partes inferiores brancas, íris amarela, bico e pálpebras vermelhos e longas pernas rosadas. Elas quando migram, ou se organizam para voar, formam imensos bandos, que sincronizadamente fazem manobras incríveis, sem haver nenhum acidente.
O dia amanheceu ventando muito e frio, por este motivo resolvemos ir visitar a Estação Biológica do Taim.
Saímos muito entusiasmados para ver a reserva, e as belezas dos Pampas gaúchos, serão 200 Km de vistas diferentes para nós do planalto brasileiro, por mais que visitemos estas reservas ecológicas, sempre ainda sobra muito para admirarmos.
Há 10 anos eu e amigos de moto, eu de quadriciclo, viemos pela praia do Cassino e atravessando as grandes dunas, e uma imensa plantação de eucaliptos, andamos pela reserva do Taim, tenho ótimas recordações desta viajem (Internet: Viagens dr. Sergio Lima).
ESTAS SÃO ALGUMAS FOTOGRAFIAS DA VIAGEM À RESERVA ECOLÓGICA DO TAIM E PRAIA DO CASSINO. Saída de Ribeirão Preto no dia 14-04-2005. Sergio Lima, Marcelo, Elias e Fernando.
Estas fotografias são de nossa viagem no ano de 2005, quando cruzamos a reserva do Taim de quadriciclo e os companheiros de moto. Depois de um belo churrasco neste restaurante, à beira da estrada, cansados, resolvemos dar uma cochilada deitados nesta pedra. A descrição da viagem está na Internet.
(viagensdrsergiolima.com.br)
A Estação Ecológica do Taim é uma unidade de conservação de proteção integral da natureza localizada no sul do estado do Rio Grande do Sul, com aproximadamente 30% de seu território estando no município de Rio Grande e 70% no de Santa Vitória do Palmar. Na estação ecológica existem 30 espécies de mamíferos, e muito importante, pela região passam uma média de 250 espécies de aves migrantes. Hoje a área é considerada uma Área Importante de Humidade Internacional. Pois as imensas lagoas, purificam decantando e absorvendo, os minerais e sedimentos, trazidos pelos rios e poluentes das grandes cidades.
É um dos casos raros onde os rios chegam a grandes lagoas, decantam suas poluições, e depois por um canal, que serve de um grande porto, lançam suas águas ao Oceano Atlântico.
Esta fotografia é do Google, pois as nossas não traduziriam a grandeza que é atravessar este imenso banhado, com suas características tão peculiares. A rodovia uma reta, mostrando espaços distantes, as margens da estrada uma mata verde e luxuriante, que por vezes proporciona janelas de visões múltiplas, águas azuis formando corredores que se perdem no horizonte. Pacatas capivaras, saciadas, tomando contas de dezenas de filhotes, gozando da segurança da reserva. Jacarés, estirados ao sol, à espera de uma farta refeição, dos inúmeros cardumes de peixes, que por lá se reproduzem. As aves, este é um capítulo à parte como veremos.
São centenas de aves migratórias, que se reproduzem na Reserva do Taim. Vão dos grandes patos, ditos selvagens, os múltiplos tipos de gaivotas, pequenas e esvoaçantes e vários tipos de andorinhas, vindas de distantes regiões. Quando o silêncio é possível, ouve-se uma miríade de cantos de dezenas de pássaros.
Antes da reserva passamos por imensas plantações de arroz, por estas plantações serem feitas periodicamente há muitos anos, existe uma fauna já adaptada, que vive perfeitamente bem neste habitat. São milhares de pássaros pretos. São anhumas, territoriais que brigam agressivamente pelo seu espaço. São dezenas de tipos de garças. Vi bandos de curicacas. Sem falar de algumas emas, que tranquilamente, andam pelos espaços sem nenhuma preocupação, como senhora de si, pelo seu tamanho, que é desproporcional em relação a outras aves.
O imenso bando de negras aves, os Itapicurus, no Sul chamado de maçarico-do-banhado. Encontramos um bando imenso, que voavam juntos, pareciam um só corpo em movimento. Quando voavam parecia uma esquadrilha bem treinada, na arte de voar, fazendo manobras perfeitas. A um comando, todas pousavam no arrozal, depois de uns 15 minutos, todas levantavam voo, faziam um tour pela plantação e “aterrissavam” aleatoriamente pelas plantações. Mas mantendo o enorme bando junto.
Vi imensos bandos desta ave, o Itapicuru, no Pantanal de Mato Grosso do Sul precisamente na barra do Rio Abobral com o Rio Paraguai, também no rio Miranda próximo ao Rio Aquidauana. O Brasil é uma riqueza mesmo.
Ficamos parados na estrada, durante um bom tempo, observando as manobras deste imenso bando de negras e reluzentes aves, queríamos saber o motivo e tanta movimentação? Elas levantavam voo e aterrissavam em muitos lugares, nós não conseguimos entendermos o motivo!
Capivara, é uma espécie de mamífero roedor da família Caviidae. Alguns autores consideram que deva ser classificada em uma família própria. Está incluída no mesmo grupo de roedores ao qual se classificam as pacas, cutias, os preás. Esta imagem é simbólica da reserva doTaim. Se olharmos em um ângulo de 360° a visão se multiplica neste mesmo padrão. Bandos de capivaras, alimentadas, gordas, sadias, descansando. São os maiores roedores do mundo, e nessa reserva são imensos bandos, distribuídos por todos lugares.
No Brasil ele é o mais comum dos mamíferos selvagens, estão presentes até nos parque de cidades. São inofencívos e herbívaros, os agricultores as vezes os descriminam, pois quando o bando encontra uma plantação de arroz, realmente é um estrago!
A água é limpa, clara, refletindo o azul do céu. Há uma grande proliferação de crustáceos, zooplacton em abundância, entre outros filos que aí se reproduzem, por esse motivo, bandos de aves voam por todos os lados, saciadas em busca de companheiros para a reprodução.
As marrecas, irerês, patos de patagônia, nadam tranquilos pelas ricas águas da reserva, de quando em quando, mergulham para se alimentarem do fausto banquete que a reserva oferece.
Poderia falar muito sobre a Reserva do Taim, pois a proliferação de vida aí é quase indescritível, a classe dos insetos e aracnídeos aí é extraordinária. Já presenciei milhares de teias de aranhas, penduradas nos arbustos, nas cercas, nos ramos. E, quando o sol esquenta, as correntes térmicas as levam para o espaço, sumindo no azul do céu em direção ao mar.
Segundo uma reportagem da National Geográfica, feita a 10.000m de altura em um balão, por David Attenborogh, sobre o Oceano Atlântico, no litoral Este da Namíbia e África do Sul, o cientista encontrou insetos nesta altitude e descreveu teias de aranhas, que segundo ele, atravessaram o atlântico vindo da América do Sul. Acredito serem estas teias de aranha, que observei irem para o espaço, na Reserva do Taim, em 1995, quando por lá andei de quadriciclo.
Quando os ventos mudam um fenômeno curioso ocorreu em Porto Alegre, as teias de aranha não foram para o oceano e sim para o norte do estado. Em uma sexta-feira após o meio dia, ocorreu uma chuva de teias de aranhas em toda região de Porto Alegre. A natureza as vezes alteram seus fenômenos, é incrível.
Esta fotografia (abril de 1995), está na internet (viagensdrsergiolima.com.br), ela mostra claramente as teias de aranha que vimos por toda a reserva de manhã. Quando o sol esquentou as correntes ascendente as levaram para o espaço, e os ventos alísios, para o Oceano Atlântico, com possibilidade de mudarem de continente, irem para África do Sul e Namíbia.
AS ANHUMAS.
Anhuma, também conhecida como alicorne, anhima, inhaúma, unicorne. Típica da América do Sul. É um dos maiores pássaros da reserva. São territoriais, onde elas se instalam, torna-se senhoras do espaço, e brigam ferozmente se alguém chega, pássaros ou mesmo gente. Seu canto, mais parece um grito de guerra. Este casal por exemplo, está marcando o espaço, onde farão um ninho. É a ave-símbolo do estado de Goiás, no Brasil.
A anhuma, mais conhecida no Pantanal como tachã, é uma das aves mais marcantes que conhecemos. Além de ser símbolo de estado, ela dá o nome de muitas cidades e bairros por este Brasil a fora. Ela tem um porte grande e é muito agressiva, seu “grito” de guerra ecoa por todo o Pampa. Ela tem este comportamento pois sempre vive aos pares e deposita seus ovos no chão. Seus inimigos são muitos, pequenos mamíferos, iguanas, entre tantos outros. Incluindo o Homem. Assim quando tentamos nos aproximar, do ninho com os filhotes ou mesmo ovos, elas voam por cima de nossas cabeças, atacando mesmo, sem medo. Já vi um grande iguana, correr do ataque de um casal de anhuma, que estavam em defesa de sua prole.
Este bando de Curicacas, para mim foi uma surpresa muito agradável, pois esta ave existe em todo Brasil, mas com esta linda plumagem ela só é vista no Pantanal. Nas fazendas, Goiás, por exemplo, em virtude da alimentação ou mesmo do meio ambiente, elas não têm as penas tão bonitas assim. Os fazendeiros de Minas Gerais, têm muito respeito pelas curicacas, principalmente nas aguadas sempre próximas de suas sedes, pois quando qualquer pessoa, ou condução, estão se aproximando, elas levantam voo fazendo uma cantoria terrível. É um despertar, que está chegando gente. Esso ocorre tanto durante o dia como a noite.
As garças brancas são os enfeites da reserva. Às vezes estáticas para pegar uma presa, mas a maioria do tempo aos bandos, enfeitando a paisagem. Elas sempre são um enfeite da natureza. Existem na literatura vários poemas sobre as garças brancas.
Os cisnes vivem perto da água ou na superfície. A maioria deles migram — ou seja, viajam longas distâncias para passar o verão e o inverno em regiões diferentes. Esta ave tem “classe” em todas as suas formas, pois é uma espécie monogâmica, cujo ritual anterior ao acasalamento é como uma dança na água. Sua beleza física impressiona, especialmente quando abre as asas para levantar voo.
Realmente ver estas aves, na reserva não fácil, elas têm o período certo de aparecerem, depois migram.
A migração de aves é um fenômeno extraordinário, observado em centenas de espécies ao redor do mundo. Enquanto a maioria das espécies em climas tropicas e temperados permanecem a maior parte do tempo em seu habitat, outras migram por longas distâncias com a mudança das estações.
Durante nossa passagem pela rodovia, vimos muitos animais mortos, pelos veículos, que cruzam as grandes retas em velocidade. Esta imagem é icônica da situação, onde um animal é morto para servir de alimento a outros.
CHEGANDO EM SANTA VITÓRIA DO PALMAR: É um município fronteiriço brasileiro do estado do Rio Grande do Sul, localizado no extremo sul do Brasil, na fronteira com Uruguai. É o município mais meridional do país.
Entrada da cidade de Santa Vitória do Palmar. Existe na Universidade Oceanográfica de Rio Grande, uma tese detalhada sobre o estudo de todo o solo, destas riquíssimas regiões.
Extremo sul do Brasil, desde o Grupo escolar aprendemos que o extremo sul do pais, é o famoso Arroio Chuí, e o extremo norte o Monte Caburai em Roraima. É realmente um pais continental. Chegar ao extremo Sul do Brasil, é emocionante, imaginar os caminhos percorridos, as distâncias, as populações, é uma miscigenação de raças, de povos, de costumes, que nos faz felizes em sermos brasileiros.
Quantas batalhas, lutas, conquistas, para que o Brasil demarcasse essa divisa,
Aerogerador: é um gerador elétrico integrado ao eixo de um cata-vento e que converte energia eólica em energia elétrica. É um equipamento que tem se popularizado rapidamente por ser uma fonte de energia renovável e não poluente. A quantidade destes equipamentos é muito grande, sendo que o Rio Grande do Sul é o segundo estado, na produção de energia eólica do Brasil. Este conjunto de geradores, foram o Complexo Ecológico Campos Neutrais, que segundo consta, é o maior centro de geração de energia eólica da América Latina. Esta região durante um período histórico, passou a ser chamado de território Neutral, pois não pertencia nem a Uruguai ou ao Brasil.
Os nascidos em Vitória dos Palmares, são chamados de Vitorienses, contudo historicamente receberam o apelido de “Mergulhão”, em analogia ao pássaro muito abundante em todo o Brasil, o mergulhão, várias espécies, como por exemplo o biguá. Estes pássaros quando a eminência de qualquer perigo, mergulham rapidamente na água e se esconde. Há tempos, quando a região era conhecida por Neutral, o número de bandidos que andavam assaltando as estâncias era muito grande. Assim na imensidão dos campos, ao notar a aproximação de forasteiros ao longe, tentava proteger a família escondendo-a em cômodos sem comunicação com o exterior ou nos matos – tempos onde era comum o banditismo. Depois de identificada a visita, sendo pessoas conhecidas ou de confiança, aos poucos os moradores iam reaparecendo, dos mais velhos aos mais novos, começando pelo pai ou pela mãe, certificando-se se era ou não alguma patrulha ou corpo militar que estivesse recrutando soldados à força.
Daí nasce a expressão de bicho-do-mato.
Depois da reserva do Taim, vimos mais de 20 Km de aerogeradores funcionando, dos dois lados da rodovia.
Paramos para fotografar a grande extensão de geradores existentes em toda região. É realmente muito importante ver esta produção de energia elétrica limpa, por toda a região do Cassino, Palmares e Chuí.
A viagem de Rio Grande até o Uruguai foi um passeio maravilhoso. As paisagens se sucedem, em uma planície contínua, que compõe os Banhados do Taim, se alternando com plantações e lagoas, tudo enfeitado pelos mais variados tipos de pássaros. Um vento constante movimenta, de forma eficiente todos os geradores eólicos, que são símbolos de uma nova fase da produção de energia elétrica.
Chegamos na aduana nos preparando para entrar no Uruguai, mas nossa companheira Juliana, se esqueceu da carteira de identidade, com isso não foi possível conhecer novos lugares como queríamos.
Resolvemos voltar para a cidade de Rio Grande. Irmos conhecer o porto da cidade, pela sua grande importância na exportação de produtos brasileiros e também o Museu Oceanográfico.
PORTO DE RIO GRANDE.
LOCALIZAÇÃO. Está localizado na margem direita do Canal do Norte, canal este, que liga a Lagoa dos Patos ao Oceano Atlântico.
IIMPORTANTES ACESSOS AO PORTO: -RODOVIÁRIO. Pela Br-392, alcançando as Br-471 e Br-116.
– FERROVIÁRIO. Ferrovia Sul-Atlântico S/A, também Rede Ferroviária Federal.
– FLUVIAL. Pelo Rio Guaíba. – LACUSTRE. Lagoa dos Patos.
– MARÍTIMO. A barra é limitada pelos molhes leste e oeste, oferecendo largura de 700m e profundidade de 14m. O Superporto se estende por 4,7km, largura de 200m e profundidade de 14m.
Realmente ficamos impressionados com o porto da cidade. Tem um movimento muito grande de caminhões e de trens. Não faço ideia quantos caminhões precisam para carregar um grande navio cargueiro, que vimos ancorados ao longo dos 20 Km de cais. Pela internet, um navio graneleiro de soja, carrega 130.000 toneladas, cada caminhão em média carrega 35 toneladas, assim cada navio carrega mais de 3.000 caminhões.
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A quantidade de madeira armazenada para embarque nos impressionou muito, pois era uma quantidade enorme, e a todo momento novos carregamentos chegavam no imenso depósito.
Porto de Rio Grande embarca 26 mil bovinos para Turquia e Líbano. É o maior carregamento de carga viva da história no local. Cerca de 100 caminhões transportam os animais de três fazendas da região até o navio.
Segundo pudemos apurar, o carregamento de uma boiada deste porte exige uma logística que poucos países dispõem. A manada tem de passar pelos corredores com calma, e conduzida por boiadeiros muito experientes. Os animais não podem assustar ou refugar, pois seria um transtorno imenso.
O maior navio boiadeiro do mundo. O Ocean Shearer tem 189m por 33m e capacidade para aproximadamente 25.000 cabeças de gado, sim, um curral com capacidade para mais de 25 mil animais e ainda flutuante! Ele está atracado neste momento em RIO GRANDE/RG fazendo o carregamento de animais e ração! Com capacidade total de 35.000 toneladas!
A OMS verifica todas as dependências do navio, para que os animais transportados, não sofram nenhum tipo de sofrimento ou agressão. De toda maneira, quando essa boiada é descarregada no destino, os bois, terão que ficar dias, se alimentando e em tranquilidade, para eliminar o grande stress da viagem.
Se não estou equivocado, se cada grande caminhão boiadeiro, carregar 50 bois em média, seriam necessários mais de 500 treminhões para completar a carga deste ciclópico curral navegante. Deve haver também bois chegando de trens. Vamos nos informar melhor, pois o fato é incrível. Quem já embarcou bois em um caminhão, sabe muito bem as dificuldades e o preparo de realizar o intento, até varas com potentes coques são usadas. Vamos continuar imaginando, 26.000 bois, cruzando o Atlântico, o Mediterrânico, o Pacífico ou Índico…
Os bois não estão livres e felizes como estas maritacas, mas estão bem próximos no porto de Rio Grande.
A fartura no porto é desfrutada por todos, pois os grandes caminhões carregados de cereais deixam pequenas sobras caírem, o que é mais que suficiente para estas maritacas e as centenas de pombas que por lá se alimentam.
Mais à frente os grandes guindastes mostram os cais onde os grandes graneleiros aportam para serem carregados.
Esta fotografia precisa ser descrita com detalhes pois ela é muito importante.
- No início da fotografia do Google temos o fim da Lagoa dos Patos, alguns dados sobre ela: É uma laguna localizada no estado do Rio Grande do Sul. É a maior laguna da América do Sul, com 265 quilômetros de comprimento, 60 quilômetros de largura, 7 metros de profundidade, e uma superfície de 10 144 km².
- Ela banha o Norte da cidade de Rio Grande, que fica em um “istmo” que penetra a lagoa. Tornando sua topografia especial, e permitindo a construção de um porto imenso, no encontro das águas da lagoa com o oceano.
- A frente da cidade de Rio Grande, está a cidade de São José do Norte, que é uma região de pequenos produtores agrícolas, principalmente cebola. A região desta cidade é uma faixa longa de terra, que tem em seu lado Oeste a Lagoa dos Patos e no lado Este o Oceano Atlântico.
- Porto do Rio Grande: É um porto localizado na margem direita do Canal do Norte, que liga a Lagoa dos Patos ao Oceano Atlântico, no município de Rio Grande, no estado do Rio Grande do Sul, no Brasil. A barra do porto é mantida aberta graças a dois molhes construídos na boca do canal de acesso.
- Molhes na entrada do Canal do Norte. Onde fica o farol.
- Ao Sul do Canal do Norte, começa a Praia do Cassino, que vai até o Rio Chuí, que faz a divisa do Brasil com o Uruguai.
Estou na sacada do apartamento, ao longe o mar azul, neste momento calmo, com pequenas ondas. As dunas limitam a praia. Estou tentando me localizar no espaço, relembrando de onde eu vim, onde realmente estou, e para onde queremos ir! Em minha mente traço um mapa e me localizo. O próprio celular, com sua grande tecnologia, coloca um círculo azul, no lugar exato de onde tirei esta fotografia. Me lembro, estou no Nelson Praia Hotel.
Em 1995 quando a primeira vez estive na Praia do Cassino era um pequeno número de casas ao longo da avenida central. Havia praticamente apenas a Avenida Rio Grande e o Hotel Atlântico, hoje é um balneário muito movimentado e com todos os recursos. Maravilha!
O primeiro dia de sol, abrimos a janela da sacada do hotel, o encantamento do imenso mar azul a mostrar o infinito. Gaivotas voando aos pares, em busca de alimentos que são fartos nestas praias. A natureza renascendo ao calor do sol matinal, a vida se multiplicando, nos limites entre a Terra e o mar. A natureza em festa.
Depois do café da manhã, o primeiro passeio foi para conhecermos a região. Fomos para a direção do Canal do Norte, pela praia, até a entrada do porto e o Farol da Barra, onde tem uma vagoneta a vela.
Ficamos maravilhados com a visão do Canal do Norte, e o grande dique de proteção feito de grandes pedras, matacões imensos, para a proteção da entrada do porto do Rio Grande. Navios mercantes imensos, passavam silenciosos e soberbos, lentamente entrando no estuário da Lagoa dos Patos. Para nós, de terras interiores do país, ver estas grandes embarcações saírem carregadas de contêineres ou abarrotadas de grãos é um espetáculo inesquecível, e que nos dá muito orgulho. Há milênios, os portos são os escoadouros das riquezas.
No píer do canal vimos alguns animais marinhos e aves, este foi o que mais nos chamou a atenção.
Leão-marinho-da-patagônia, também chamado de leão-marinho-do-sul, é uma espécie de leão-marinho, encontrado no Chile, Equador, Peru, Uruguai, Argentina e nas costas do sul do Brasil. Nos países sul-americanos de língua espanhola, é conhecido por vários nomes, mais comumente como lobo marino ou león marino (leão-marinho).
Juliana se emocionou ao ver tanta grandeza, galgou as grandes pedras, foi a margem do canal. Estendeu seus braços em uma demonstração inequívoca de exaltação a mãe natureza. Embarcações de pesqueiros, se reduzem a pequenas sombras, pelas distâncias do imenso canal.
A companheira buscou algo mais mundano e subiu no leão marinho, como dizendo: Sim eu estou aqui, se estou aqui, eu existo e faço parte de todo este mundo, selando a felicidade de existir e compartilhar com todos a vida, naquele momento de êxtase com a natureza do lugar. Maravilha Ju. O tempo e o espaço, são preenchidos pelo prazer de viver intensamente.
Eu e Any também gostamos de eternizar toda aquela emoção em uma imagem juntos. O ruído branco do mar, inundava todo ambiente. A vontade seria parar no ar como as gaivotas, depois deslizar praia a fora, em um voo sem fim.
A linda Anynha balizava com seu sorriso, os trilhos da gôndola, que o vento nos levaria até o distante farol na entrada do canal. Algumas velhas tradições são importantes e inesquecíveis.
A vagoneta e o condutor, tem que ser um atleta pois as vezes o vento não ajuda, e eles são obrigado a empurrar mesmo a singular e peculiar condução.
O vento, o canto das gaivotas, o quebrar das ondas, deu uma grande nostalgia, a vontade foi deitar no colo amigo da mulher amada. Um momento de encantamento inesquecível. A gôndola saiu silenciosamente levada pelo vento. Ali fiquei, me deliciando com o carinho da mulher amada e do vento amigo que impulsionava as velas da condução. Somente o ruído dos ferros, produzidos pelas rodas e o trilho quebravam a harmonia do ambiente. Inesquecível!
Farol da barra, é o farol que fica na entrada dos moles, do porto de Rio Grande, é o final dos trilhos da vagoneta.
Depois de irmos até o farol da barra, fomos para a praia. Infelizmente os dias que passamos lá não foram ensolarados, mas a maior parte do tempo encoberto, ou chovendo e ventando muito.
Mesmo assim aproveitamos um pouco da grande praia do Cassino.
Na maré baixa a extensão da areia é muito grande, é mesmo impressionante observar.
O horizonte se abre na extensão dos espaços, as pessoas aparecem como pontos perdidos nas brancas areias, somente as grandes hélices dos geradores de energia, em movimentos, todos sincronizados, atestam a velocidade dos ventos, que também carregam em etéreas lufadas, as areias para o alto das dunas.
Surpresa, nadando na beira do mar um leão marinho buscava alimento ou uma companheira.
A narceja é uma espécie de ave sul-americana, muito comum, há tempos passados em todos banhados no Brasil elas estavam presentes. Elas têm um procedimento peculiar na hora do acasalamento. Já presenciei isso muitas vezes, nos banhados do Espraiado em SP. O casal faz voos acrobáticos, as vezes rasantes na superfície da água, e depois sobem a grande altura, a gente quase as perde de vista. Em seguida, juntas, despencam das alturas, fazendo um ruído que parece de um jato (nome dado, de corta-vento), aí ocorre o acasalamento. Ao chegar perto do solo, se separam e em voos sincronizados fazem malabarismos incríveis de alegria, acredito!
Mede cerca de 30 cm de comprimento, possuindo bico longo e reto, dorso escuro com faixas amareladas. Também é chamada pelos seguintes nomes populares: agachada, agachadeira, batuíra, bico-de-ferro, corta-vento, maçarico-d ‘água, maçarico-d ‘água-doce, narceja-comum, narceja-miúda, narcejinha.
Imagem mais nítida que foi tirada do Google, para esclarecimento.
NAVIO AFUNDADO.
Navio afundado Altair: Pego por uma forte tempestade, que o fez naufragar ao sul do litoral gaúcho, no inverno de 1976, o Navio Altair permanece encalhado a cerca de 12 quilômetros à direita da avenida Rio Grande, a principal do balneário, constituindo hoje em mais uma das atrações turísticas da Praia do Cassino.
O navio hoje é o habitat para muitas espécies de vida, pois o limo que se forma na ferragem, serve de alimento para uma grande gama de animais marinhos. Assim o local é ótimo para a pesca. Com as aves marinhas também se aglomeram no lugar em busca de alimentos. Gaivota do manto negro, gaivota capuz de café, maçaricos, gaviões, pernaltas, etc.
Any e Juliana se entusiasmaram muito brincaram como crianças na areia da praia. Eu fiquei imaginando o grande navio Altair, encalhado e o desespero da tripulação em meio à tempestade na tentativa de salvar a grande embarcação. O lugar do drama & o espaço da alegria, 44 anos depois. Assim é a vida!
Com o tempo tudo vai sendo destruindo, o grande navio hoje nada mais é que um esqueleto de ferro enferrujado, servido de apoio às cracas, e sumindo, sepultado nas areias agitadas pelas ondas do mar.
O amigo não ficou traquilo, a não ser depois que captulou um grande carangueijo.
Se divertiram pegando um caranguejo azul, o crustáceo com suas pinças enormes assustaram a Any, elas queriam pegar um dedo para o jantar.
Eu me diverti sentado, ouvindo o ruído branco das ondas, o canto das gaivotas, a alegria dos companheiros. A tarde que caia lentamente nesta região já subtropical. A atmosfera na praia estava diferente. Como veterano piloto privado, sempre gostei de analisar as nuvens, a visibilidade da atmosfera, e os ventos. Havia baixos estratos densos que criavam uma cortina contínua no horizonte. A maresia, com milhões de partículas que atingia a pele, impulsionadas pelo forte vento incomodava. Até que altura na atmosfera iriam estas partículas, de sílica e cloreto de sódio? Será que esta “maresia”, teria influência nas nuvens estrados, dando aquele aspecto que eu nunca tinha observado? Ficou a dúvida.
Pouco ao norte do navio afundado, desaguava um rio que vinha da reserva ecológica do Taim, no encontro de suas águas limpas e “doces”, uma miríade de crustáceos se deliciavam com a grande quantidade de alimentos, que eram abundantes (zooplacton). E as gaivotas se deliciavam com os pequenos peixes que ali vivem. É o ciclo da vida.
Deste lugar da praia fomos para o Porto de Rio Grande, onde saem os barcos para São José do Norte, uma pequena cidade que fica do outro lado do canal.
São José do Norte, está localizada ao norte da cidade de Rio Grande, separadas pelo canal por onde escoa a Lagoa dos Patos. A cidade é banhada pelo Oceano Atlântico e pela Lagoa dos Patos. Sua economia é baseada: agricultura, pesca, pecuária e extrativismo vegetal. Ela tem mais de 100Km de praia na costa atlântica. A maior parte de seu território é coberta de vegetação rasteira, os pampas. O munícipio todo situa-se em uma longa restinga, que era habitada pelos índios: carijós, charruas e minuanos.
A região é constantemente submetida a ventos fortes e constantes, por esse motivo as instalações de geradores eólicos têm sido uma atividade importante e lucrativa.
Na década de 1980, eu produzia cebola na fazenda, e tinha 2 boxes no CEASA, mas entre as minhas safras, eu muitas vezes fui a São José do Norte, comprar a famosa cebola pera, para repor o produto. Acabei conhecendo muita gente na cidade, até o prefeito era produtor de cebola. Era ótimo fazer negócios com aqueles produtores.
Tenho muitas lembranças desta fase de minha vida, pois a maioria das vezes eu ia com meu avião PT-NDK, corisco, fazer negócios. Mas algumas vezes, fui eu próprio de caminhão, buscar o produto. Sim, creio que o jovem é biologicamente audaz. E hoje os tempos são tão diferentes, que é quase inimaginável o que podíamos realizar no século passado.
Da época que conheci a cidade, houve uma evolução muito grande. O crescimento da cidade é evidente.
Este canal que aí aparece, é de água doce, da ligação da Baia dos Patos com o mar, onde situa o Porto de Rio Grande. Do outro lado do canal está São José do Norte.
Este é o mercado central da cidade de Rio Grande, foi construído em 1863, seu estilo é tipicamente lusitano. Tem ótimos lugares para comer frutos do mar. É incrível como todo mercado tem algo em comum, o burburinho dos sons, a alegria dos vendedores faz todo produto parecer especial. Não tem pastel que se iguala a dos mercadões.
DEPOIS DO MERCADO, FOMOS PARA O FAMOSO MUSEU OCEANOGRÁFICO.
O Museu Oceanográfico Prof. Eliezer de Carvalho Rios. Foi inaugurado no dia 8 de setembro de 1953. Pertence à Fundação Universidade do Rio Grande.
Mantém uma exposição pública sobre a vida e a dinâmica do ecossistema marinho e sua relação com o meio ambiente, apresentada em painéis, maquetes e diversos equipamentos utilizados em pesquisas oceanográficas. Nestes painéis são apresentadas várias conchas, que fazem parte da coleção de moluscos do museu. Esta coleção, considerada a mais importante da América do Sul, foi organizada pelo diretor fundador do Museu Oceanográfico, o professor Eliezer de Carvalho Rios. Atualmente, o acervo abriga mais de 51 mil lotes e aproximadamente 50% do acervo representa a macrofauna brasileira. Os espécimes são preservados inteiros secos, inteiros em líquidos e partes secos (peles, esqueleto, conchas, ossos, crânios, ovos, penas).
Esta fotografia, de um modelo da ave marinha, das mais importantes e espetaculares na entrada do museu é impressionante, pois o vento agita as asas do modelo o que nos dá impressão que a ave está voando. O albatroz – errante, que é a maior ave marinha que existe, tem até 3,50 metros de envergadura.
A imagem do albatroz – errante é do Google. Esta grande ave marítima, tem a envergadura semelhante ao condor, que já mencionamos nesta viagem. Ela ocorre na maior parte no oceano austral (Sul), às margens do gelo que circunda a Antártica, voam até o Trópico de Capricórnio na maior parte o tempo. (Para esclarecimento este trópico passa ao Norte da cidade de São Paulo, altura do Pico do Jaraguá).
No inverno, a maior concentração dos albatrozes é na região da Convergência Antártica. É um círculo em torno do Polo Sul, onde as águas gélidas dos polos se encontram com as águas dos oceanos, Atlântico, Pacífico entre outros, e ocorre uma abundância de alimentos (Krill).
Castro Alves cita em seu antológico poema: O Navio Negreiro. (Uma pequena estrofe)
Albatroz! Albatroz! Águia do oceano,
Tu que dormes das nuvens entre as gazas,
Sacode as penas, Leviatham do espaço,
Albatroz! Albatroz! Dá-me estas asas.
Ficamos impressionados com a organização do museu, com a riqueza de informações que ele contém. Os organizadores estão de parabéns, pois ele é depositário de inumeráveis conhecimentos humano.
Os corais são animais pluricelulares que vivem em ambientes aquáticos, sendo a grande maioria marítima, que inclui os corais, anémonas, entre outros. Eles segregam um exoesqueleto calcário ou mesmo de matéria orgânica. Os indivíduos adultos são pólipos individuais ou colônias e encontram-se em todos os oceanos. Os corais podem constituir colônias coloridas e podem formar recifes de grandes dimensões que albergam um ecossistema com uma grande biodiversidade.
Esta é uma bela imagem de um albatroz – errante.
Passamos horas tentando usufruir todo conhecimento oferecido pelo museu. Mas há necessidade de outras visitas, outras observações, apenas uma vez é impossível “ver” tudo de tão preciosa coleção.
Saímos do museu e fomos visitar e conhecer o grande porto da cidade de Rio Grande. O Brasil, talvez mundo, torna tudo muito tendencioso, nebuloso, hipócrita mesmo. Os meios de comunicação comunicam diariamente, estupros, assassinatos, políticos ladrões, fofocas, entre tantas outras más notícias. Contudo, nesta viajem, quanta coisa boa, bem-feita, progressista, diria motivo de orgulho de todos, contudo NADA VÍ NOTICIÁDO NOS MEIOS DE COMUNICAÇÃO! Sim, usam de nossa ignorância, desde tempos do Império Romano: Para o povo, é pão e circo.
O pão são as “ajudas” do governo: bolsa família, auxílio emergenciais, entre outros.
O Circo, não tem problemas, as televisões abertas cumprem o objetivo, sabemos disso.
A primeira visão foi a chegada ao porto deste imenso comboio ferroviário, vindo do norte do estado. Pensei, isso é progresso, pois uma composição deste tamanho carrega a carga de mais de 100 grandes caminhões, talvez, até mais! Isso é progresso.
Bem sobre o Porto do Rio Grande já falamos demais.
Voltamos depois do Porto, para a praia.
Corremos para a praia, um vendo forte vindo do oriente fazia as areias correrem em uma agitação cadenciada para o alto das dunas. Ao fundo o hotel moldava a imagem, da cena vespertina, de nossa despedida da Praia do Cassino.
Queríamos despedir de tudo com intúito de recordações das emoções vivídas. Na praia tentamos usar um drone, que havíamos comprado na cidade do Este. O vento forte, e nossa inesperiência, fezeram o drone espatifar em uma duna.
Esta é a imagem do drone, catálogo, antes do acidente.
Não tínhamos um anemômetro, mas pela minha esperiência acredito que o vento estava mais de 80 Km/h.
Areias em lufadas a grande velocidade, atingia a pele chegando mesmo a doer. Podemos imaginar o efeito de erosão que estes duros cristais de sílica (SiO2), exercem nas rochas durante milhares de anos! Formam o imensos canions, escolpem escarpas, modificam montanhas.
Quando o remédio é demais o doente morre. Achei que com a ventania os aerogeradores estariam em alta velocidade, estava errado, seriam danificados certamente. Então: Alerta! Breca todo o mecanismo, os imensos cataventos param, incrível.
Vomos para o hotel, não havia mais nada para fazer na praia.
Ficamos na varanda do hotel ouvindo o vento passar, já sentindo saudade dos momentos que ali nos alegramos, com tantos acontecimentos e conhecimentos.
Guardamos na mente os momentos que ali passamos, os sons, o ruído branco do mar, o som da água lavando a praia. O grito das gaivotas desafiando o vento. As luzes do poente mudando as sombras de lugar.
No outro dia, o sol nasceu como senhor absoluto dos espaços. Deste de onde suas luzes se refletiam nas azuis águas do Oceano Atlântico? Estamos no mesmo paralelo da África do Sul. Em que meridiano do globo, o sol estaria se despontando em relação ao de Greenwich? Existem 3 fusos horários, entre estes dois continentes. Assim estimo que o sol já iluminava o Oceano Atlântico a mais de 7 horas, no continente africano. É realmente incrível, naquele ponto que estávamos imaginar toda esta mecânica celeste.
Olhando para a praia pela última vez, imagino que estou na praia do Oceano Atlântico. E olhando para o espaço, com esta estrela maravilhosa que nos dá vida, imagino também que estamos na “praia” do Oceano Cósmico.
Salve o sol, viva a vida que ele nos propicia. Sua luz como uma onda nos dá vida. A Terra gira a mais de 27.000 Km/h, temos que imaginar então que os feixes de irradiação do sol, varre nosso planeta a mesma velocidade. Todo nosso planeta capta esta energia, sem ela não existiria vida, assim este facho de luz é o senhor da vida. De tempos inimagináveis, o sol é venerado como um deus inquestionavelmente. Para os povos primitivos, esta era a síntese das divindades espirituais. Vivido, o nascer do sol e o poente, sempre será um momento transcendental, singular e emocionante.
Foi impressionante ver o sol nascer, neste momento, presenciar sua luz brilhante vir varrendo o Oceano Atlântico, iluminando e despertando a vida. Por mais que a gente tenha vivido este sempre será um momento de emoção.
Saímos de Cassino felizes pelo passeio feito, mas já com vontade de desfrutar mais de tantos lugares com as mais variadas nuances e mais diversos nichos ecológicos. Para tanto partimos, mas com projeto de voltarmos.
A estrada de Cassino até Pelotas oferece os mais variados ambientes, são águas que se esparramam pelo trajeto, Lagoa dos Patos, Lagoa Mirim e banhados.
Observação: A Lagoa dos Patos não tem este nome devido à presença destas amplas famílias de aves aquáticas. Tem este nome em virtude de uma tribo de índios, que moravam na região da imensa lagoa que eram chamados de Patos.
A VOLTA PARA CASA: RIBEIRÃO PRETO. A distância prevista é de 1.700 Km, cruzando todo estado do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, sempre passando os estados da região Sul até a Norte.
A saída de Cassino é muito bonita, são banhados por todos os lados. Incluindo as Lagoas dos Patos ao Norte e o início da Lagoa Mirim, ao sul. As rodovias têm que serem bem elevadas, para cruzarem os banhados. No início da viagem cruzamos com filas de grandes treminhões, levando milhares de toneladas de mercadorias para embarque no porto de Rio Grande, como tivemos oportunidade de ver.
Logo contornamos a cidade de Pelotas. Há anos dei aula na Faculdade de Odontologia da cidade, era uma cidade muito boa, mas modesta, hoje é uma grande cidade, não há mais passagens por dentro da cidade, existe um grande anel viário contornando a cidade, com muitos elevados e saídas para muitos lugares. É o progresso!
HOJE DIA 19-07-2020, estou de quarentena há 4 meses, pois o vírus se alastra em Pandemia pelo mundo. Já morreram no Brasil 69,1mil pessoas. Existe 1,75 milhões de pessoas infectadas.
CONTINUANDO A VIAGEM:
PELOTAS A PORTO ALEGRE. É a famosa Br-116, rodovia que corre no sentido do Norte para o Sul, e está praticamente paralela à Lagoa do Patos, o trecho que faremos inicialmente.
BR-116 é uma rodovia longitudinal brasileira que tem início no município de Fortaleza, no estado do Ceará, e termina em Jaguarão, no Rio Grande do Sul, na fronteira com o Uruguai, tem 4.610 Km de extensão.
Logo depois de Pelotas a Br-116 estava sendo duplicada, hoje parece-me pelas notícias que o Presidente Jair Bolsonaro, já inaugurou um grande trecho desta área.
Turuçu. A cidade é localizada na metade sul deste do estado. Conta atualmente com uma população de 3522 habitantes. Os índios Guaranis foram os primitivos habitantes da região.
O nome da cidade significa Grosso. Ela situa em uma planície que fica entre a Lagoa dos Patos e as serras e coxilhas do Oeste.
O município é banhado pelo Rio Turuçu, que é afluente do Camaquã, desaguando suas águas na Lagoa dos Patos.
Chegamos a ponte do Rio Camaquã.
Sobre o rio Camaquã, escrevi sobre a importância deste rio, na viagem de ida, quando passamos pela cidade de Santana da Boa vista.
CRISTAL. A região tem importância histórica no Rio Grande do Sul, principalmente no que tange aos cenários da Revolução Farroupilha e foi palco de batalha conhecida como batalha do Passo do Mendonça em 1923 na Revolução Assista. Ali está o Parque Histórico General Bento Gonçalves, com um museu, que anteriormente era a casa deste revolucionário.
Bento Gonçalves, foi o primeiro Presidente da República Rio-Grandense, de 1836 a 1841.
Logo depois da ponte sobre o rio fica a cidade de Cristal.
Na cidade existem lojas que se dedicam a vender cristais. Na fotografia aparece dois imensos cristais de quartzo. Como o quartzo é o segundo mineral mais abundante na terra, perdendo apenas para os feldspatos, é importante considerar esta cidade onde existem muitas minas deste mineral. A cristal possui estrutura cristalina trigonal composta por tetraedros de sílica (dióxido de silício, SiO2), onde cada oxigênio fica dividido entre dois tetraedros.
Existem diversas variedades de quartzo, alguns chegando a ser considerados pedras semipreciosas. Desde a antiguidade, as variedades de quartzo foram os minerais mais utilizados na confecção de joias e esculturas de pedra, especialmente na Europa e no Oriente Médio. Hoje, sabe-se que mineradores de rochas contendo quartzo podem sofrer de uma doença pulmonar denominada silicose.
CAMAQUÃ. A cidade possui importância histórica única no Rio Grande do Sul, pois os farroupilhas ao longo de muitos anos da revolução, foi sede do estaleiro republicano e cenário de acontecimentos, mas hoje tenta se reerguer como destino turístico. O município a Este, se limita com a Lagoa dos Patos.
A atividade pecuária e as charqueadas se desenvolveram fortemente na área. Charqueada, se define como área da propriedade rural onde se produz o charque, sendo normalmente galpões cobertos onde a carne salgada é exposta para o processo de desidratação. O charque, para a manutenção da carne, é importantíssimo. No tempo que as geladeiras e congeladores eram inexistentes, o charque era a solução ideal.
PORTO ALEGRE. Capital do estado do Rio Grande do Sul.
A cidade de Porto Alegre, capital do estado, como o mapa mostra está à margem da Lagoa Guaíba, formada pelo Rio Jacuí, entre outros rios menores. Não resta dúvida que é uma bela cidade. Tem construções antigas e imponentes, e uma população muito orgulhosa de sua cidade. Estive várias vezes na Sociedade Odontológica da cidade e na Faculdade, ministrando cursos, a impressão que sempre tive da cidade, dos colegas e das pessoas, sempre foram as melhores.
Origens. A região do atual município de Porto Alegre já era habitada pelo homem desde 11 000 anos atrás. Por volta do ano 1000, os povos indígenas Tapuias que habitavam a região foram expulsos para o interior do continente devido à chegada de povos do tronco linguístico Tupi provenientes da Amazônia. No século XVI, quando chegaram os primeiros europeus à região, a mesma era habitada por um desses povos do tronco Tupi, os Carijós. Os Carijós viriam a ser escravizados pelos colonos de origem portuguesa de São Vicente.
Porto Alegre estabeleceu-se como cidade somente no século XVIII. Até então, o território do Rio Grande do Sul ainda pertencia legalmente aos espanhóis devido ao Tratado de Tordesilhas (1494), mas, desde o século XVII, os portugueses já começavam a dirigir esforços para a sua conquista e foram progressivamente penetrando no território pelo nordeste, chegando através do Caminho dos Conventos (uma extensão da Estrada Real) à região da Vacaria dos Pinhais, e dali descendo para Viamão. A penetração foi realizada por bandeirantes que vinham em busca de escravos índios e por tropeiros que caçavam os grandes rebanhos de gado bovino, mulas e cavalos que viviam livres no estado. Mais tarde, os tropeiros passaram a se radicar no Sul, transformando-se em estancieiros e solicitando a concessão de sesmarias. A primeira delas foi outorgada em 1732 a Manuel Gonçalves Ribeiro na Parada das Conchas, onde hoje é Viamão. Outra via de penetração foi através do litoral, fundando-se, em 1737, uma fortaleza onde hoje é Rio Grande, com o objetivo dar assistência à Colônia do Sacramento, no Uruguai.
Depois da assinatura do Tratado de Madrid (1750), o rei de Portugal determinou que fosse reunido um grupo de 4 000 casais dos Açores para povoar o sul, mas efetivamente foram transportados apenas cerca de mil casais.
A Lagoa Guaíba propicia uma vista maravilhosa da cidade de Porto Alegre. Ela enfeita a cidade de todos os ângulos. Quando chegamos de avião as águas azuis da lagoa moldam o contorno da cidade com harmonia. As cabeceiras das pistas do aeroporto Salgado Filho, de Porto Alegre, são 11 e 29 ou seja 110 e 290 graus na bússola. Quando a pista em uso é a 29 ou seja, a gente vem no sentido de Sul para o Norte, passamos sobre o grande estuário, ou melhor a Lagoa Guaíba, o que nos dá uma maravilhosa vista, do entorno da capital.
Quando saímos para passear e contornamos a cidade pelo sul e sudeste, são inúmeros restaurantes, mirantes e pessoas felizes desfrutando as vistas da cidade e de suas águas. Já participei duas vezes da Festa Farroupilha, é realmente um acontecimento digno de ser visto.
A música no ritmo gaúcho, o churrasco, as danças e a alegria, tudo isso dá muita saudade.
A Ponte do Guaíba, cujo nome oficial é Ponte Getúlio Vargas, É uma ponte móvel, sendo a primeira de quatro pontes da Travessia Régis Bittencourt, Br-116, com extensão total de 7,7 km, localizada sobre o Lago Guaíba. Considerada um dos principais cartões-postais de Porto Alegre, ela liga a capital ao sul do estado, na intersecção das rodovias BR-116 e BR-290. Seu trajeto é praticamente o mesmo da rota de aproximação para a cabeceira 29 do Aeroporto Internacional Salgado Filho, então, às vezes, é possível ver aviões preparando-se para pousar no aeroporto.
Porem esta vez que passamos diretos pela BR-116, o que nos impressionou muito foi o estádio de futebol Estádio Beira-Rio, muito grande e bem cuidado. Estive lendo o histórico desta mega-construção, pois modestamente achei, que um estádio tão grande e imponente com o este não poderia estar espremido entre uma rodovia como a Br-116 e a cidade, além da linha de um metrô. O projeto foi feito pela firma OAS, com espaços livres ao seu entorno, contudo, houve interferências políticas, e os espaço foram “administrados” pelos políticos, aí estrangularam, pelo menos para quem passa por lá esta obra monumental do esporte, está comprimida.
A Br-116 passa pelo estádio, cruza a cidade de Porto Alegre. A estrada é muito movimentada, precisamos andar com muito cuidado. Logo cruzamos a direção da pista, do aeroporto de Porto Alegre, de onde um Boeing 747 estava decolando da pista 11, e cruzando a BR. A decolagem de um equipamento desta envergadura sempre chama nossa atenção.
CANOAS: Neste trecho da rodovia existem numerosos trevos, assim sem percebermos entramos no município de CANOAS. É a maior cidade do entorno de Porto Alegre, além de seu comércio ser muito importante, ele tem uma particularidade estratégica: Todo gás que é recebido, pelos gasodutos bolivianos, terminam em Canoas para ser distribuído para toda a região.
SAPUCAIA DO SUL: No meio de todo a movimentada estrada, logo chegamos na famosa cidade, famosa por ter seu início no ano 1735, como uma grande fazenda de criação e engorda do gado. Os padres jesuítas participaram muito nesta faze, tornando a região, graças as suas ótimas pastagens e clima, uma região próspera na produção pecuária o que durou por muitos séculos. Lógico que hoje tudo mudou, mas a grande cidade ainda tem muito a ver com seu passado, gaúcho da gema. (Sapucaia, é uma árvore de madeira nome, era muito usada para fazer cumbuca, entre tantos outros objetos).
NOVO HAMBURGO: O nome da cidade é uma referência à cidade alemã de HAMBURGO. É situada no vale do Rio dos Sinos. Esta região era habitada pelos índios Carijós. Esta etnia era uma imensa nação dos índios, que povoavam uma vasta região, que ia de Cananéia, SP, até a Lagoa dos Patos. Eram considerados um povo amistoso.
É considerada a Capital Nacional do Calçado. Em virtude da grande criação de gado na região, surgiram os curtumes, que produziam couro de ótima qualidade. O que propiciou o aparecimento da indústria calçadista, de grande renome em todo território nacional.
Logo que entremos em Hamburgo, no primeiro trevo, saímos da BR-116 e pegamos a RS-240, para desviarmos um pouco da Serra Gaúcha. Logo em seguida passamos por Capela de Santana. Por sinal a estrada é muito movimentada, a maioria dos caminhões fazem este trajeto. Logo à frente pegamos a RS- 122. Em BOM PRINCÍPIO, no trevo entramos a direita, sentido este, em direção a Serra.
A primeira cidadezinha que passamos na Serra, pela rodovia RS-452, foi FELIZ, por sinal uma subida de serra maravilhosa, um vale verde, entremeado por folhas alaranjadas. O cuidado eram as curvas e o grande movimento. Antes da cidade passamos pelo rio Cai, de águas correntes e absolutamente limpas.
Esta é a Rodovia RS-452, cruza vale coberto de florestas, que cobrem suas encostas íngremes. Com muita calma pudemos desfrutar de toda esta beleza da serra, intocada.
Estamos subindo a serra, para a cidade de Vale Real, saímos de uma altitude de 100m, e o GPS já está marcando 542,2m de altitude, estamos indo com cuidado, mostrando a velocidade 58,4 Km/h.
Vale Real, é uma cidade turística, logo em sua entrada grandes canteiros de flores já encanta o visitante. Ao lado o límpido rio Cai, dá vida a cidade e as árvores que formam sua mata galeria.
A estrada até Caxias é muito acidentada, cortando lindos vales, e grotões profundos. No meio da estrada tivemos a surpresa de encontrar um típico restaurante “gaúcho”, bem eu diria de estilo europeu, a dona era uma senhora muito distinta, assim como suas duas filhas as assistentes. Aproveitamos para fazer um belo lanche, pois a fome já estava viajada.
VALE DO RIO CAI. Logo à frente depois de curvas sinuosas chegamos a esta cidadezinha, bem dizer um povoado. Tem este nome por que o Rio CAI a corta pelo meio.
Recordando: Em 14 de abril de 2005, estávamos indo para a reserva do Taim. (Descrita na Internet: Viagens Dr. Sérgio Lima). Eram 19:30h quando chegamos em Vacaria. Eu tinha na S-10 rádio de comunicação com os caminhoneiros, e soube por intermédio deles, que na serra à frente, depois de Caxias do Sul, estava ocorrendo uma tromba d`água, destruidora. Deu trabalho para eu convencer os amigos de pararmos. Pousamos em Vacaria.
No outro dia, saímos e começamos a ver os estragos da referida tromba d`água, 2 desastres e muitas coisas destruídas.
Na descida da serra o aguaceiro ainda estava evidente, o chão encharcado com alguns lugares propiciando, nas curvas, o aguaplaning poderia ocorrer.
Este é o rio CAI, que segundo relato dos moradores a noite ele extravasou, causando um grande estrago na cidade, e a estrada interrompida durante toda a noite, no outro dia 14-04-2005 foi aberta.
Assim quando passei por esta cidadezinha não pude deixar de recordar dos importantes acontecimentos de tempos passados.
Voltando a Viagem, para a Caxias do Sul.
Depois que passamos por este lugar paramos na Nostra Cantina. www.nostracantina.com.br .
Any assim como todos nós adoramos este lugar, por todos os aspectos a serem analisados. Além de restaurante é também um armazém.
NOSTRA CANTINA – O interior do estabelecimento era muito esmerado, em todos os sentidos. Ficamos tão satisfeitos que não guardamos o nome. Este restaurante fica uns 20 Km antes de Caxias do Sul.
Logo a frende da Cantina tem um trevo importante, que segue pela direita em direção a Nova Petrópolis (esta cidade está a 588m de altitude), seguindo esta estrada caminhamos para a região Este do Estado. Região mais importante do turismo, devido à altitude da famosa SERRA GAUCHA, onde estão as cidades de CANELA E GRAMADO (já estão a mais de 850m de altitude). São os lugares de muito frio, que certos dias caem neve, o que nunca se viu no Brasil.
Nós seguimos a esquerda do trevo, em direção a Caxias do Sul. A partir deste trevo a rodovia passa a receber novamente a denominação de BR-116.
Continuamos subindo a serra, com paisagens maravilhosas, e casas muito bem construídas típicas das regiões serranas.
Estas regiões da Serra Gaúcha, são muito frias não somente pela altitude de suas cidades (média de 900m), mas outros fenômenos colaboram para isso: sua latitude de Sul 29°35`em média, é significativa, e a existências de ventos gelados vindos da Patagônia, pelos cinéfilos chamado de Vento Minuano, é determinante para a meteorologia da serra.
Havíamos nos divertido muito na parada da cantina, como pretendíamos terminar o trajeto do estado do Rio Grande e ainda cruzar Santa Catarina, apertamos o acelerador, pois tínhamos mais 500Km para andar antes do pouso, pretendido.
A estrada a seguir corre por um vale bem profundo, com paredes verticais abruptas, e foi possível observar que as rochas expostas eram de origem metamórficas em alguns pontos, mais os predomínios dos paredões eram de rochas magmáticas. Do lado direito da rodovia, via-se bem ao fundo o trajeto do Rio CAI, se contorcendo nas ravinas. A exuberância da mata galeria não permitia ver seu curso d`água.
Pouco antes da cidade vimos uma alta cachoeira do Rio Cai, acreditamos que sua nascente fique muito próxima da cidade de GALÓPOLIS, que na realidade é um bairro de Caxias do Sul.
CAXIAS DO SUL.
É um dos mais renomados municípios gaúchos, está uma altitude de 817m sendo a mais importante cidade da Serra Gaúcha. Ao longo da história a cidade teve vários nomes. A cidade foi erguida no Planalto de Vacaria, que por possuir muitos cursos de água, ocorreu ao longo dos milênios, o aparecimento, pela erosão, de vários vales profundos, tornando a topografia do planalto bem acidentada.
Desde tempos imemoráveis, toda a região foi habitada pelos índios Caingangues, que foram violentamente desalojados pelos “bugreiros”. Durante o império a região foi colonizada por múltiplos imigrantes europeus, principalmente italianos da região de Vêneto, também, alemães, franceses, espanhóis e polacos.
Depois de um início cheio de dificuldades e privações, os imigrantes conseguiram estabelecer uma próspera cidade, com uma economia baseada inicialmente na exploração de produtos agropecuários, com destaque para a uva e o vinho, cujo sucesso se mede na rápida expansão do comércio e da indústria na primeira metade do século XX. Ao mesmo tempo, as raízes rurais e étnicas da comunidade começaram a perder importância relativa no panorama econômico e cultural, à medida que a urbanização avançava, formava-se uma elite urbana ilustrada e a cidade se abria para uma maior integração com o resto do Brasil.
Desde então, a cidade cresceu aceleradamente, multiplicando sua população, atingindo altos índices de desenvolvimento econômico e humano e tornando sua economia uma das mais dinâmicas do Brasil, presente em muitos mercados internacionais.
Cruzamos a cidade com pressa pois havia muito movimento, praticamente não vimos nada diferente de nossas cidades do mesmo tamanho.
Foto do Google, passando pela cidade, jamais imaginaríamos que poderia ocorrer uma queda de neve ali naquela cidade, contudo os documentos e fotos atestam que sim. Eu pensava que somente na região de Gramado ocorresse este fenômeno. Viver e aprender.
De Caxias do Sul à divisa de Santa Catarina, teríamos ainda uns 170KM para andar. Até nosso pouso previsto teríamos uns 500 Km.
Depois da cidade a topografia foi mudando aos poucos, mas continuamos a andar na Br-116 que corta o planalto central brasileiro. A primeira cidade depois é FLORES DA CUNHA, mas antes de chegar a esta cidade cruzamos muitas residências ao lado da estrada. É uma região densamente povoada. Da estrada podemos ver praticamente toda a cidade, pois ela foi construída, em uma encosta da serraria.
A Serra Gaúcha onde localiza esta cidade, é uma região que nos séculos passados era povoada pelos índios Caingangues, desde tempos imemoráveis, e foram expulsos pelos conquistadores.
O município é um dos maiores produtores de vinho do Brasil.
Uma coisa importante que notamos neste longo trajeto, foi a presença de muitas pequenas reservas de florestas nativas, encrustadas em plantações muito bem cuidadas e exuberantes, uma riqueza.
Alguns quilômetros depois do pedágio, em um vale, passamos pelo Rio São Marcos, o que nos chamou a atenção foi que a montante da ponte da rodovia, havia uma antiga ponte de ferro, com certeza relacionada a ferrovia que devia existir, que era uma promessa do governador Flores da Cunha, que deu nome à cidade que passamos.
A partir deste ponto a estrada torna-se muito bonita. São montanhas cobertas por florestas exuberantes. São plantações muito bem cuidadas. E algumas propriedades rurais dignas de fazendeiros de grande gabarito. Tudo muito bonito e bem cuidado.
Depois de quilômetros passamos a direita de uma cidade chamada de:
ANTÔNIO PRADO.
Estas duas imagens falam muito, muito mesmo da vinda dos italianos para o Brasil. Primeiro “BEMVENUTI” a Antônio Prado, a filosofia de colocar esta frase na entrada da cidade é uma maneira inquestionável de dizer: Entre e seja bem-vindo, mas isto são dos italianos mesmo. Como diziam os velhos italianos que conheci: “Eu vim da Itália por conta própria, e não como dizem estes FP de brasileiros…” E continuavam italianos mesmo, até a segunda geração.
Depois, a foto desta magnífica roda d`´agua e bem a seu lado direito, o moinho de fubá, onde sacos de milho eram moídos, com grandes pedras redondas de granido, que giravam lentamente, pela força da água. Tinham no centro uma abertura onde os grãos de milho iam caindo, e lentamente sendo moídos, entre as duas pedras de granido, o fubá devido a forma da mó, era levado para um saco.
Parece que vejo, as carroças e carros de bois, chegando com os sacos de milho, e entrando na fila para serem atendidos pelo dono do moinho, que sempre se sentindo importante, tirava o relógio da algibeira, e declinava o tempo que demoraria para o fubá estar pronto. Tudo dependia do tamanho da roda d´´agua e das pedras da mó, (o torque para a pedra de cima que girava), e o fluxo de água que impulsionava a roda. Imagino “chutando” que pelo tamanho desta estrutura, este moinho poderia sem parar de moer até 10 sacos de fubá por dia. Seu dono era o industrial da maravilhosa época passada, onde uma polenta com um franguinho caipira era um pratão. Mas havia dezenas de formas de comer a bendita polenta, até com açúcar, melado, goiabada, era consumida, com muito gosto, dentro dos pequenos caldeirões no eito das plantações. Este período, se perdeu na distante poeira dos tempos. Esclarecendo o que é mó.
Mó. Descrição
Mó é cada uma do par de pedras duras, redondas e planas com as quais, nos moinhos, se trituram grãos de milho, trigo, cevada, centeio e outros até se os reduzirem a farinha; ou, em outros lugares, a azeitona, até ser, dela, extraído todo o óleo. Esta maneira de moer surgiu 15 mil anos antes de Cristo.
Este é um MÓ, na realidade são duas peças de granito, existem milhares de tipos, incluindo a natureza das pedras magmáticas usadas.
Na minha juventude, conheci um Monjolo (Este era o nome próprio dado a essa estrutura), igual a esta. Já me considero testemunha da história.
Bem vamos parar de divagar e seguir a viagem.
VACARIA – Devido sua posição geográfica é conhecida como: Porteira do Rio Grande. É considera a capital nacional na produção de maçãs, do Brasil. Está situada no alto da serra a 971m de altitude. É uma cidade muito próspera. Importantes festas regionais típicas são realizadas nesta cidade. Parei em um posto, e frentista mostrou orgulho da cidade ser cortada pela Rodovia Regis Bitencourt, a famosa BR-116.
Depois de Vacaria, atravessando o Rio Pelotas entramos no Estado de Santa Catarina. Antes do rio a estrada corta sua mata galeria, tornando o trajeto muito bonito.
O rio Pelotas faz a divisa natural entre os estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Ele nasce a 1850m de altitude, no Parque Nacional de São Joaquim na Serra Geral. Depois de percorrer milhares de quilômetros na divisa, ele recebe pela sua margem direita o rio Canoas, no limite oeste do estado, e dá origem ao Rio URUGUAI. Pudemos constatar como sua mata galeria é muito exuberante, maravilhosa mesmo, e respeitada em ambas as margens do rio.
Este é um esquema do Rio Pelotas no lugar onde ele é cruzado pela BR-116, por onde passamos, divisa do Rio Grande do Sul para Santa Catarina.
Foi uma felicidade chegar a esta ponte no Rio Pelotas. Deste ponto até a divisa do estado do Paraná tínhamos aproximadamente ainda 400 Km. Ou seja seria a distância para cruzarmos todo estado, de Santa Catarina, pelo seu lado Este.
Esta fotografia é do Google, mas mostra de forma clara a beleza que é o vale do rio Pelotas na divisa destes estados. A topografia do oeste de Santa Catarina, já vimos na viagem de ida para o Sul, é muito diversificada e bonita.
Havíamos cruzado todo estado do Rio Grande do Sul, uns 800 Km de rodovias. Não estávamos cansados pois a viagem nos propiciou, rever quão maravilhoso é o estado, e claro nosso Brasil. Plantações muito bem cuidadas, e o mais impressionante a grande quantidade de mata nativa existente no trajeto que fizemos.
Sou pescador desde muito jovem, pois nasci na beira de um rio o Taquaruçu, município de Casa Branca, SP. Toda minha família são amantes da pesca. Assim, hoje com 80 anos de idade, posso afirmar que conheço muitas bacias hidrográficas por todo este Brasil. Minha preferência sempre foram os rios do Pantanal: Paraguai, Cuiabá, Taquari, Miranda, e inúmeros outros, incluindo seu corixos.
Mas não conhecia o Alto do Rio Pelotas. Parei do outro lado da ponte, para examinar o importante rio. Cada rio, em cada trecho, tem sua personalidade. Este impressionou-me muito, águas turvas, com pequenas corredeiras, que formavam grandes remansos, onde os peixes de couro de fixam. Nas corredeiras, os peixes de escama ficam à espreita para a caça. Não resisti, e busquei os colegas pescadores do rio na internet, não houve surpresa, os colegas pescam no rio esportivamente, ótimo e parabéns. Mas tive uma alegria muito grande: 1. Vi fotografias de grandes Tabaranas, uma surpresa! Ela é um peixe superesportivo, mas apenas gosta de água sem poluição e corredeiras. 2. Segundo, umas fotografias de um trairão, o que também não existe em nossos rios nem no Pantanal. Trairão mesmo somente peguei no Rio Xingu, Araguaia e outros da Amazônia.
Bem a montante da ponte, o Rio corre meio represado e manso, e podemos ver que seu nível estava bem baixo. Os poços e corredeiras ocorreram a jusante da ponte. Esta fotografia mostra a exuberância da mata na região.
Cruzando Santa Catarina: Entramos no estado por um profundo vale, cujas encostas estavam cobertas por uma mata exuberante. Na saída deste vale a rodovia se abriu em um descampado de altitude, pois estávamos a 1100m altitude, e como símbolo da região, lá bem distante no fim da reta uma grande araucária angustifólia, balizava a estrada e mostrava seu domínio na região.
Asfalto de ótima qualidade, propiciava um rodar tranquilo e ligeiro. O sol poente iluminava os campos, e ao longe uma imensa plantação de pinus, tornando tudo dourado e maravilhoso.
A estrada era bem reta, perfeitamente conservada, havia muitas áreas de reflorestamento e as pastarias se sucediam. Podemos notar uma diferença imensa entre o Oeste do estado e esta parte a Este (E). No poente W o número de propriedades pequenas é muito grande, com múltiplos tipos de plantações, até plantações de fumo pudemos observar. Já neste trajeto pelo E são grandes propriedades, grandes invernadas, grandes reflorestamentos e plantações, tudo muito diferente.
O sol já declinava no horizonte, mas a tarde estava linda, esta subida recebeu os últimos raios dourados de luz, mostrado estas paisagens que seriam típicas do grande trecho que andaríamos nos próximos 200 km.
Em uma reta cujo sol dourado iluminava passamos por grande capão de pinheiros (araucária), que enfeitou com uma magnitude indescritível a estrada. Deslumbrados ficamos. Infelizmente não conseguimos nem fotografar, a paisagem, nos momentos passados, pois estávamos atônitos frente aos quadros da natureza.
Na chegada em Lages deparamos com esta visão muito linda.
LAGES: A chegada em Lages foi muito emocionante, pois é uma região muito bonita.
O portal da entrada da cidade nos impressionou bastante.
A chegada em LAGES, para nós foi uma grande surpresa, ficamos emocionados, pela beleza de toda a região. Não é sem motivo que é considera a Capital da Serra Catarinense. A topografia da região, foi muito bem aproveitada para o desenvolvimento de toda a cidade.
Ela é considerada um polo econômico da Serra Catarinense. Capital Nacional do Turismo Rural. Chamada de PRINCESA DA SERRA. A cidade foi o epicentro da Guerra do Farrapos ou Revolução Farroupilha, foi uma guerra contra o poder imperial do Brasil. O líder da revolução foi o general Bento Gonçalves da Silva. A região teve muito a ver com os movimentos revolucionários da região sul do Brasil. A cidade fica a 900m de altitude, e fica em meio a uma floresta de araucárias. Existem fotografias mostrando que as vezes cai muita neve na cidade.
Era noite, quando continuamos pela estrada, passamos por muitas cidades Correia Pinto, Ponte Alta, Ponte Alta do Norte, Santa Cecília, entre outras. Depois de Papanduva chegamos na divisa cidade de MAFRA.
MAFRA, Sc. é uma cidade peculiar pois é dividida pelo Rio Negro, que corta o meio da cidade, sendo que ao sul fica o município de Mafra e ao norte, na margem esquerda do rio fica a cidade de RIO NEGRO, Pr.
Como o mapa mostra as águas do Rio Negro, faz a divisa entre os estados de Santa Catarina e o Paraná.
Este é o mapa de Mafra e a cidade de Rio Negro. O pontilhado em vermelho é a rodovia Br-116 cruzando as cidades. A linha amarela é o limite oficial dos estados. As manchas verdes da foto do Google, são as florestas de araucárias, que caracterizam a região, sendo uma grande riqueza para o estado.
MAFRA:
Município catarinense do planalto norte do estado de Santa Catarina. Altitude de 793 metros a 310 km da capital Florianópolis e a 105 km de Curitiba, capital do estado do Paraná. Suas principais atividades econômicas são a agropecuária e indústria, além de ser um importante entroncamento rodoferroviário. Mafra é considerada cidade polo do planalto norte de Santa Catarina.
A história da cidade e unida à de Rio Negro, no Paraná, pois antes da mudança dos limites entre os dois estados, as duas cidades faziam parte de um único município. Até o século XVIII existiam na região índios Botocudos. Tornou-se após caminho e parada para tropeiros, principalmente depois da abertura da Estrada da Mata. A estrada da Mata, é um nome deste trecho, contudo ela faz parte das Trilhas do Peabiru, que iam do Rio Grande do Sul, Viamão, até Sorocaba, depois ao litoral paulista.
Não precisamos relatar os inúmeros entreveros que ocorreram entre os índios, os bugres (caçadores de índios), bandeirantes, tropeiros e colonizadores.
RIO NEGRO, Pr.
Atravessamos o rio e chegamos na cidade de Rio Negro, ela é praticamente ligada a Mafra, pois tem suas origens juntas, e uma faz simbiose com a outra em todos os sentidos.
Quando terminamos de passar Rio Negro, eram 20:00hs, tínhamos andado mais de 1000Km. A noite havia caído há tempos, resolvi convidar os companheiros para o jantar e pouso, em um hotel modesto, mas bem localizado, uns 10Km depois de Campo do Tenente. O que foi aceito com muita alegria.
HIDROGRAFIA DO RIO NEGRO: O rio é um curso de água dos estados de Santa Catarina e Paraná. Faz parte da divisa entre esses estados, por toda sua extensão. Pertencendo a bacia do Rio Iguaçu.
Nasce na serra do Mar a menos de 20 quilômetros do oceano Atlântico, mas corre de leste para oeste numa extensão de mais ou menos 300 quilômetros, recebendo como afluentes principais pela margem esquerda o rio Bateias, rio Preto, os rios Negrinho e o São Bento, pela sua margem direita recebe o rio da Várzea, o rio Passa Três. Acaba por se unir ao rio Iguaçu.
Importante fonte de água para os municípios por onde passa, no passado foi navegável em boa parte de seu leito e era usado no transporte de erva-mate. É fonte de areia para construção civil. Também é explorada a argila de suas margens para uso na indústria cerâmica.
Considerando que o sentido do rio Negro sendo leste a oeste, percebe-se que nas nascentes a leste existe pouca força da água, deixando assim as rochas mais intactas (ígneas), porém, à medida que o rio vai tomando forma, a força da água faz com que as rochas já metamórficas comecem a se desmanchar (sedimentos), esses sedimentos de alto grau vão seguindo o curso do rio, por isso, no sentido centro, em direção a oeste, existem muitos tipos de rochas, carreadas pelas águas da corrente fluvial, dependendo do seu tamanho e peso, formaram os férteis solos de aluvião. Já a oeste onde o rio Negro alcança o rio Iguaçu há uma quantidade muito grande de sedimentos, e as bacias sedimentares são formadas.
Entre os municípios de Rio Negro e Mafra, existem duas pontes uma metálica e a outra na travessia da Br-116.
Campo do Tenente: Local onde pousamos. Sua população, 7 894 habitantes. Situa-se na Microrregião Homogênea de Rio Negro, no segundo Planalto Paranaense, na porção sul-sudeste do Estado, identificado pela vegetação campestre, com relevo ondulado.
Sua altitude média é de 802 m. A cidade não se situa ao lado da rodovia BR-116, mas a uns 5 Km a oeste. Dista 85Km de Curitiba. O nome da cidade, o termo “Tenente” deve-se a existência de um acampamento militar (em tempos de Guerra dos Farrapos), sob o comando de um tenente, ficando o local, desde então, conhecido pela denominação “Campo do Tenente”.
Nós das regiões do noroeste do estado de São Paulo, cujo centro seria Ribeirão Preto, e mais 65 cidades, nos emocionamos ao passamos por esta região do estado do Paraná, as divisões das propriedades rurais, a topografia, e principalmente a vegetação, que forma pequenas reservas florestais, como determina a leis ambiental. Algumas vezes, paramos nos acostamentos, e ficamos admirando os vales enfeitados pelas araucárias. Outras vezes admirando, os pastos com baixas gramíneas enfeitados pelo gado de raças europeias. Tudo muito bonito de ser visto e admirado.
Acordamos no outro dia descansados, tomamos um belo café da manhã, depois uma volta pelo terreno do hotel, onde havia um imenso pé de araucária e muitas flores bem cuidadas. Seria nosso último pouso, daí partimos com destino a Ribeirão Preto.
A vegetação da região é classificada como “Floresta Ombrófila Mista”, mais conhecida como “Mata de Araucárias”, onde predomina o conhecido pinheiro-do-paraná, cuja espécie está desaparecendo diante da expansão de fronteiras agrícolas e a exploração madeireira. Juntamente com o pinheiro-do-paraná, existem outras espécies vegetais, onde se destacam principalmente a canela, a imbuia, a sapopemba, a erva-mate.
Nosso primeiro ponto de referência seria Ponta Grossa, a uns 140Km de distância. Por ser uma região muito rica do estado. Fomos com calma, apreciando tudo. Saímos pela rodovia PR-427.
Logo depois de uns 20 Km vimos várias casas, sobrados, casarões como este, preciosidades do rico passado, onde o café imperava.
Em virtude de seu solo, das condições topográficas, a agricultura e pecuária da região é muito importante. Esta é uma fotografia do Google, de uma Feira Tecnológica da cidade.
As plantações em toda região que passamos estavam muito bem cuidadas. Nesta área percebemos que as propriedades não são imensas como no oeste do estado, são menores, mostrando claramente um novo perfil do agronegócio.
Esta conífera, é uma árvore característica da região sul e das regiões serranas. Esta é uma araucária angustifólia, existem mais de 16 tipos desta árvore, ela é também chamada de pinheiro do paraná. Sua fruta o pinhão é muito apreciado pelo humanos e também por uma grande quantidade de animais e aves.
A tábua de pinho, retirada desta espécie, sempre foi muito importante para a economia. Por este motivo, hoje somente podem ser usadas se forem de reflorestamentos.
Esta fotografia é um símbolo da agricultura de toda esta região, pelo que modestamente pude concluir. Nesta região as plantações, são em áreas menores, mais diversificadas, e também muito bem cuidadas. Como podemos observar, no oeste do estado do Paraná, são imensas plantações, de soja, milho, sorgo, entre outros produtos, não existem pequenas propriedades. Nas cidades, Maringá, Sertanópolis, Warta, Campo Mourão, Cascavel, entre tantas outras, as plantações se perdem no horizonte. E perto das cidades, existem imensos silos e em grande número, para armazenar as toneladas de graus a serem colhidos. São diferenças fundamentais entres as regiões em um próspero estado como este.
O rio da Várzea é um curso de água que banha o estado do Paraná.
Esta é uma velha ponte de Ferro por onde anteriormente passava o trem e os automóveis, hoje somente passa um carro de cada vez. Este é o Rio Várzea (na fotografia esta grafado de forma errada). É um rio importante, no passado para a navegação e transporte por barcaças. Hoje por fazer parte da bacia hidrográfica, do Rio Negro, ele tem uma influência muito grande nas cidades por onde passa, e principalmente irrigação na agricultura. Ele é um dos principais afluentes, da margem direita, do RIO NEGRO. Lembrando o Negro faz divisa de Paraná com Santa Catarina, desta maneira, o Rio Várzea nasce na serra a sudoeste de Curitiba, e seu curso é somente no estado do Paraná.
“ Segundo o mestre Geraldo Magela Furlan, que foi meu grande mestre na geografia, pois ele se formou na escola do grande geógrafo, Aziz Ab`Saber, ele dizia sempre em suas aulas: O Sudoeste só é o que é, o progresso, a agricultura, e tudo o mais, pois seus Rios nascem na Serra do Mar, próximos ao Oceano Atlântico, e correm para o interior, formando a imensa bacia do Rio Paraná e Rio Uruguai”.
Este é um rio rico, seus meandros, pronunciados mostram claramente isso. Pois ele corre em um terreno de origem aluvial, que pode mudar conforme as variações de grandes enchentes ou secas. Nas cheias ele fertiliza e deposita sedimentos nas terras baixas, formando os solos de aluvião, de grande fertilidade. O exemplo internacional clássico deste fenômeno é o Rio Nilo no Egito. Daí a famosa frase “ O Egito é fruto do Rio Nilo”.
LAPA. Esta é uma região muito bonita, passamos ao lado da cidade.
A rodovia BR-467 passa pelo meio da cidade. É uma cidade antiga, tem história. Na revolução Federalista, de 1884, houve o cerco de Lapa, com batalhas sangrentas, com mais de 600 mortes. A história da cidade vai longe. Na época o centro do comando, no Rio de Janeiro era o Marechal Floriano Peixoto, que comandava a luta contra os revoltosos.
A cultura da cidade é presente, neste painel quanta história pode ser deduzida. Em primeiro lugar o tropeirismo, um movimento importante, que colonizou o sul do país, no lombo das mulas e comandadas pelos tropeiros, as mercadorias transitavam por tudo Brasil, aproveitando os Caminhos do Peabiru, os cascos firmes das mulas, marcaram estradas por todo este sertão brasileiro. Vemos na fotografia, a esclarecida professora levando seus alunos para conhecer e estudar os fatos importantíssimos do passado da cidade.
Esta é uma fotografia do Google, por ser muito bonita e significativa a coloquei nesta narrativa. Observando a fotografia podemos concluir: Primeiro as pessoas que lá construíram suas casas eram diferenciadas, e de influência europeia, portuguesa com certeza. Todas as casas têm eira e beira nos telhados. Esta rua é igual uma rua da cidade mineira de Tiradentes.
As pedras do calçamento são de rochas ígneas de basalto, muito usadas na época do início do século passado, nas mais antigas e importantes cidades do Brasil. Esta rocha por ser de origem vulcânica, são muito duras, mas com o passar dos séculos elas se desgastam e ficam com suas arestas arredondadas. Mesmo com muitas décadas passadas o calçamento esta harmônico, mostrando que o profissional assentou estes paralelepípedos, era muito competente, hoje não existem mais assentadores de pedra com esta competência e habilidade.
A grande maioria destas obras de arte nos calçamentos, de antigas avenidas e ruas, incluído minha cidade natal Casa Branca. Estão muito mal sepultadas sob uma camada de asfalto de péssima qualidade.
Por exemplo, em Ribeirão Preto, a Avenida 9 de Julho, era magistralmente calçada com estes paralelepípedos basálticos, mas com o tempo, e as obras de ligação de água e esgotos, as pedras foram retiradas e recolocadas por pessoas absolutamente despreparadas, com isso o calçamento foi ficando péssimo. O prefeito, ia pôr uma mortalha de asfalto sobre as preciosas pedras.
Os paralelepípedos que foram retiradas das rochas mães, e lavradas em blocos iguais, por profissionais especialistas, tinham muito valor, quanto melhor a qualidade melhor o preço, e eram caros. Quem as assentava nas ruas, avenidas, pátios, eram artesões técnicos, muito considerados, os ótimos eram raros, o que é raro logicamente é caro.
A cidade, de Ribeirão Preto, fez um movimento repudiando a capa asfáltica, foi colocado em leilão, para recolocar as pedras, refazer o calçamento, já se passaram 4 anos, e ninguém apareceu. Resultado a avenida mais famosa da cidade continua toda e completamente irregular.
Continuando a Viajem.
De Lapa até a cidade de Porto Amazonas, que fica a margem direita do importante Rio Iguaçu, pela rodovia Pr-427, ficamos impressionados com as plantações. A topografia da região, e qualidade do solo, propiciou plantações maravilhosas de múltiplas culturas. Reflorestamentos, culturas de grãos, muito bem executadas, com resultados, que nos maravilhou muito. É uma riqueza extraordinária, que nos deixa felizes de ver. Logo depois chegamos no trevo da Br-277.
PORTO AMAZONAS. É uma pequena cidade às margens do importante Rio Iguaçu, aquele que formará as Cataratas do Iguaçu, umas das citadas belezas do mundo.
Esta imagem do Google mostra o Rio Iguaçu, cortando a cidade de Porto Amazonas. Tentei descobrir a origem do nome, mas não achei. Por que o Amazonas!
Devido as curvas na chegada da cidade e a ponte no Rio Iguaçu não conseguimos fotografar a bela cidadezinha, assim usamos esta foto do Google, para ilustrar como a região do vale do Rio Iguaçu, é muito bonita e bem peculiar. As verdes plantações terminam em vales muito bem arborizados.
Depois de rodar mais uns 20 Km, chegamos na famosa, BR-277, também denominada como Grande Estrada, é uma rodovia federal transversal do Brasil. Foi inaugurada em março de 1969 e tem 730 km de extensão, com início no Porto de Paranaguá e término na Ponte Internacional da Amizade, em Foz do Iguaçu.
PALMEIRA, é a primeira cidade que passamos depois de pegar esta rodovia. Esta estrada federal está muito bem conservada, mas pista simples no trecho que pegamos.
Este grande mural está na entrada da cidade, também igual a cidade de Lapa que havíamos passado, em homenagem aos Tropeiros, que por ali passaram, vindos do estado de São Paulo, com destino ao Rio Grande do Sul. Todos alimentos produzidos no Sul, eram transportados por mulas, que enfileiradas iam carregando suas cargas, nas chamadas bruacas, e seus condutores chamados de tropeiros.
Esta cidade como dezenas de outras que passaremos, ficavam no Caminho das Tropas, antigas Trilhas do PEABIRU.
HISTÓRIA: OParaguai. chamado Caminho das Tropas, Estrada das Tropas ou Caminho do Sul, também conhecido como CAMINHO DE VIAMOM, foi uma antiga via terrestre de ligação do Rio Grande do Sul com a Capitania de São Paulo durante o período do Brasil Colônia. Ele começou a ser descrito e representado, em mapas e pinturas, a partir do início do século XIX, mas foi estabelecido ao longo do período colonial, com aproveitamento de vários caminhos indígenas anteriores ao século XVI: haviam servido ao comércio de charque do Rio Grande do Sul e de muares do Paraguai, nos séculos XVIII e XIX, mas anteriormente percorridas pelas bandeiras de apresamento de indígenas no século XVII, provavelmente sobre parte do antigo caminho indígena do Peabiru, que ligava todos os povos da grande região, Sul Americana.
PONTA GROSSA:
É conhecida como Princesa dos Campos e Capital Cívica do Paraná. O nome Ponta Grossa é a toponímia de uma grande colina coberta por um capão de mato, que podia ser vista de longa distância pelos viajantes. Relata-se que os tropeiros, quando se aproximavam do lugar, a ele se referiam: Estamos próximos ao Capão da Ponta Grossa.
Os primeiros povoadores que aqui se estabeleceram, foram fazendeiros paulistas, vindos especialmente pela abundância de pastos naturais e beleza dos Campos Gerais.
O Parque Estadual de Vila Velha é um sítio geológico situado no município brasileiro de Ponta Grossa, que é a principal atração turística de toda a região. Está localizado a vinte quilômetros ao sudeste do centro da cidade e a cem quilômetros de Curitiba, capital do Estado do Paraná.
O conjunto de formações lembra uma cidade medieval com seus castelos e torres em ruínas, daí o seu nome. A altura média das colunas de pedra e muralhas é de vinte metros e pode chegar a trinta metros ou mais em alguns pontos, em função do terreno.
Esta formação é a mais visitada, fica logo na entrada do parque, eu a visitei a primeira vez no ano de 1970.
Estas são formações típicas, que simbolizam Vila Velha, existem dezenas ou centenas de outras formações. Quando visitei há anos passados, percorri todo o parque, que inclui também uma profunda caverna.
Formação Geológica. A formação arenítica de Vila Velha remonta ao período Carbonífero (há aproximadamente 340 milhões de anos), quando o mar interior que existia no local começou a ser drenado, expondo o material arenoso que acabou cimentado com óxido de ferro (daí a cor avermelhada).
Nos milênios seguintes o terreno gradativamente se elevou e foi vagarosamente erodido pela ação dos ventos e da chuva que atuaram nas zonas mais frágeis das rochas, desgastando-as de forma diferencial e até mesmo isolando-as em diversos blocos.
O Buraco do Padre fica a uns 20 Km ao Sul de Vila Velha. Vale a pena ser visitado.
Esclarecendo: A Furna do Buraco do Padre é um dos mais belos atrativos naturais dos Campos Gerais, no estado do Paraná, Sul do Brasil. Está localizada dentro do Parque Nacional dos Campos Gerais, na borda leste da Bacia do Paraná, a aproximadamente 24 km a leste/sudeste da cidade de Ponta Grossa.
É uma Furna que ocorre no cruzamento de falhas geológicas e fraturas que cortam as rochas arenosas da Formação Furnas ( formações ricas em quartzitos). Estas falhas e fraturas causaram erosão subterrânea do arenito. O acesso ao interior da furna se dá através do leito do Rio Quebra-Pedra, com a ocorrência de uma imponente cascata. Dentro do Buraco do Padre ocorrem notáveis exposições de arenitos da Formação Furnas, com suas típicas estratificações cruzadas e plano-paralelas.
Era refúgio dos jesuítas, proprietários das sesmarias de terras do Pitangui que abrigavam também o antigo caminho das tropas. Seu nome foi atribuído pelos caboclos e tropeiros que por ali passavam.
O nome do local está ligado à história dos Padres Jesuítas que lá meditavam. O Buraco do Padre é uma furna que apresenta em seu interior uma imponente cascata de 30m, formada pelo Rio Quebra Perna. Trata-se de uma espécie de anfiteatro subterrâneo. Para acesso à furna é necessário percorrer uma trilha de 1km a pé com presença de obstáculos naturais.
Hoje Ponta Grossa é uma grande e importante cidade, nestes últimos 20 anos o progresso da região foi impressionante. Com toda a calma contornamos o anel viário da cidade, pegamos a rodovia federal Br-373. Não dá para saber o lugar exato, que a rodovia se transforma em uma ótima pista dupla, sendo uma Pr-151.
Carambeí. A cidade tem sua origem numa fazenda que era parada obrigatória no Caminho do Viamão entre a região centro-oeste do Rio Grande do Sul e o estado de São Paulo. Foi fundada em 4 de abril de 1911 por um grupo de imigrantes holandeses e desenvolveu-se a partir da Cooperativa Batavo. O trajeto é maravilhoso, são os campos gerais, riquíssimos em agricultura, mesmo que nesta região a topografia tenha mais vales e elevações. O solo do município é o latossolo roxo, terras estas de grande fertilidade, como já vimos, o que atraiu agricultores e pecuaristas de todas regiões e imigrantes também. O nome da cidade, tem origem na língua indígena dos Tupis Guaranis, significando “rio das tartarugas”, mas suas características mais marcantes se devem à sua colonização. Carambeí em 1713, era uma fazenda que começava no rio Iapó e se estendia até o rio Pitangui.
As fotos são do Google, as coloquei para mostrar a grande influência dos imigrantes holandeses em toda a região, maravilha!
A Cooperativa e fábrica da Batavo, integra o que realmente tem diferenciado o Brasil, ou seja, o AGRONEGÓCIO. É uma organização exemplar e produz uma grande quantidade de produtos de ótima qualidade.
Umas das salas de ordenha da fábrica da Batavo, realmente é uma coisa impressionante, a limpeza, o manejo destas magníficas vacas leiteiras holandesas (só podia ser mesmo). Não se observa nenhuma sujeira, é incrível. Também extraordinário o plantel do gado leiteiro, da raça holandesas que eles possuem.
Ficamos muito impressionados com a cidade de Carambeí, o mais incrível, que estamos tão acostumados com os produtos da Batavo, e nunca pensamos onde são produzidos? Quais serão seus referenciais, quase temos a leviana imaginação, que eles nascem ali nas bancas e vitrines dos supermercados.
O trânsito fluiu rápido e logo chegamos a cidade de:
Castro.
Entrada da Cidade de Castro, muito bem executada.
A cidade nasceu em decorrência deste rio, por dois motivos, principais. Primeiro que o vale do rio oferecia ótima pastagens e água, para a tropa de mulas e para o gado, das boiadas. Em segundo lugar, no lugar onde está a ponte, o rio oferecia vau para a passagem de toda a comitiva dos tropeiros facilitando muito a viagem. Assim primeiro nasceu o pouso das tropas, depois pequenas construções, currais, ranchos e hospedagem, nasce o pouso, lugarejo e depois a vila …
Resumo histórico Google: As enchentes deste rio tornam a sua transposição problemática, uma vez que sua parte mais a jusante (final) está encravada num profundo cânion e a parte mais a montante (inicial) possui largas várzeas alagadiças. Aliás, esta é uma das razões do florescimento da cidade de Castro, estabelecida às suas margens, próxima ao “Passo dos Bois”, que é um dos dois únicos vaus em longa extensão (trechos onde o rio pode ser transposto a pé ou montado em animais), no “Caminho de Viamão” (estado do Rio Grande do Sul), por onde os tropeiros passavam para ir e vir à “feira de Sorocaba, no Estado de São Paulo).
A cidade tem um potencial turístico devido ao relevo privilegiado (Canyon Guartelá e às belezas próprias da região dos Campos Gerais). Sua fundação ocorreu em 1778 e fez parte do caminho obrigatório para os tropeiros que iam de Viamão até Sorocaba, tendo forte origem no tropeirismo. Possui o primeiro Museu do Tropeiro do Brasil. (Esclarecendo – Viamão, hoje é uma cidade da grande capital do Rio Grande do Sul – Porto Alegre).
HISTÓRIA: Castro surgiu às margens do histórico Caminho de Sorocaba (Peabiru), que ligava esta cidade paulista a Viamão, na antiga Província de São Pedro do Rio Grande do Sul. Inicialmente, o atual município de Castro foi um “pouso de tropeiros” à beira da antiga via, ponto de passagem de tropeiros e gado que iam à feira de Sorocaba. Nesta região era morada de aborígenes, notadamente os guarapiabas, do grupo tupi. Também há o registro de ataques de índios caingangues aos tropeiros e colonos que circulavam pela região no século XIX.
O local onde atualmente se encontram as pontes rodoviárias sobre o Rio Iapó era exatamente o ponto que oferecia vau, onde cruzavam os tropeiros. A boa aguada, pastagens e clima atraíram as primeiras famílias paulistas de Sorocaba, Santos e Itu, que se estabeleceram a fim de incrementar a criação de gado, dando a uma povoação que se chamou Pouso do Iapó. Contemporaneamente, ao começo da colonização foram requeridas, por paulistas, as primeiras sesmarias da região.
Pouso do Iapó se firmou como povoação, e em 1751 foi construída uma pequena capela de “pau a pique“, onde os ofícios religiosos eram conduzidos.
Se tivéssemos mais tempo, gostaríamos de visitar o museu do Tropeiro aí em Castro, mas…muito chão pela frente, não permitiu essa parada.
Continuamos pela ótima estrada Pr-151, com rumo do estado de São Paulo.
PIRAÍ DO SUL.
Na entrada da cidade este grande monumento, ao maravilhoso pinus, que tanto contribuiu para o Brasil, em todos os sentidos, com sua madeira maravilhosa. Ao lado um bosque de vetustas araucárias.
A região, de Piraí, foi ocupada originalmente pelos índios caingangues, foi desbravada primeiramente no século XVII por tropeiros que levavam tropas e gado dos pampas gaúchos à feira de Sorocaba, na Capitania de São Paulo, através do Caminho de Sorocaba. Alguns viajantes e outros forasteiros se apossaram de terras na localidade, às margens do Rio Piraí, que servia como ponto de descanso, levando à formação do Bairro da Lança. Dado o desenvolvimento, em 1872 foi criada a Freguesia de Pirahy, subordinada a Castro, do qual se desmembrou em 1881.
Toda cidade que passamos prestam deferências aos tropeiros, que tiveram importante papel na real exploração e conquistas destas férteis regiões, mesmo enfrentando muitas adversidades: Doenças, como a maleita entre outras. Os jagunços caçadores de índios. Os índios que eram os verdadeiros donos da terra. Segundo consta o sertanejo era um forte.
Piraí segundo consta conservou suas reservas da Mata Atlântica. Os estudiosos atribuem certas estradas rurais, achadas nas áreas de preservação, pelo seu traçado, terem sido abertas sobre as Trilhas do Peabiru. Existem estudos e teses sobre este assunto.
O município tem muitas áreas de reflorestamentos com pinus.
Continuamos rodando, contudo, a pista dupla terminou e continuamos por uma pista simples.
JAGUARIAIVA.
Uma cidade localizada também na região dos Campos Gerais do Paraná, tem 34.857 habitantes. Seu nome deriva do rio homônimo que corta o município. O nome significa “Rio da onça brava”.
O nome da cidade é diferente, mas muito próprio pela sua topografia e matas existentes, em tempos passados, nestas matas, os canguçus deviam serem bravos, e os absolutos reis do pedaço, como dizem os entendidos.
A história de Jaguariaíva tem seus primórdios calcados a partir do início do século XVII. Nesta época os bandeirantes preavam índios e posteriormente tropeiros cruzaram o território pelo histórico Caminho de Sorocaba.
Logo depois da cidade vimos uma grande firma, imensa mesmo de industrialização de madeira: Celulosa Arauco y Constitución é uma empresa chilena do ramo madeireiro, especializada na fabricação de celulose e painéis, atuando no Chile, Argentina e Brasil.
A empresa pertence ao Grupo AntarChile fundado por Anacleto Angelini e possui cinco fábricas de celulose no Chile e uma na Argentina, além de quatro fábricas para a fabricação de madeira reconstituída, sendo duas na Argentina e duas no Brasil.
É uma indústria de madeira importantíssima, não somente para o estado, mas para todo o Brasil. Eles somente usam matéria de reflorestamento, a lei é para todo o Brasil.
Continuamos pela rodovia, que por sinal depois da fábrica passa ser a PR-092. As plantações continuaram todas muito exuberantes. O número de reflorestamentos ficou reduzido.
ARAPOTI. Uma cidade ligada à agricultura.
Pelo tamanho desta colheitadeira, confirmei a riqueza da agricultura da região. Eu a vi quilômetros antes da cidade. Incrível.
A cidade tem o nome em homenagem ao cacique Arapoti, da tribo Tupi, que habitava toda está fértil região do norte do estado do Paraná. A cidade é muito nova e próspera, vem se desenvolvendo desde 1912, acompanhando os ciclos da agricultura do país. Primeiro foi o Café, famoso em toda a região. Depois a madeira dos fartos pinheirais da região. Seguindo a sequência de milho, amendoim, e hoje a soja e o feijão.
O de Arapoti, tem três comunidades quilombolas. O nome desta comunidade é Família Xavier.
Achei importante saber que existem no Brasil muitas comunidades quilombolas, são grupos étnicos conhecidos como “comunidades remanescentes de quilombos”, “quilombolas”, “comunidades negras rurais” são constituídas pelos descendentes dos escravos negros que, no processo de resistência à escravidão, originaram grupos sociais que ocupam um território comum e compartilham características culturais próprias. Achei importante citar esta comunidade, pela organização do grupo, o chefe presente na foto, mantem uma área plantada muito bem cuidada são autossuficientes, eles têm muito orgulho disto. Para nós, este fato foi muito importante, pois quando um quilombo é citado, não damos a reconhecimento merecido, as vezes são citados de forma pejorativa. Por exemplo, Zumbi do quilombo chamado Palmares, durante 30 anos foi um herói da resistência contra a escravidão. Mas foi herói algumas vezes, outras apontado como vilão. Dia de sua morte, 20 de novembro, é considerado Dia da Consciência Negra, e é feriado em muitos municípios.
Prosseguimos a viajem maravilhados com tudo que víamos pelo caminho. Depois de um longo trecho, saímos a esquerda na Br-272, para a cidade de SANTANA DO ITARARÉ, onde pegamos a direita para o estado de São Paulo, cidade de Itaporanga.
Esta é um bairro de Santana do Itararé onde pegamos a direita para a divisa do estado.
A região é banhada por dois importantíssimos rios. O primeiro Rio Itararé, cuja bacia, por correr em terras férteis, tornou-se muito importante para a região. Ele forma a importantíssima Represa de Xavantes. Que em seguida desagua no Rio Paranapanema.
O segundo, Rio Paranapanema. O rio Paranapanema é um dos cursos de água mais importantes do interior do estado de São Paulo. Ele é um divisor natural dos territórios dos Estados de São Paulo e Paraná. Nasce na Serra dos Agudos Grandes, que é um setor da Serra de Paranapiacaba, a 900m de altitude, e percorre 929 km até desaguar no Rio Paraná. É considerado o rio menos poluído do estado de São Paulo. Somente depois que recebe o Rio Itararé, que ele passa a ser um divisor do estado de São Paulo e Paraná.
Este mapa do Google, esclarece muito bem as maravilhas e riquezas que se pode observar na travessia dos estados. Primeiro o próprio Rio Itararé, que tem muitas histórias, e hoje é muito importante, pois forma a Represa de Xavantes, tornando-se o principal afluente do Rio Paranapanema em sua margem esquerda.
“Itararé” é um termo tupi que significa “pedra escavada”. Designa rios subterrâneos, que correm no interior de pedras calcárias. É um rio que em certa altura torna-se subterrâneo, apresentando várias grutas; daí seu nome. Às margens do rio Itararé já viveram muitos índios “bugres”, designação generalista para indígenas. O rio apresenta várias quedas d’água no seu curso e uma beleza ímpar, mas por sua geografia acidentada não apresenta muita navegabilidade.
Depois de Santana do Itararé, atravessamos a divisa geográfica do estado, entrando no estado de São Paulo, esta ponte da divisa é do Rio Itararé. Ao atravessar a ponte pegamos a rodovia SP-255, uma grande rodovia, chega até Ribeirão Preto, com o nome de Antônio Machado Sant’Anna.
ITAPORANGA. É a primeira cidade que passamos, uma cidade muito ligada à agricultura, foi a capital na produção de feijão. Sua história está ligada aos índios que habitavam a região. Indígenas de origem tupi-guarani a Aldeia TEKOÁ PORÃ (Solo Sagrado em tupi) está localizada no Município de Itaporanga. Por sinal, é aberto ao público, para turismo. Tinha um primo, professor primário, Gastão, que morava em Avaré. Tinha uma lambreta “stander” nova, que comprou para ir dar aula em Itaporanga. Para nós era um fim de mundo, isto em 1955. A estrada era de terra, dizia ele que: quando chove, eu gasto o dia inteiro para ir até a escola.
Depois do Rio da divisa, no estado de São Paulo passamos por uma grande plantação de bananas, foi a primeira que vimos em toda esta grande viagem, ao lado as plantações de milho e soja se sucediam.
Rodamos em um planalto a 580mm até a cidade de TAQUARITUBA, por sinal uma cidade rodeada de plantações, onde não havia canaviais, ou soja, a terra estava arada.
Taquarituba é um município brasileiro do estado de São Paulo. A cidade está a uma altitude de 618 metros. Tem 23 180 habitantes. “Taquarituba” é uma palavra da língua tupi cujo significado é “ajuntamento de águas de taquara“.
REPRESA DE JURUMIRIM
Realmente a cidade tem um nome próprio, pois logo em seguida, do alto do planalto, tivemos uma visão maravilhosa da Represa de JURUMIRIM. Ela fica no Rio Paranapanema, já naveguei nesta represa há muitos anos passados. Não era boa para pesca, mas tudo é muito bonito. Estas águas represadas do Rio Paranapanema, são para gerar energia elétrica na A Usina Hidrelétrica de Jurumirim.
O sol já descia a oeste de nosso trajeto, criando imagens maravilhosas, que somente nossa mente poderia captar, pois era uma mudança constante de cenários e de cores, todas cores do espectro, até a escuridão dos vales. O azul das águas se perdiam no horizonte, tornando tudo dourado pelos lados do poente. Me veio à mente tantas recordações destas águas, que paramos, em meditação por algum tempo, agradecendo a Deus, por novamente estarmos ali.
Esta é uma fotografia do Google.
Esta é a fotografia à tarde quando passamos pela ponte, 20Km antes de Avaré. É uma bela represa, bem ao longe vemos um clube, com ótimas instalações. Um vento de oeste, levantavam baixas ondas sincronizadas por todo o espelho d`água. Esta represa do rio Paranapanema, Jurumirim (Tupi guarani significa – boca pequena). O Rio Paranapanema, tem ainda 3 grandes Usinas Hidroelétricas Elétricas – XAVANTES, CAPIVARA E ROSANA.
O rio depois de seu rico curso, desemboca em um lugar peculiar no grande Rio Paraná, é no encontro de 3 estados: São Paulo, Paraná e Matogrosso do Sul, sua foz fica a jusante da grande UHE de Sérgio Motta.
Paramos na cidade em uma loja de conveniência, pois a fome estava viajada. Muito movimento na cidade. A cidade que eu conhecia, me trouxe ótimas recordações. Sou impelido a ver, e recordar os tempos passados, na casa da querida Tia Vidota, a irmã de minha mãe, que tinha 9 filhos.
AVARÉ. Para mim uma cidade de recordações, de meu tio Dr. Ranulpho Castro Lima, agrônomo formado na ESALQ, das primeiras turmas, era o diretor do grande e lindo Horto Florestal de Avaré. O governador na época Lucas Nogueira Garcez, criou e incentivou a formação de instituições rurais, chamadas de Hortos Florestais, onde além dos agrônomos aprimorarem os espécimes, produziam mudas para o fazendeiros e sitiantes da região, para que reflorestassem as áreas devastadas. O horto de Avaré era particularmente bonito, possuindo uma grande represa, onde pescávamos todos os dias. Saudade das férias, que passei com os primos: Gastão, Marcelo, Augusto, Gustavo, Narciso, José Cássio. Sobre o comando sutil da Tia Vidota. Tempos de paz.
As árvores que conheci hoje cresceram muito a entrada se modificou. Mas as estruturas de tudo na sede aparentemente nada mudou. Maravilha recordar, as coisas boas que passaram.
Esta imagem não me sai da cabeça, era a cabeceira da represa, onde bandos de lambaris do rabo vermelho, passavam em cardumes, nas limpas águas do córrego.
Neste caminho passávamos correndo, com nossos antigos calções, para pulamos na água e nadarmos, até a outra margem, como uma conquista. A tia Vidota, não gostava nada quando íamos nadar, pois há tempos passados, morreu uma pessoa nadando aí.
Foto do Google.
Quanto sentados, nas bordas destas escadas, ficamos horas conversando sobre coisas importantes, como as moças que havíamos dançado no clube, na noite passada. Por sinal meus primos tinham um ótimo conjunto musical, famoso STAR DUST o Gustavo na sanfona, os outros não me lembro. Mas o sucesso deles era garantido.
Como as águas que rolaram, rio a baixo, desta inesquecível represa, o tempo passou também, para todos nós, restando felizmente a alegria de por aí termos passados.
Com estes cálidos pensamentos, passamos pela saudosa cidade de Avaré. Na cidade voltamos, mas nossos sonhos de vida, não voltarão jamais. Por isso vamos em frente.
Aí está um mapa esquemático da região descrita. Por sinal uma região de rara beleza.
Tínhamos 266Km até Ribeirão Preto, pelo que já tínhamos andado, estávamos em casa.
O asfalto da rodovia, SP-255, continuou de ótima qualidade, era noite mas percebemos muitas construções ao lado da rodovia. Logo à frente cruzamos com a famosa Br-374, rodovia Presidente Castelo Branco.
Cruzamos a cidade de São Manuel. A entrada da cidade nos impressionou bem, tudo muito organizado e limpo.
RIO TIETÊ. Chegamos no famoso rio, passamos pela represa de BARRA BONITA. Na margem esquerda do rio passamos pela cidade de IGARAÇU do RIO TIETÊ.
BARRA BONITA. A cidade fica à margem direita do rio. Uma cidade muito conhecida pela presença da represa de mesmo nome, com muitas atrações.
Esta fotografia do Google, mostra bem o rio Tietê, e as duas cidades, nas respectivas margens do rio, Barra Bonita e Igaraçu do Tietê.
Esta é a represa no Rio Tietê, fica a montante da cidade do mesmo nome situada na margem direta do rio, A margem esquerda fica, IGARAÇU do RIO TIETÊ.
BARRA BONITA, é um município do estado de São Paulo. Apesar de sua pequena população, foi considerada em 2014, uma das 10 melhores cidades para se viver no estado de São Paulo. É muito conhecida pelos passeios na eclusa do rio Tietê.
A cidade é famosa por possuir um passeio de um pequeno navio, que leva os turistas, para um belo passeio. A viajem inclui a passagem pela grande eclusa da barragem, o que é muito instrutivo e emocionante para todos.
Estas esclarecedoras imagens, são do Google. Realmente com o grande barco entra na imensa caixa da eclusa é emocionante. A água entra violentamente pela base, em um turbilhonamento, e parece nitidamente que por milagre o grande, imenso, é a impressão que se tem, barco vai subindo dentro da imensa eclusa. Os gritos de emoção, são inevitáveis, pois todos se perguntam: Como é possível?
Vamos deixar as recordações para trás, seguimos a viagem.
Para chegar em Ribeirão Preto, tínhamos ainda 214Km. A primeira cidade que passamos foi a famosa JAÚ.
JAÚ: Importante cidade do centro do estado de São Paulo. Sua população de 146 338 habitantes. O município é um importante polo de desenvolvimento industrial e agrícola, destacando-se pela quantidade de fábricas de sapatos femininos, sendo conhecida como a capital do calçado feminino. Servida por vários sistemas rodoviário e ferroviário.
O fato de o município estar situado em uma região de terra roxa, que possui uma alta fertilidade, contribuiu para que Jaú se tornasse um dos principais centros produtores de café do Estado de São Paulo e do país, em décadas passadas.
Vermelhos Distróficos: São solos minerais com teores médios a altos de Fe2O3, conhecidos anteriormente como Latossolos vermelho–escuro. Possuem textura argilosa, muito argilosa ou média. Suas condições físicas aliadas ao relevo plano ou suavemente ondulado favorecem sua utilização para a agricultura.
Ribeirão Preto, foi considerada a Capital do Café, devido a este solo roxo, hoje o mesmo solo em toda região torna a cidade a capital da cana de açúcar. Este solo merece considerações importantes:
GOOGLE: O latossolo roxo, também conhecido por terra roxa, é um tipo de solo avermelhado muito fértil, caracterizado por ser o resultado de milhões de anos de decomposição de rochas basálticas. Essas rochas basálticas, pertencentes à Formação Serra Geral, se originaram do maior derrame vulcânico que o planeta já presenciou, causado pela separação do antigo supercontinente Gondwana nos atuais continentes América do Sul e África, na Era Mesozoica. É caracterizado pela sua cor avermelhada inconfundível, devida à presença do mineral magnetita, um óxido de ferro.
O nome “terra roxa” é um equívoco. Os imigrantes italianos que trabalhavam nas fazendas de café referiam-se ao solo pelo nome terra rossa, já que rosso em italiano significa “vermelho”. Os brasileiros aportuguesaram o termo italiano, então, para “terra roxa”.
No Brasil, esse tipo de solo aparece na metade norte do estado do Rio Grande do Sul, nas porções ocidentais de Santa Catarina, Paraná, São Paulo, sul e sudoeste de Minas Gerais, além de todo o sul e leste de Mato Grosso do Sul destacando-se sobretudo nos últimos quatro estados por sua qualidade. Historicamente falando, esse solo teve muita importância, já que, no Brasil, durante o fim do século XIX e o início do século XX, foram plantadas nestes domínios grandes lavouras de café, fazendo com que surgissem várias ferrovias e propiciando o crescimento de cidades como Maringá e Londrina no Paraná, Ribeirão Preto e Campinas em São Paulo e Dourados no Mato Grosso do Sul. Atualmente, além do café, são plantadas outras culturas, como algodão, cana-de-açúcar e laranja.
O solo de “terra roxa” também existe na Argentina, onde é conhecida como tierra colorada (“terra vermelha”). Descobri no Google, que na Itália na Região de Terra de Siena, o solo é latossolo roxo também.
BOCAINA. Depois de Jaú, passamos por esta cidade. Ela é pequena, tem pequeno aeródromo de terra, quase abandonado, mas uma ocasião me salvou. Vinha sozinho de Corumbá, em meu avião, Embraer 711C, quando bloqueando Araçatuba, chamei a torre de Ribeirão Preto. O controlador disse que havia, 2 cúmulos nimbos, em minha rota, para eu ter cuidado. Depois de uns 20 minutos, na proa de Matão, vi a negra nuvem ameaçadora, tentei um desvio na proa de São Carlos, depois de minutos uma cortina negra apareceu a minha proa. Retornei para Bauru, mas o as células de mau tempo se espalharam, fiquei envolvido nelas. Abaixei a aeronave, para 1.800 pés, Bauru não dava mais, Jaú, também não. Quando avistei a salvadora pista de Bocaina, e lá pousei, agradecendo a Deus, a existência deste aeródromo.
Fiquei bem emocionado ao recordar isto. Em silêncio rodamos mais uns 20 Km e chegamos em um marco que é o centro do estado de São Paulo.
Um dos companheiros perguntou o que significa isto. Bem o Centro geográfico de um estado ou pais, e a média aritmética das distâncias de um ponto a todos outros pontos das divisas.
ARARAQUARA. É considerada pelo nome, topônimo, A MORADA DO SOL. Frequentei muito a cidade devido a suas faculdades, que são excelentes. Principalmente a de Odontologia. Usamos muito o microscópio eletrônico da UNESP, nos trabalhos científicos que publicamos. É uma cidade muito rica, habitada por uma população diferenciada. Tinha sempre muito prazer em frequentar a cidade, sempre a trabalho, pois era muito bem recebido pelos colegas.
A região historicamente era habitada pelos índios Guianas, que faziam parte de uma grande nação Guarani
Em 1885, a chegada da ferrovia estimula o crescimento da cidade, que foi considerada a “Cidade Mais Limpa das Três Américas”, além de ser a primeira no interior a ser servida por linhas de ônibus elétricos (trólebus). A Estrada de Ferro Araraquarense foi fundada por um grupo de fazendeiros da região.
Devido a sua ótima topografia, e a fertilidade do solo, agricultura sempre teve uma grande representatividade em seu desenvolvimento econômico. Além da importância da cana de açúcar e o álcool, ela tem a sede da Cutrale, a maior exportadora de suco de laranja do Brasil.
Sucocítrico Cutrale Ltda.
A Cutrale é uma empresa industrial de suco brasileira. Produz suco de laranja e está localizada no interior de São Paulo, na cidade de Araraquara. Seu controle pertence à família Cutrale. A empresa foi inaugurada no dia 25 de março de 1968 por José Cutrale Jr e seu atual presidente é José Luís Cutrale.
A empresa controla um terço do mercado mundial de suco de laranja e também atua no cultivo e distribuição de maçãs, limões, pêssegos e soja.
Esta é a fábrica de sucos de laranja, na cidade de Araraquara, ela existe há muitas décadas, quando eu era estudante há 50 anos atrás ela já era importante na cidade. Caminhões de laranja que entram, caminhões tanques de suco que saem para o porto de Santos, de lá os grandes navios tanques, levam o suco para o mundo todo, principalmente os USA.
A Cutrale tem uma grande fábrica também em Bebedouro. Entre Bebedouro e Catanduva, nos dois lados do asfalto, anda-se mais de 15 Km, margeando as maravilhosas plantações de citros da Cutrale. Existe também muitas outras fábricas, Colina, Itápolis, Taquaritinga, são as que conheço.
TERMINAL SUCOCITRICO CUTRALE Ltda. No porto de Santos.
É do Google esta fotografia de Santos, mostrando a localização do terminal marítimo da firma SUCOCITRICO CUTRALE, assim como dois navios no cais sendo abastecidos de suco para exportação.
Maravilha, e mais um motivo de orgulho para todos nós brasileiros. Um navio tanque de suco de laranja, de uma firma da região do estado de São Paulo, saindo do porto de Santos, de um TERMINAL SUCOCITRICO CUTRALE Ltda., como vimos alguns aspectos desta firma. Não sei quantos navios ela tem ou usa. Mas ter um cais exclusivo, para suas exportações é realmente importante.
RIBEIRÃO PRETO.
INTRODUÇÃO: O primeiro fruto cultivado na terra roxa, e que fez da cidade uma capital do mundo, foi o café. Tudo começou em 1811, com pequenos agricultores vindos de Minas Gerais.
Pela importância que a cidade representa para nós, gostaríamos de fazer um pequeno histórico da cidade e da região. A história documentada da cidade teve início em 1845, o nome veio de um córrego que atravessava o povoado, chamado de Preto.
Até o século XIX a região era povoada exclusivamente pelos índios Caiapós, que se dispersavam por algumas aldeias onde cultivavam pequenas plantações de milho e mandioca, vivendo ainda da caça, da pesca, da coleta de mel e frutas nativas como a jabuticaba, o araçá e o maracujá.
A região de Ribeirão Preto, está sobre um solo chamado latossolo roxo, proveniente das rochas ígneas magmáticas basálticas, resultante de milhões de anos de decomposição, dando origem a um solo vermelho extremamente fértil. Este solo está sobre o segundo maior aquífero do mundo o Aquífero GUARANI, que se formou no Período Triássico há 220 milhões de anos aproximadamente.
Toda esta região, era coberta pela exuberante Mata Atlântica, que é um bioma de floresta tropical que abrange uma grande área de toda América do Sul, suas características são extremamente heterogêneas. Mas a região de Ribeirão era coberta por uma densa floresta, com arvores importantes pelo porte e qualidade da madeira, como o jequitibá, que é uma das maiores árvores de todo este bioma.
As fotografias são do Google. A primeira é de uma imensa árvore de jequitibá. Na reserva de Vassununga, em Santa Rita do Passa Quatro, lá existe uma grande reserva de jequitibás. Tive oportunidade de no ano de 2000, conhecer a maior árvore desta (jequitibá) reserva, conhecida. Segundo Professor Godoy, ela nasceu há 3.000 anos antes de Cristo, tinha quase 100m de atura, e precisava de 27 homens para abraçá-la. Naquele ano ela foi morta e destruída por um potente raio! Lamentável. A segunda foto é a floresta típica.
Em Ribeirão Preto tem uma reserva de mata Atlântica, perto da cidade, chamada de Reserva de Santa Tereza.
Quando em 1893 a estrada de ferro Mogiana, chegou a Ribeirão Preto, começou seu desenvolvimento, a mata foi sendo derrubada para a plantação de café. A cidade torna-se a capital do café. Com a necessidade de mão de obra abundante, a imigração de Italianos torna-se necessária, assim como de portugueses, e em menor número outras tantas etnias.
Com o declínio do café, inicia-se o ciclo da cana de açúcar, tornando a cidade a capital do álcool e do açúcar. Para a manutenção do solo, tem que haver uma cultura cíclica, desta maneira grandes áreas de amendoim e soja são plantadas.
Na segunda metade do século XX foram incrementados investimentos nas áreas de saúde, biotecnologia, bioenergia e tecnologia da informação, sendo declarada em 2010 como “polo tecnológico“. Essas atividades atualmente fazem com que Ribeirão Preto tenha o 21º maior PIB brasileiro.
A cidade teve algumas denominações pela imprensa:
Primeira foi a capital do café, pois a região era a maior produtora de café no mundo
Segundo foi a capital do açúcar e do álcool, pois a região possuía grandes usinas, que a colocaram como a região de maior produtividade no mundo.
Com o estabelecimento de uma grande indústria de cerveja e shops, de ótima qualidade devido à água, passou ser conhecida como: a capital do shop.
Hoje é o centro de uma imensa região, congregando: Biotecnologia, saúde, comércio, ensino, entre tantas outras atividades.
Ribeirão Preto, tem grande apreço por Santos Dumont, o Pai da Aviação, morou por um tempo em uma fazenda do município. Seu pai Henrique Dumont, veio para a região em 1879, onde comprou uma imensa fazenda para a produção de café, com uma área de 1.200hectares. A fazenda se transformou, primeiro em um distrito de Ribeirão Preto, depois em uma cidade com o nome de Dumont. A fazenda chegou a possuir 5 milhões de pés de café. Esta propriedade, tornou-se uma referência mundial na cafeicultura.
Pensando nestas maravilhas do nosso amado Brasil, e percorrendo tranquilamente uma ótima pista dupla, chegamos a Ribeirão Preto. Que sentimentos temos ao chegar à nossa cidade? Muito complexo, mas é de pura FELICIDADE.
Do alto do morro, avistamos as luzes, ainda quilômetros para chegar, uma alegria nos invadiu indubitavelmente.
Aos poucos a cidade vai aparecendo no horizonte, um misto de alegria e saudade invade nossa mente. Todos ficamos em silêncio, a volta a rotina necessita de determinação.
Paramos, para verificarmos o computador da S-10. Da Praia do Cassino até ali, havíamos percorrido 1.762,6 Km. A média de litro de diesel por quilómetro foi de 12,0Km/l. A velocidade média que fizemos em todo o trajeto foi de 73,2 Km/h.
No outro campo do computador vimos que em toda a viagem andamos 4.572,8 Km. A média de diesel foi de 11,8 Km/l. A média da velocidade foi de 66,6 Km/h.
Quando falamos em estradas do Peabiru, aberta primitivamente pelos índios, não podemos nos esquecer que eles viveram aqui mais de 10.000 anos antes da chegada do homem branco, eram matas, campos, rios limpos, todo ambiente cheio de vida em harmonia. Viajamos muito vendo o progresso, contudo em nossos corações, sem que queremos fica um grande ponto de interrogação. Ainda mais hoje que vivemos uma trágica Pandemia mundial.
APÊDICE SOBRE OS GAUCHOS.
Trabalho de JATIR DELAZERI. Youtube. Origem e evolução do gaúcho no Rio Grande do Sul e no Brasil. Onde mostra o difícil caminho percorrido pelo gaúcho para chegar até nossos dias, sempre conservando seus princípios e suas raízes.
Nos anos das grandes descobertas realizadas por Portugal e Espanha, Caminho das Índias, Vasco da Gamo, América Central, Cristovam Colombo, entre tantas outras, começaram as brigas entre os dois reinos. Assim na cidade de Tordesilhas, os dois imperadores, assinaram um Tratado, para não haver mais escaramuças entre os conquistadores. Assim foi assinado este Tratado. Todas as terras no espaço de 370 léguas a partir do Cabo Verde seriam portuguesas, além desta linha imaginária, as terras a serem descobertas seriam espanholas.
Por este tratado grande parte do Brasil seria da Espanha, incluído todo estado do Rio Grande do Sul. Graças aos desbravadores esta linha não foi nunca respeitada.
A partir do ano de 1641, a grande ordem dos padres Jesuítas, a partir das terras dos domínios espanhóis, atravessaram o Rio Uruguai, estabelecendo no atual Rio Grande do Sul, numerosas missões, nas tribos indígenas, ao longo dos principais rios do território. Eles levaram muitas cabeças de gado para essas missões.
Com a chegada dos portugueses nas tribos das missões, ocorreram relações sexuais entre as índias e os aventureiros. As crianças que nasciam se do sexo feminino se adaptavam nas tribos. Mas os meninos não, e eram expulsos da tribo. No início viviam, sem nenhum conforto pelas matas. Sem sapatos, pouca roupa, no frio sofriam muito. Os que foram sobrevivendo, tornaram homens fortes, e vivam com o que a natureza podia oferecer. Esses homens eram chamados de ÓRFÃOS.
Séculos depois uma grande desavença entre os impérios, português e espanhol, os jesuítas foram expulsos do território das missões. Todo o gado ficou abandonado pelos ricos pampas do território e procriaram de maneira surpreendente chegado a mais de 10 milhões de cabeças.
Durante este período, os Órfãos, se apossaram de cavalos. E os cavalos, domados pelos excluídos, tornaram os seus únicos companheiros. Os cavalos e os homens formaram um par inseparável.
O relacionamento entre a montaria e o Órfão era fundamental para todas as lidas da sobrevivência.
Nestas décadas seguintes do ano de 1700, houve um grande crescimento do gado, assim como da povoação dos Órfãos, pois chegaram mulheres, que eram chamadas de Chinas, que eram disputadas nas brigas.
O grande número de gados, atrai os portugueses afortunados, que constroem as grandes fazendas ou estâncias. Os órfãos errantes, experientes na lida, são chamados para morar em precárias instalações nestes ranchos.
Outros grandes números continuam com sua vida errante pelos pampas. Nas circunstâncias que vivem, passam abater o gado das estâncias, são excluídos como pessoas, por serem considerados pelos europeus, bandidos, recebem o nome de GAÚCHOS.
Dada esta origem, os gaúchos, por muitas décadas, mesmo séculos, são excluídos da sociedade rio-grandense.
Nesse período toda Europa estava necessitando muito de couro, muito couro mesmo. Assim todo esse gado alongado pelos pampas a fora, e com muita mão experiente disponível, os curtumes se instalaram nas cidades portuárias. Os gaúchos partiram, para a captura destes bois, e os rancheiros também aproveitaram este mercado emergente.
GUERRA FARROPILHA. Os objetivos dos farroupilhas eram: – Pagar menos impostos; – Queriam que o governo central aumentasse as taxas alfandegárias sobre o charque (carne-seca), o sebo e o couro; O charque, além de ser o principal alimento dos escravos e dos pobres, também era o principal produto da economia gaúcha.
A revolta dos Farrapos, também Farroupilha, ocorreu de 1835 a 1845.
Mobilizou a elite estancieira do interior do estado. Grandes, homens, como Bento Gonçalves, estiveram envolvidos, mas foram derrotados pelo Barão de Caxias.
Para a evolução dos chamados gaúchos, a revolução farropilha foi importantíssima. Anteriormente eles não eram aceitos na sociedade, eram párias. Como eram homens valentes e fortes, cresceram muito com a revolução.
A maneira de ser dos gaúchos inicialmente se disseminam pelo interior do estado, nas regiões rurais, com o passar das décadas elas foram se miscigenando por todas as cidades, e tornam uma bandeira do estado. Hoje é um patrimônio do Rio Grande do Sul.
Finalmente no século passado e atualmente, a cultura gaúcha se incorporou em toda sociedade rio-grandense.